Eu Deixo a Vida como Deixo o Tedio
Me importo sim com o que dizem de mim, mas isso não quer dizer que eu vá mudar a minha vida por causa de um comentário de alguém que acha que pode me julgar.
Eu te amava por causa da vida e não por minha causa. E isso era lindo. Você era lindo.
Simplesmente isso. Você, a pessoa que eu ainda vejo passando no corredor e me levando embora, responsável por todas as minhas manhãs sem esperança, noites sem aconchego, tardes sem beleza....
Eu nunca fui livre na minha vida inteira. Por dentro eu sempre me persegui. Eu me tornei intolerável para mim mesma.
E eu continuava assistindo à erosão da minha vida, sem que pudesse fazer nada. Muitos menos compreender Isabel.
Até que um dia resolvi imitá-la.
Eu passei mais de 60% dos segundos da minha vida assustada. Muito assustada. Mas rindo, mas fazendo todo mundo rir. E por dentro, um poodlezinho com medo da tosa. Fofo e fresco. E afiando dentes na madrugada caso me tirassem os pêlos bem no inverno. Você precisa ser menos agressiva, poodle. Ah é? E quem me garante então que não vão me arrancar os pêlos bem no inverno?
E agora que eu mandava na minha vida, poderia, finalmente, mandar esse amor embora. Tchau, coisinha besta. Nada feito. Só piorou. Acordava e ia dormir com ele engasgado aqui. Ficava inconformada. Mas aí concluí: amor é coisa de quem tem tempo pensar nele. Claro, eu fico em casa o dia todo, no silêncio das minhas coisas, claro que acabo pensando besteira. Aquele papo de mente desocupada casa do diabo, sabe? Amor do diabo. Fui procurar Jesus. […] achei que ficaria tudo bem. Ficou nada. […] Parei, talvez, de odiar o amor. Mas o amor, na verdade, ficou lá. Duro que nem pedra. Daqueles que não vão embora nem com reza brava.
Pronto, agora tenho que sair correndo outra vez para ganhar a vida. Ganhar ou perder? Eu sei a resposta.
Por mais que eu esteja sofrendo agora, sei que não vai ser assim a vida toda. Sei que a minha felicidade está guardada, e a qualquer momento ela vai chegar. Eu acredito nisso.
É isso que eu amo na leitura: uma pequena coisa o interessa no livro, e essa pequena coisa o leva a outro livro, e um pedacinho que você lê o leva a um terceiro. Isso vai em progressão geométrica - sem nenhuma finalidade em vista, e unicamente por prazer.
Por que eu daria em cima de outra mulher? Você tem personalidades suficientes para me manter ocupado.
Decididamente, eu sei ser animada, sei ser amável. Agradável. Afável. E esses são apenas os As. Só não me peça para ser simpática. Simpatia não tem nada a ver comigo.
Não faço ideia de quantas e quantas vezes eu reli as mesmas palavras, esperando que elas mudassem, que fossem algo melhor. Um pedido de desculpas, um volta pra mim, ou um simples “acorda, te quero de volta”. Mas não. Foram claras. Mais, impossível. Senti rasgar cada pedacinho de mim, e ser jogado ao vento, para que me levasse pra longe. E não sei até quando eu ainda vou voltar ali e ler a mesma coisa, morrer de novo ao termino de cada palavra, esperando por um milagre, que ainda não aconteceu.
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