Eu Amo meus Inimigos
E mais uma vez, eu abri uma página sua de uma rede social e fiquei olhando sua foto. Como eu já sorri olhando praquilo, você não tem idéia. Mas das últimas vezes, infelizmente não era sorrindo que eu olhava.
Eu acredito que não existem heróis.
A gente pode ter pessoas realmente espetaculares, por exemplo, figuras espiritualizadas, religiosas, que são grandes modelos para a humanidade, mas na verdade, todo mundo é igual.
Eu não acredito que eu tenha uma verdade a mais. E principalmente a juventude.
Se a juventude cair nesse erro de acreditar que sim, elas inevitavelmente vão acabar descobrindo que o ídolo delas tem pés de barro.
Eu tenho um milhão de motivos pra fugir de pensar em você, mas em todos esses lugares você vai comigo.
Nota: Trecho da crônica "O Gigante".
Eu tô só vendo, sabendo,
Sentindo, escutando e não posso falar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu te quero todo dia, mesmo que não tenha nada para te dizer, ou nada para oferecer além do tédio a dois.
Eu era uma menina, quando saí desta casa, há quatro meses. Por que não me disse que havia perigo entre os homens? Por que a senhora não me avisou?
As damas sabem contra o que ficar prevenidas, porque leem novelas que lhes falam desses truques; eu, porém, nunca tive ocasião de ler dessa maneira, e a senhora não me ajudou.
Você bem que podia ter surgido na minha vida
vinte anos atrás, quando eu ainda tinha planos
quinze anos atrás, quando eu estava me formando
onze anos atrás, quando eu morava sozinha
dez anos atrás, quando eu ainda era solteira
seis anos atrás, quando eu ainda estava tentando
dois meses atrás, quando sobrava alguma força
ontem à noite eu ainda estava te esperando.
Eu não sei, mas acho que a gente olha e pensa: “Quero pra mim”. Mas dá um frio na barriga, um tremor, um medo de depender de alguém, de sofrer, de escolher errado, de lutar por algo que não vale a pena. Porque o coração nem sempre é mocinho. Foi por isso que corri, tentei fugir, mas quando tem que ser, não adianta, será.
E eu sempre digo que posso ter uma solidão medonha, mas sempre vai haver um vasinho de flores num canto. A gente pode enfeitar a amargura.
Eu do Sol
Hoje a janela me ofereceu uma paisagem
Ofereceu-me o pôr do sol
muitos, eu sei, em meu lugar seriam capazes de poetar
de escrever em tintas coloridas ou belas palavras
O cenário que se apresentava ante minha janela
Eu, eu porém estava neutro
eu havia visto aquilo antes
muitos exaltaram o lilás-avermelhado do céu
teceriam espíritos iluminados das nuvens
ressuscitando formas
Ontem, eu teceria também, mas hoje estou neutro
sem forças, somente existindo
ontem, eu disse, que lindo azul eu sou
que lilás-avermelhado eu posso ver
eu posso, eu posso ver
pois a natureza é incolor
Natureza morta
somente átomos em profusão dominam
o que percebemos erradamente como formas numa gestalt
que no fundo não há nada de belo
é só você, você, você
os poetas descritivos estão redondamente enganados
ao invés de exaltar a beleza da natureza falsa
deveriam dedicar odes a si próprios
exaltando nosso eu
que sem dúvida é maravilhoso e incrível
pois é com esse mecanismo complexo que nos leva
a perceber tais fotografias
O pôr do sol
Eu me ponho às 6 horas na Bahia e às 7 no Rio
Eu sou o céu com andorinhas
Eu sou o mar com seus peixes
Eu sou o mundo inteiro
assim piso no lugar que cheguei
aqui está minha ode que faria ontem
Eu sou o sol
que belo lilás estou, que faço aqui, porque me ponho
criatura cheia de porquês e vivo e gracioso cérebro
que linda massa acinzentada, oh
máquina poderosa, força de energias mil
faze-me crer que estou vivo
que existo nesse Brasil
Ô mago do cosmos, poderoso mais que Alexandre
poderoso mais que eu possa conceber ou imaginar
entre tu e as tripas aparentemente parecidas
diferes em criação desde tempos já idos
Oh, massa molecular
eu sou o azul lilás que essa janela me trás
Por um lado eu quero esquecê-la, mas por outro lado eu sei que ela é a única nesse mundo que vai me fazer feliz.
Eu estou aqui, deixando a vida me guiar, não é por falta de aprendizado que eu estou fazendo isso, ao contrário, aprendi até demais.
Se amanhã o que eu sonhei não for bem aquilo, eu tiro um arco-íris da cartola. E refaço. Colo. Pinto e bordo.
Eu sou feliz, cara. Eu sou feliz demais. Mas eu sou infeliz demais, quando penso em você. Quando penso no que poderia ser, no que poderia ter sido. Eu sei que não dá. Eu nem quero que dê. Não quero mais. Mas não sei o que fazer com esse nó. Vai passar né? Eu sei. Com o tempo eu não vou mais olhar sua foto, nem sofrer, nem pensar o quanto é infeliz tudo o que aconteceu. Tomara que passe logo.
Por te falar eu te assustarei e te perderei? mas se eu não falar eu me perderei, e por me perder eu te perderia.
(A paixão segundo G. H.)
Ouve-me, ouve o meu silêncio. O que falo nunca é o que falo e sim outra coisa. (...) Capta essa outra coisa de que na verdade falo porque eu mesma não posso.
(Água viva)
Respeite mesmo o que é ruim em você – respeite sobretudo o que imagina que é ruim em você. (...) Não copie uma pessoa ideal, copie você mesma – é esse o único meio de viver.
(Correspondências)
E o que o ser humano mais aspira é tornar-se ser humano.
(Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres)
O que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma.
(Correspondências)
"Eu te odeio", disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. "Eu te odeio", disse muito apressada. Mas não sabia sequer como se fazia. Como cavar na terra até encontrar a água negra, como abrir passagem na terra dura e chegar jamais a si mesma?
(Laços de família)
Sou um monte intransponível no meu próprio caminho. Mas às vezes por uma palavra tua ou por uma palavra lida, de repente tudo se esclarece.
(Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres)
Acordei hoje com tal nostalgia de ser feliz. Eu nunca fui livre na minha vida inteira. Por dentro eu sempre me persegui. Eu me tornei intolerável para mim mesma. Vivo numa dualidade dilacerante. Eu tenho uma aparente liberdade mas estou presa dentro de mim.
(Um sopro de vida)
Às vezes me dá enjoo de gente. Depois passa e fico de novo toda curiosa e atenta. E é só.
(A via crucis do corpo)
O que me atormenta é que tudo é "por enquanto", nada é "sempre".
(Clarice Lispector: esboço para um possível retrato, de Olga Borelli)
Corro perigo
Como toda pessoa que vive
E a única coisa que me espera
É exatamente o inesperado.
(Água viva)
Então!
Disfarçar minha dor
Eu não consigo dizer:
Somos sempre bons amigos
É muita mentira para mim...
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