E nos teus Olhos que me Perco
Aproveite os momentos com quem você ama o tempo passa tão rápido que no piscar de olhos eles podem não estar mais aqui.
O que a minha boca não consegue transmitir em palavras,
meus olhos transmitem no silêncio do meu olhar!
Em Você
Sua presença causa-me tremor nos olhos, ânsia nas mãos, desatino no coração que, desenfreado, corre mais do que o próprio tempo contra o vento. Em minha boca, um tanto gasta, pousam ninhos que esperam, vazios, o teu corpo macio. Devaneio cheio de ternura, o pensamento vagueia na sutil delicadeza do amar. A pele fresca, de cheiro matutino, inunda os meus sentidos, faz-me, em vivo desejo, deleitar-me na luz âmbar e no seu gosto talhado pela vontade quase sóbria de se entregar. Durmo com a certeza de expandir-me em seus braços; acordo com a realidade de não lhe ter em meu afago e espero, com a coragem de um dia, quem sabe, estar em todos os seus espaços.
Enfim, aprendi que Deus não se esconde.
A felicidade não foge...
nós e que fechamos os olhos
para o que já temos nas mãos.
FERRUGEM
Observai a beleza inconsistente do novo mundo, como olhos que derretem sob a luz que não pertence ao sol.
Rogai amor aos que sentem ódio por nunca terem conhecido um abraço caloroso na madrugada fria.
Observai, homem santo, teus pecados mais secretos diluídos no manto do teu pensamento, de tecido puído e fétido, usando falsas palavras como antídoto para frases nunca ditas a ouvidos mutilados.
Lembrai-vos, a esperança reina no coração dos homens de honra, e a bondade continua oculta, porém tão vivida quanto a fúria dos oceanos quando quer retomar o que é seu por direito.
Alma de ferro, felicitai-vos por não enferrujardes tuas vértebras e veias; sorri ainda que a lágrima de teus olhos envelheça tua carcaça, ainda que as lembranças sejam apenas horas que nem sequer existem.
Festejai, alma de ferro, pois o sol se foi, a escuridão veio e somente a proteção de Deus pode nos manter inteiros até a manhã obscura e incerta do dia seguinte.
Por que abrir os olhos quando tudo dentro de nós grita para continuar dormindo?
Por que caminhar diante do inevitável, quando a estrada termina sempre no mesmo ponto?
Talvez viver seja apenas a coragem de abrir os olhos, mesmo quando não queremos.
07/10 – A Luz Depois da Noite.
Quando a noite pareceu não ter fim,
e, cansado, os olhos já não suportavam mais,
tive medo.
Quando meu coração esteve angustiado
e temia o caminho que se abria à frente,
tive dúvidas.
Quando questionei e em silêncio aguardava respostas,
irado se encontrava meu coração.
Quando aos meus olhos o que se via
era a estrada da morte, o fim de todos os homens,
foi quando quis desistir.
Quando enfim a noite tomou conta do meu coração
e as trevas me cercaram,
em angústia minha alma clamou:
Socorre-me, ó Deus!
Tudo o que tenho é o Senhor!
A quem eu clamarei senão a Ti?
Foi então que pude entender:
em todos os momentos o Senhor esteve comigo!
Com Suas mãos me sustentou,
cuidou de mim com o amor de um Pai.
Mesmo nos dias maus, segurou minha mão;
meus olhos viram a alegria,
mesmo em meio à angústia.
O medo foi embora com a chegada da certeza de que
Tu, ó Deus, és o mesmo — sempre e eternamente.
E para sempre eu me lembrarei:
clamei a Ti em minhas angústias
e o Senhor me ouviu.
És meu Amigo, meu Pai amado,
a quem sempre amarei.
A fé é o mapa que a alma lê quando os olhos não enxergam o destino. Não é sobre ver,é sobre crer, porque Deus não mostra o caminho,Ele é o Único Caminho.
Tenho sido morto! E são tantas as formas que têm escolhido para me matar. Os olhos continuam abertos, o coração continua a bater. Incompetência de quem me mata? Não. Crueldade! Me matam em alma, em espírito, e deixam bem o corpo.
Esta forma cega
de te ver
sem os olhos.
Esta forma cósmica
de sentir fortemente
a tua presença
quando tu não estás.
Tal qual um colonizador
Que assim que pôs os olhos em terra fértil
Que tudo dá e tudo se cultiva
Da mais abunda forma
Você de forma egosita e exploratória
Teve o que quis desse solo abastado
Dos frutos de um sentimento ingênuo
E tal qual um colonizador
Se aproveitou do que não era seu
Pegou os lucros
Mas não cultivou, não cuidou
E o solo antes abundante
Nada tinha mais
Árido e impuro
E o solo, antes seu
Depois de longa pausa
Voltou a frutificar diferente
Pensamentos maduros
Emoções reais
As rosas antes só belas
Agora tem espinhos
O solo desprotegido
Tem bichos sem misericórdia
Para proteger o terreno antes acessível
Pós tua vinda
Tudo ficou ainda mais belo
Porém
Com limites antes não postos
Pra que outro colonizador
Não volte a se apossar do que não é dele
Um dia, deixei que meus olhos repousassem sobre ti — e naquele instante, o mundo pareceu suspenso em silêncio. Havia em mim uma serenidade rara, a felicidade tranquila de quem, por fim, encontra abrigo.
Penso que sentiste algo desse encanto, pois disseste, com voz quase tímida, que meu olhar era tão puro que te causava medo — medo de que, ao ver tua luz, eu enxergasse também a escuridão que escondes.
Mas eu não temo tua sombra. Que venha ela, com tudo o que carrega — tuas dúvidas, tuas quedas, teus silêncios. Quero-te inteira, como és, com o que mostras e o que calas. Porque, desde aquele instante, compreendi: não desejo um instante teu, desejo-te por inteiro, e para sempre.
Existem pessoas que conseguem com leveza encantar os nossos corações.
Fazem os nossos olhos brilharem, o nosso coração pular de alegria e satisfação , nos envolve com delicadeza e beleza , suavidade , e pela naturalidade formam - se elos .
Neste momento o coração se sente acolhido e acarinhado dizendo :
Chega mais perto , é perto de você que quero estar .
O fanatismo é uma forma acentuada de cegueira ,com ela os olhos veem coisas onde não existem ,a alma sente temores de coisas que não fazem mal algum ,perde se a noção do certo ou errado ,do belo ou feio ,ela condena inocentes, liberta culpados e camufla preconceitos patológicos e insanos.
Atípica noite, só.
Porém supervisionada pelo alerta de olhos prontos para me seguir onde vou.
Só que nunca estarão onde realmente fui.
Seus olhos verdes brilham como o mar Neles eu mergulho sem saber voltar
Entre folhas e ventos
Vou te buscar
Na sombra das árvores
Vou me encontrar
Seja em Parati ou na velha
Granada
Teu cheiro no vento…
