Escola Poema de Rubem Alves

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Os moços de juízo honram-se em parecer velhos, mas os velhos sem juízo procuram figurar como moços.

A dialética do interesse é quase sempre mais poderosa que a da razão e consciência.

Os empregos que por intrigas e facções se alcançam, por facções e intrigas se perdem.

Todos se queixam, uns dos males que padecem, outros da insuficiência, incerteza, ou limitação dos bens de que gozam.

É necessário subir muito alto para bem descortinar as ilusões e angústias da ambição, poder e soberania.

Não desespereis na desgraça, ela é frequentes vezes uma transição necessária para a boa fortuna.

Disse algum mal de ti? Não o digas tu dele, quanto mais não seja para que a ele não te assemelhes, imitando-o.

A criatividade de uma nação está ligada à capacidade de pensar e teorizar, o que requer uma boa educação e, daí, partir para o inventar e, depois, ir até as últimas consequências no fazer.

Não há coisa mais fácil que vencer os outros homens, nem mais difícil que vencer-nos a nós mesmos.

O desejo de igualdade levado ao extremo acaba no despotismo de uma única pessoa.

Há muitos homens que se queixam da ingratidão humana para se inculcarem benfeitores infelizes ou se dispensarem de ser benfazentes e caridosos.

Os homens têm geralmente saúde quando não a sabem apreciar, e riqueza quando a não podem gozar.

Perante um auditório de tolos, os velhacos tornam-se fecundos, e os doutos silenciosos.

O homem não pode de forma alguma impedir de ter pela mulher um desejo que a aborrece; a mulher não pode de forma alguma ter pelo homem uma ternura que o aborrece.

A vida, quando é miserável, custa a suportar; se é feliz, é horrível perdê-la. Uma coisa equivale à outra.

Só se pode conversar duas horas com uma mulher quando se lhe diz sempre a mesma coisa.

Nada devemos fazer que não seja razoável; mas nada também de fazermos todas as coisas que o são.

O silêncio é o melhor salvo-conduto da mais crassa ignorância como da sabedoria mais profunda.

Aprovamos algumas vezes em público por medo, interesse ou civilidade, o que internamente reprovamos por dever, consciência ou razão.

O dever dos juízes é fazer justiça; a sua profissão, a de deferi-la. Alguns conhecem o próprio dever e exercem a profissão.