Elias
Na infância, tive um amigo que tinha o apelido de Pimpão. Agora, na meia-idade, é que atinei para o fato de que éramos todos pimpolhos, e o Pimpão também.
O meu gato já não é mais o mesmo desde que te conheceu, vive tristonho e nem mia. No pet, disseram-me que é puro romantismo, ele assimilou meus defeitos.
Se os rascunhos da minha infância não fossem tão marcantes, hoje estaria lamentando ser um adulto sem as alegrias de uma criança.
Há pessoas que passam pela nossa vida deixando pitadas de afeto, em seguida, elas se vão, levando o que nos restou, provocando avalanches de saudades.
Tivemos momentos que foram um primor. Os nossos olhos denunciavam que era amor, porém, o tempo se incumbiu de nos cegar.
Eu não consigo viver tão perto e, ao mesmo tempo, tão distante de você. O ideal seria de longe, porém, dentro do seu coração.
Quando perguntei se dava para sair um bifinho acebolado, ela, com um sorriso mais lindo do mundo, falou: " Com pão francês?"
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