Eu Sonho o que eu quero Pedro Bandeira

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Eu tenho uma boca e eu não tenho medo de usá-la.

Hoje eu pensei em você quase o dia inteiro, suas lembranças me tocavam, era como se eu sentisse sua presença.

O que estou sentindo agora é uma alegria. Através da barata viva estou entendendo que também eu sou o que é vivo. Ser vivo é um estágio muito alto, é alguma coisa que só agora alcancei. É um tal alto equilíbrio instável que sei que não vou poder ficar sabendo desse equilíbrio por muito tempo – a graça da paixão é curta.

Clarice Lispector
A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

O Vento

Como pode alguém sonhar
o que é impossível saber?
- Não te dizer o que eu penso
já é pensar em dizer
e isso, eu vi,
o vento leva!
- Não sei mais
sinto que é como sonhar
que o esforço pra lembrar
é a vontade de esquecer...
E isso por que?
Diz mais!
Uh... Se a gente já não sabe mais
rir um do outro meu bem então
o que resta é chorar e talvez,
se tem que durar,
vem renascido o amor
bento de lágrimas.
Um século, três,
se as vidas atrás
são parte de nós.
E como será?
O vento vai dizer
lento o que virá,
e se chover demais,
a gente vai saber,
claro de um trovão,
se alguém depois
sorrir em paz.
Só de encontrar... Ah!!!

Hoje eu sei os que me fazem bem, os que me fazem mal e os que não me fazem a menor falta.

Eu não estava querendo que meus sonhos interpretassem minha vida, mas antes que minha vida interpretasse meus sonhos.

Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei! De quem disse que viria e nem apareceu; de quem apareceu correndo, sem me conhecer direito, de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.

Desconhecido

Nota: Embora a autoria seja normalmente atribuída a Clarice Lispector, na verdade o trecho se trata de um híbrido, que combina elementos e excertos de Antônio Carlos Affonso dos Santos com outros, escritos por um autor desconhecido.

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Seu eu te pudesse dizer
o quanto te amo
Te daria grande prazer
e viverias nesse encanto.

Mas amar é meu segredo
O que nunca te direi
Pois sinto muito medo
E sei que te perderei.

Se soubesse compreender
O tamanho desse amor
Tu terias que entender
Que so quero seu calor.

Assim sigo meu caminhar
Te amando sem lei
E sempre a me perguntar
Aquilo que nem eu sei.

Teka Nascimento

Nota: Glosa de uma quadra popular de Fernando Pessoa.

Eu perco pra malandro, perco pra ladrão, perco pra espertinhos e espertões, perco na transação bancária, nos juros e na taxa diária. Ah, mas na sabedoria é que eu ganho de vocês, essa ninguém me tira.

Mas não me consolem: da minha dor, sei eu.

Eu

Até agora eu não me conhecia,
julgava que era Eu e eu não era
Aquela que em meus versos descrevera
Tão clara como a fonte e como o dia.

Mas que eu não era Eu não o sabia
mesmo que o soubesse, o não dissera...
Olhos fitos em rútila quimera
Andava atrás de mim... e não me via!

Andava a procurar-me - pobre louca!-
E achei o meu olhar no teu olhar,
E a minha boca sobre a tua boca!

E esta ânsia de viver, que nada acalma,
E a chama da tua alma a esbrasear
As apagadas cinzas da minha alma!

É absolutamente indispensável que eu seja uma ocupada e uma distraída.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Atualidade do ovo e da galinha (II).

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Eu vou ficar na minha, não vou me desgastar. Se tiver alguma batalha, só por hoje eu me retiro, preciso cuidar um pouco mais de mim.

Eu me sinto culpado quando não vos obedeço. Sou feliz na hora errada. Infeliz quando todos dançam.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Você coloca aquele moletom cinza com dizeres do surf e eu experimento um guarda-roupa inteiro pra ficar à sua altura.

Não´preciso de amigos que mudem quando eu mudo e concordem quando eu concordo.a minha sombra faz isso muito melhor.Meus amigos são todos assim...:metade bobeira...metade seriedade.!!!Não quero amigos adultos,nem chatos.Quero-os metade infância...e outra metade velhice

Eu só pensava: eu não valho tanto. Daí a pouco já estava pensando: e eu que não sabia que valia tanto.

Clarice Lispector
Todas as crônicas. Rio de Janeiro: Rocco, 2018.

Nota: Trecho da crônica Mal-estar de um anjo.

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E é justamente por eu nunca ter sido inteira pra você que meu fim de amor também não consegue ser inteiro.

Fim de tarde. Dia banal, terça, quarta-feira. Eu estava me sentindo muito triste. Você pode dizer que isso tem sido freqüente demais, ou até um pouco (ou muito) chato. Mas, que se há de fazer, se eu estava mesmo muito triste? Tristeza-garoa, fininha, cortante, persistente, com alguns relâmpagos de catástrofe futura.

Eu estou seguindo o meu caminho. Não sei se é certo, mas é meu.