Eu Deixo a Vida como Deixo o Tedio

Assim como a moralidade, o intelecto é um bom servo e um mau mestre.

Mentes são como paraquedas. Elas só funcionam quando são abertas.

O silêncio é como o vento: atiça os grandes mal-entendidos e só extingue os pequenos.

Como fenômeno estético, a existência é sempre, para nós, suportável ainda.

Porque o arrependimento, como o desejo, não procura analisar-se, mas sim satisfazer-se.

A honra é como a pedra preciosa: com um pequeno defeito, tem o preço enormemente reduzido.

A gentileza faz com que o homem pareça exteriormente, como deveria ser interiormente.

Qual é o homem mais sábio e mais digno de confiança? O que aceita as coisas como são.

As promessas, como as pessoas, perdem a força quando envelhecem.

O coração humano, tal como a civilização moderna o modelou, está mais inclinado para o ódio do que para a fraternidade.

O homem nasceu para a ação, tal como o fogo tende para cima e a pedra para baixo.

Não há nada que recebamos com tanta relutância como os conselhos.

A diplomacia sem as armas é como a música sem os instrumentos.

A beleza na mulher honesta é como o fogo afastado ou a espada de ponta, que nem ele queima nem ela corta a quem deles se aproxima.

A monogamia é como estar obrigado a comer batatas fritas todos os dias.

O homem feliz é aquele que ao despertar se reencontra com prazer e se reconhece como aquele que gosta de ser.

O sono é como uma outra casa que poderíamos ter, e onde, deixando a nossa, iríamos dormir.

Todos têm o seu método tal como todos têm a sua loucura; mas só consideramos sensato aquele cuja loucura coincide com a da maioria.

Não há amor como o primeiro, mesmo que esse primeiro seja o último.

Não há arte patriótica nem ciência patriótica. As duas, tal como tudo o que é bom e elevado, pertencem ao mundo inteiro e não podem progredir a não ser pela livre ação recíproca de todos os contemporâneos e tendo sempre em contra aquilo que nos resta e aquilo que conhecemos do passado.