Eu Deixo a Vida como Deixo o Tedio
Espero que você pense em mim de vez em quando, só para eu não me sentir tão patética por pensar em você o tempo todo.
Um dia, nalgum lugar, uma eternidade após,eu relembraria tudo isto num suspiro:
Dois caminhos divergiam numa floresta de outono, e eu, eu escolhi o menos percorrido, e isto fez toda a diferença!
Talvez em algum instante eu sofra uma terrível queda. Mas não ficarei por muito tempo olhando para o chão.
Quando eu olho pra trás, eu penso em tudo que já vivi e sinto falta. Sinto saudade do tempo que eu era criança e vivia sem me preocupar com nada. Era tão bom quando não tinha que fazer escolhas tão difíceis. Era tão mais fácil quando minha maior dor de cabeça era tentar subtrair com dois algarismos.
"Eu não temo morrer e ir pro Inferno ou (o que seria consideravelmente pior) ir para a versão popularizada do Paraíso. Eu espero que a morte seja um nada e, por me remover todos os medos possíveis da morte, eu sou muito agradecido ao ateísmo.”
De alguma forma eu sabia que seria amor. Eu não sei, mas acho que a gente olha e pensa: “Quero pra mim”. Mas dá um frio na barriga, um tremor, um medo de depender de alguém, de sofrer, de escolher errado, de lutar por algo que não vale a pena. Porque o coração nem sempre é mocinho, as vezes ele também gosta de pregar peças, sei lá, talvez queira provar que também sabe ser vilão. Foi por isso que corri, tentei fugir, mas quando tem que ser, não adianta, será. E olha só, passei tanto tempo fugindo de um alguém que hoje sofro por não ser totalmente meu. Agora me diz, por quê?
Eu não queria ir embora e esperar o dia seguinte.
Porque cansei dessa gente que manda ter mais calma.
E me diz que sempre tem outro dia.
Talvez eu só precise de férias, um porre e um novo amor. Porque no fundo eu sei que a realidade que eu sonhava afundou num copo de cachaça e virou utopia.
E eu impávida finjo que não tenho dono. Pontas de cigarro apagadas eu recebo. Um dia vou pegar fogo. De noite fico sozinha no escuro, vazia, pousada num canto do chão. Meu silêncio fede. Ai de mim, que sou o receptáculo da morte das coisas.
Eu amo pessoas “à moda antiga”, amo meninos fofos que me chamam de linda ao invés de gostosa, que me dão beijos na testa ao invés de dar um “amasso”, que me dão abraços apertados quando eu estou triste, que abrem a porta do carro, que queiram conhecer meus pais, que digam que me amam e se preocupem como eu estou me sentindo. Chame como quiser, chame de cafona ou brega, ridículo ou idiota, eu chamo isso de romantismo, educação, cavalheirismo e amor.
É que hoje eu preciso acreditar um pouco mais. Acho uma beleza essa coisa de amanhecer essência. Poderia seguir meu sonho, mas não lembro dele essa manhã. Hoje acordei pra viver, levantar e seguir em frente. Porque a vida sempre pede um pouco mais da gente. Veja bem, a vida, não os outros. Hoje vou viver pra esperança, pra coisas... bonitas e sorrisos largos. Mesmo que tudo dê pra trás. Hoje vou andar de mãos dadas com meu anjo da guarda e prometo me esforçar pra ser boa. Hoje vou viver na Terra cheia de Céu.
Em todas as idas e vindas, obscuramente eu sempre sabia: embora tudo mude , nada muda por que tudo permance aqui dentro, e fala comigo, e me segura no colo quando eu mesma não consigo sustentar. E depois me solta de novo, para que eu volte a andar pelos meus próprios pés.
A vida é mãe nem sempre carinhosa, mas tem uma vara de condão especial: o mistério com que embrulha todas as coisas, e algumas deixa invisíveis.
Eu acredito no mecanismo do infinito. O dia de amanhã cuidará do dia de amanhã e tudo chegará no tempo exato.
Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito mais o que fazer
Escuto a correria da cidade, que alarde
Será que é tão difícil amanhecer?
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