Erasmo de Rotterdam Elogio a Loucura
Minha querida Bela, você está tão à frente do seu tempo. Essa é uma vila pequena, com mentes pequenas também. Mas "pequeno" também significa "seguro".
Mas naquele silêncio solene, escuta-se o sopro do está adormecido. Olhe, olhe pra mim... venha acordar-me, pois estou aqui em vida.
Bela: Esse castelo pertence a quem?
Fera: Tudo aqui me pertence.
Bela: Você fala como qualquer outro homem. É uma certa desilusão.
Bela: Você leu mesmo todos esses livros?
Fera: Não, não li todos. Alguns estão em grego.
Bela: [rindo] Isso foi uma piada? Você está fazendo piadas agora?
Então te darei um dia para se despedir daqueles que você ama. Você só precisa murmurar as palavras "Mais que tudo no mundo" para o seu cavalo e ele te trará aqui.
Bela: Nunca te agradeci por salvar a minha vida.
Fera: Bem, eu também nunca te agradeci por não ter me abandonado para ser comido pelos lobos.
Na minha mansa loucura, me vejo perdida, fatos e atos que não correspondem ao que minha razão compreende.
Vivo em busca de um amor verdadeiro, eis que o mesmo esconde-se, divertir com o que é pacifico de entendimento já não tem mais sabor, o que na verdade eu queria era descobrir algo novo que seja real aos olhos mais invisível a verdadeira razão.
Um amor sem limites, que jamais tenha sido sentido.
É loucura odiar todas as rosas porque uma te espetou.
Convite à Loucura
A loucura resolveu convidar os amigos para tomar um café em sua casa.
Todos os convidados foram.
Após o café, a loucura propôs:
- Vamos brincar de esconde-esconde?
- Esconde-esconde? O que é isso?, perguntou a curiosidade.
- Esconde-esconde é uma brincadeira. Eu conto até 100 e vocês se escondem. Ao terminar de contar, eu vou procurar e o primeiro a ser encontrado será o próximo a contar.
Todos aceitaram, menos o medo e a preguiça.
- 1,2,3..., a loucura começou a contar.
A pressa escondeu-se primeiro, num lugar qualquer.
A timidez, tímida como sempre, escondeu-se na copa de uma árvore.
A alegria correu para o meio do jardim. Já a tristeza começou a chorar, pois não encontrava um local apropriado para se esconder.
A inveja acompanhou o triunfo e se escondeu perto dele debaixo de uma pedra.
A loucura continuava a contar e os seus amigos iam se escondendo.
O desespero ficou desesperado ao ver que a loucura já estava no 99.
- 100!, gritou a loucura. Vou começar a procurar...
A primeira a aparecer foi a curiosidade, já que não agüentava mais querendo saber quem seria o próximo a contar.
Ao olhar para o lado, a loucura viu a dúvida em cima de uma cerca sem saber em qual dos lados ficar.
E assim foram aparecendo a alegria, a tristeza, a timidez...
Quando estavam todos reunidos, a curiosidade perguntou:
- Onde está o amor?
Ninguém o tinha visto. A loucura começou a procurá-lo.
Procurou em cima da montanha, nos rios, debaixo das pedras e nada do amor aparecer.
Procurando por todos os lados, a loucura viu uma roseira, pegou um pauzinho e começou a procurar entre os galhos, quando de repente ouviu um grito.
Era o amor, gritando por ter furado o olho com um espinho. A loucura não sabia o que fazer.
Pediu desculpas, implorou pelo perdão do amor e até prometeu segui-lo para sempre.
Moral da história:
O amor aceitou as desculpas e é por isso que hoje e em todo o sempre, o amor é cego e a loucura o acompanha sempre.
Amar é ser consciente
da nossa própria loucura,
é quando a gente se junta
formando uma só mistura,
de igualdade e diferença.
Se o amor fosse doença
seria dessas sem cura…
