Esperando um Filho

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O fingidor

O ermo que tinha dentro do olho do menino era um
defeito de nascença, como ter uma perna mais curta.
Por motivo dessa perna mais curta a infância do
menino mancava.
Ele nunca realizava nada.
Fazia tudo de conta.
Fingia que lata era um navio e viajava de lata.
Fingia que vento era cavalo e corria ventena.
Quando chegou a quadra de fugir de casa, o menino
montava num lagarto e ia pro mato.
Mas logo o lagarto virava pedra.
Acho que o ermo que o menino herdara atrapalhava
as suas viagens.
O menino só atingia o que seu pai chamava de ilusão.

Manoel de Barros
BARROS, M. Poesia Completa. São Paulo: Leya, 2011.

Mediante um agente tão invisível como o vento, está Cristo continuamente operando no coração. Pouco a pouco, sem que o objeto dessa obra tenha talvez consciência do fato, produzem-se impressões que tendem a atrair a alma para Cristo. Estas se podem causar meditando nEle, lendo as Escrituras, ou ouvindo a palavra do pregador. De repente, ao chegar o Espírito com mais direto apelo, a alma entrega-se alegremente a Jesus. Isso é chamado por muitos uma conversão repentina; é, no entanto, o resultado de longo processo de conquista efetuado pelo Espírito de Deus – processo paciente e prolongado.

Ellen G. White
O Desejado de Todas as Nações

Eu clamo não já por governo nenhum, mas imediatamente por um governo melhor.

Henry David Thoreau
A desobediência civil. Porto Alegre: L&PM, 1997.

Mas, se a sociedade não pode igualar os que a natureza criou desiguais, cada um, nos limites da sua energia moral, pode reagir sobre as desigualdades nativas, pela educação, atividade e perseverança.

Distante o meu amor, se me afigura
O amor como um patético tormento
Pensar nele é morrer de desventura
Não pensar é matar meu pensamento.
Seu mais doce desejo se amargura
Todo o instante perdido é um sofrimento
Cada beijo lembrado uma tortura
Um ciúme do próprio ciumento.
E vivemos partindo, ela de mim
E eu dela, enquanto breves vão-se os anos
Para a grande partida que há no fim
De toda a vida e todo o amor humanos:
Mas tranqüila ela sabe, e eu sei tranqüilo
Que se um fica o outro parte a redimi-lo.

Um homem de virtuosas palavras nem sempre é um homem virtuoso.

Dificilmente existirá alguma coisa nesse mundo que alguém não possa fazer um pouco pior e vender um pouco mais barato, e as pessoas que considerem somente preço são as merecidas vítimas.

Um instante

Aqui me tenho
Como não me conheço
nem me quis
sem começo
nem fim
aqui me tenho
sem mim
nada lembro
nem sei
à luz presente
sou apenas um bicho
transparente.

A Via Láctea

Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho
Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz

Mas não me diga isso
Hoje a tristeza não é passageira
Hoje fiquei com febre a tarde inteira
E quando chegar a noite
Cada estrela parecerá uma lágrima

Queria ser como os outros
E rir das desgraças da vida
Ou fingir estar sempre bem
Ver a leveza das coisas com humor

Mas não me diga isso
É só hoje e isso passa
Só me deixe aqui quieto
Isso passa

Amanhã é um outro dia
Não é?

Eu nem sei porque me sinto assim
Vem de repente um anjo triste perto de mim
E essa febre que não passa
E meu sorriso sem graça
Não me dê atenção

Mas obrigado por pensar em mim

Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz
Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho

Quando tudo está perdido
Eu me sinto tão sozinho
Quando tudo está perdido
Não quero mais ser quem eu sou

Mas não me diga isso
Não me dê atenção
E obrigado por pensar em mim

Não me diga isso
Não me dê atenção
E obrigado por pensar em mim

Renato Russo

Nota: Legião Urbana Composição: Dado Villa-Lobos/ Renato Russo/ Marcelo Bonfá

Se você tem um problema comigo, fale para mim, não para os outros.

Em 1911 ninguém bebia um copo d´água sem paixão.

“Esqueci que você também tinha me feito sorrir um dia, e que eu poderia escolher você para fugir de toda a feiúra do mundo.”

Nunca salte de um trampolim quebrado.

Prefiro sofrer com a verdade de um “não te amo” do que ser feliz e iludida com um “eu te amo”.

Um pouco de raiva não me fará mal. Há frutos que apodrecem por excesso de doçura.

Já não me importo

Já não me importo
Até com o que amo ou creio amar.
Sou um navio que chegou a um porto
E cujo movimento é ali estar.

Nada me resta

Fernando Pessoa

Nota: Trecho de poema do livro "Novas poesias inéditas", de Fernando Pessoa.

Para se roubar um coração, é preciso
que seja com muita habilidade, tem que
ser vagarosamente, disfarçadamente, não
se chega com ímpeto,
não se alcança o coração de alguém com pressa.

Desconhecido

Nota: Trecho de um texto cuja autoria é muitas vezes atribuída erroneamente a Luís Fernando Veríssimo.

...Mais

Carrego um revólver na bolsa
E um disparo no coração

Eu e minhas lembranças

Talvez um dia eu te fale de mim…
Te direi coisas lindas do meu passado.
Chorarei frustrações da minha adolescência.
E te envolverei com histórias tristes,
Outras hilariantes e faceiras…
Talvez um dia eu te conte,
o tanto que a vida me foi cruel,
E das tantas vezes em que pensei desistir,
E daí, do nada, talvez eu comece a sorrir,
lembrando outras tantas vezes,
em que me senti absurdamente feliz…
Talvez um dia eu te fale de mim…
E quem sabe você se sinta feliz.
Por não ter me conhecido antes,
ou se entristeça por não me conhecer a fundo.
Dai te contarei sobre o que de mais belo já vivi, o amor…
E todas as minhas histórias se tornarão apenas mais uma.

Talvez um dia eu te fale de mim…

Talvez um dia você se lembre de mim…

E assim, estarei presente no seu passado,
Me recordarei do seu carinho de amigo,
Me envolverei na saudade do teu alento,
E partirei, como a brisa, como o próprio tempo,
que cobra o seu preço sem fingimentos.
E sei que permanecerei,
no mais profundo dos seus pensamentos..

Assim sou eu.

Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.

Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.

Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.

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