Dor seu Silencio
Desabafar em silêncio não é fraqueza, é um escudo, muito melhor do que expor sua vida a ouvidos e bocas que desejam o seu mal.
Sua luz, distante e pura, em meu céu,
Um farol que guia meu silêncio, meu véu.
Não ousarei chegar perto, nem tocar seu chão,
Pois a beleza que admiro não é para minha mão.
Você sorri, e o mundo inteiro se ilumina,
Em meu peito, uma flor que não se inclina.
Sou apenas uma sombra, na esquina da vida,
Amando uma estrela que nunca será atingida.
Eu a vejo passar, e o tempo para,
Seu perfume, a brisa suave que me abraça.
E em cada olhar que não é para mim,
Planto um amor que nunca terá um fim.
Não desejo a posse, não quero ser seu par,
Apenas a sorte de, de longe, poder amar.
Você é a poesia que nunca escreverei,
O sonho bonito que sempre sonharei.
O Silêncio que Fala Mais Alto
Sempre achei curioso o fascínio moderno pelos podcasts. Milhares de vozes, todos os dias, despejando pensamentos, opiniões e experiências em um fluxo infinito de conversa. É como se a humanidade tivesse descoberto, finalmente, o jeito de falar sem parar — e, mais do que isso, sem ser interrompida. Há quem chame de revolução na comunicação; eu vejo como a consagração de um instinto antigo: o de falar mais do que ouvir.
Não me entenda mal. Há podcasts brilhantes, daqueles que parecem uma extensão da alma, que abrem portas para mundos desconhecidos. Mas, na maioria das vezes, percebo que o objetivo não é compartilhar, e sim existir pelo som da própria voz. É um palco portátil, onde cada um pode ser mestre de si mesmo, declamando certezas como quem ergue bandeiras. Falar se tornou uma forma de respirar. Ou talvez, para alguns, seja a única maneira de não se afogar.
Eu, no entanto, nunca tive essa ânsia. Prefiro estar na plateia invisível, nos cantos da sala, com o fone no ouvido, deixando que as vozes alheias se acomodem na minha mente. Não porque eu me ache menor, mas porque sei que é no silêncio que colho mais frutos. Quem fala está ocupado demais afirmando o que já sabe; quem ouve, se abre para o que não conhece.
A ironia é que, nos podcasts, mesmo quando se convida alguém “para ouvir”, na prática, é para esperar a vez de falar. O diálogo cede espaço ao monólogo de duas cabeças. É um jogo de pingue-pongue onde a bola, às vezes, nem precisa voltar — basta continuar girando dentro da própria mão.
Vivo me perguntando se a arte de ouvir não está se tornando uma espécie em extinção. Talvez, no futuro, surjam podcasts silenciosos, onde se transmitam apenas pausas, respirações e o som do mundo acontecendo. Quem sabe aí a gente descubra que, muitas vezes, o que mais precisamos não é dizer algo, mas escutar o que o silêncio já vem dizendo há muito tempo.
E eu estarei lá, ouvindo. Sempre ouvindo.
- Eduardo Medeiros -
Juramento da Maldição
por Sariel Oliveira
Juro diante do silêncio eterno que não serei cego.
Que verei o que a noite esconde
e ouvirei o que o mundo não suporta dizer.
Aceito a solidão como testemunha,
o peso da lucidez como cruz,
e a ferida que nunca fecha como parte do meu ser.
Não fugirei da dor —
antes, a acolherei como velha companheira,
pois ela me lembra que estou vivo
num mundo que vive dormindo.
Se esta é a maldição que me coube,
que assim seja.
Carregarei seus sinais até que o pó me reclame,
e, ainda então,
que minhas cinzas sussurrem ao vento
o que poucos tiveram coragem de ouvir.
No quarto escuro da alma, o amor não desiste. É silêncio que acolhe, é presença que não abandona. Amar um depressivo é ser farol na noite sem estrelas, luz que não cobra, só guia.
Buracos no Silêncio
(Homenagem a Tanaru — o Índio do Buraco
Verso 1
No ventre da selva, onde o vento é rei
Um homem caminha sem ninguém na lei
Tem buracos na terra e um sol na mão
E um povo perdido na escuridão
Verso 2
Ele fala com as folhas, conversa com o chão
O rio responde na mesma canção
Cada passo que dá é um livro fechado
Cada noite que vem é um sonho enterrado
Refrão
Oh, Tanaru, ninguém te viu partir
Mas a floresta ainda sabe ouvir
O som do arco, a sombra no mato
O tempo passando num passo exato
Verso 3
As estrelas vigiam, mas não dizem por quê
A lua lhe mostra o que o mundo não vê
E a terra é o templo, e o templo é você
Guardando segredos que não vão morrer
Ponte
Um dia os homens virão, sem saber do lugar
Vão pisar no silêncio sem se perguntar
Quem era o último a dançar com o vento
E a deixar seu nome no esquecimento
Refrão final
Oh, Tanaru, teu rastro ficou
Na veia da selva que nunca secou
E enquanto houver folha caindo no chão
Teu canto ressoa na mesma canção
Na solitude do olhar,
aos prantos do silêncio,
no sentimento de amar,
a cair no esquecimento.
Na alegria de expressar,
com a doçura do momento,
retorno a enxergar
a maravilha do tempo.
MEMENTO MORI 2
No silêncio da noite, a lua observa, Cada suspiro, cada sonho que se reserva. O tempo, um rio que nunca cessa, Leva consigo memórias, em sua pressa.
Pensamos que a vida é um caminho linear, Mas é um labirinto, cheio de mistérios a desvendar. Cada passo, uma escolha, um destino a traçar, E a sombra da morte, sempre a nos lembrar.
“Memento mori”, ecoa no vento, Um sussurro antigo, um sábio lamento. Não é só um aviso da finitude, Mas um convite à plenitude.
Esqueça o medo, abrace o agora, Pois é no presente que a vida aflora. O passado é um eco, uma sombra distante, E o futuro, um sonho, uma promessa vibrante.
Roberval Pedro Culpi
MADRUGADA DE NATAL
Ouve -se ao longe gemidos
O silêncio no corredor impera
A vida, a morte em atritos
Mas é o bem que se espera.
Noto pessoas, famílias, fatos
Cada um com seu problema
Somos complexos mas fracos
A soberba: nosso maior dilema.
Do maior ao dito desprezível
Desejamos a mesma sorte
Aqui não existe status nem nível
Toda máscara cai diante da morte.
Levy Cosmo Silva
"A cada dia que passa, a saudade do meu pai só cresce. Ela caminha comigo em silêncio, me acompanha no café da manhã, nas tardes vazias, nas noites em que o coração aperta sem aviso. Quando chega o final do ano, a dor parece ganhar um peso maior… é como se o vazio deixado fosse ainda mais profundo, porque falta o seu abraço, seu riso, sua presença. Papai, a vida segue, mas nunca mais foi a mesma. A saudade é eterna, e meu amor por você também."
"O silêncio da madrugada grita o que o dia tenta esconder."
É nessa hora, quando tudo se cala,
que a saudade fala mais alto.
O vazio aperta.
E as lembranças voltam, uma por uma…
como se meu coração tivesse memorizado cada detalhe seu, pai.
A sua voz ecoa na minha mente.
O seu jeito, o seu abraço,
as conversas que não voltam mais.
O mundo dorme…
mas dentro de mim, tudo acorda.
E no silêncio,
te sinto tão perto,
mas tão longe.
Saudade eterna, pai.
Pai, a saudade mora aqui.
Todos os dias.
Em cada lembrança, em cada silêncio.
Te amo… e sempre vou amar.
Contrastes
Posso ser menina que sonha,
posso ser mulher que provoca,
posso ser silêncio que afunda.
E todos olham,
mas poucos ficam.
É fácil aplaudir minha luz,
difícil suportar minha noite.
Sou feita de extremos:
do riso que explode
ao choro que devasta.
Se isso é defeito,
é também meu feitiço.
Sou um paradoxo vivo,
uma contradição que respira.
Eu poderia ficar acordado
só pra ouvir você respirando,
testemunhar o silêncio da noite
onde seu peito marca o compasso
de uma canção que só eu entendo.
Eu poderia vigiar seus sonhos,
ver seu sorriso surgir sem aviso,
luz secreta que se acende
no teatro tranquilo do sono.
E ainda que o mundo lá fora
grite sua pressa sem fim,
aqui, ao seu lado,
o tempo aprende a ser eterno
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