Elias
Sobre as crenças
Se uma coisa só se confirma como tal em referência a outras coisas, como crer em uma verdade única?
A função da poesia é ser olhos diferentes para um mundo aparentemente repetitivo. Por isso a poesia deve ser antes de tudo um mistério do qual fala o poeta e o qual o leitor se propõem a desvelar.
Em nossos dias não se proíbe. É proibido proibir, diziam os velhos tropicálios.
Então, nos cegam com as cores da moda; nos calam com conforto acessível.
Haveremos de gritar! Haveremos de gritar! Todas as vezes, todas as raras vezes,
que nossos sentidos se desperenderem do real ordinário.
Haveremos de gritar a existência de outros sentidos!
Cabe a nós decidirmos o que somos, isso não significa que será fácil, mas afinal você gostaria de ser algo fácil?
Nem sempre existe solo
Nem sempre existe o fácil
Nem sempre estes são necessários
Nem sempre estes nos levam a algum aprendizado
Quando aprendemos tudo o que temos a aprender com a felicidade resta-nos o infortunio...Nem sempre isso é ruim
Mas se eu souber que mesmo por um instante você possa se debruçar no meu sorriso, sorrirei sempre que te ver.
Nossa educação consiste num ritual de ir a escola e passar de série, aprender é um detalhe que acontece em alguns casos
A certeza é algo que conquistamos apenas com o passar de muitos anos, mas que no entanto devemos estar preparados para perdê-la na fugacidade de instantes.
Quem um dia realizar todos os sonhos, não será uma pessoa realizada e sim uma pessoa sem motivos para continuar vivendo.
Você pode me destruir varias e varias vezes, mas das cinzas resurgirei como uma grande Nova e mais forte resurgirei flamegante na grande escuriidão.
as mulheres são como dinheiro, quando nem uma tens, nem duas terás. Mas quando tem uma, terás duas, três, quatro...
CATIATCHA
Maria quis dar-me um amor eterno, sem limites
Quis pôr-se a serviço do Senhor Eu
Renunciou a todos os sonhos
Para ter os meus
Os meus sonhos seriam os seus
Maria quis dar-me o seu leito de bálsamo
O seu colo abrasante
A sua simpatia eterna
A sua compreensão imensa
A sua alegria perene
Quis santificar meus defeitos
Mas não quis
Não quis. Acreditem!
Não quis !
Quis a Madalena
Ordinária
Que me pisou com sapatilhas de prego
Imergiu minha cabeça em baldes de gelo
Jogou-me de ponta na sarjeta
Chafurdando
Nem Maria. Nem Madalena
Hoje lamento não ter querido Maria
Maldigo ter desejado Madalena.
Fiquei com a catia
Perambulando em meus infortúnios
Cambaleando
Vou sorvendo até a última gota
O entorpecente líquido de catia
Bendita seja
Maldita catia
Garçom, mais catiatcha!
Se minha vida fosse acompanhada por uma trilha sonora, neste momento estaria tocando a música mais triste.
Quero ser apenas eu, nada alem de mim. Sei que toda flor encontrada no deserto é um bom sinal, ao tocá-la sinto os espinhos, enquanto caminho sinto o gosto amargo da poeira e o vento seco a recear meus lábios , o frio das noites congelam o meu interior que já não é quente como já foi um dia. Enquanto me achava fraco me fortalecia, e sem perceber dentro da minha própria escuridão me tornei forte. Todos lutamos por justiça, a nossa própria justiça. E formados pelo ódio lutamos por paz, uma paz que nunca chegara, pois o ódio e a vingança são dois irmãos inseparáveis e para sempre viveremos em um ciclo inacabável de justiça dentro do nosso mundo em nossas próprias ilusões.
O presente é o agora!
o futuro é fruto do pensamento,
o passado fruto da lembrança,
Sem o presente é só abstração,
Então, se tirarmo o presente, morre o passado e o futuro;
Morre o tempo;
Morre você
Ora! viva ilusão do presente!
- Relacionados
- Poemas e poesias do escritor Elias José