Depoimento para meu Filho de 18 anos
No ano de 2078 eu farei 75 anos. Se eu tiver filhos, talvez eles passem o dia comigo. Talvez eles me perguntem sobre vocês. Talvez me perguntem por que vocês não fizeram nada enquanto ainda havia tempo para agir.
Acredite em você mesmo, não se contenha com promessas não cumpridas, pode até passar anos para você aprender, e quando você aprende não cai mais devido não suportar as cicatrizes, chorar só se for de felicidade, e reconstruímos o tempo perdido porque a paz refrigera nossa alma
Porque eu Raiam conquistei mais coisas do que 99% dos brasileiros de 25 anos?
Porque eu caí várias vezes e aprendi a me levantar.
Já fui cortado de time, imigrante ilegal, tive problemas na família, nota baixa na faculdade, osso quebrado, fui expulso da Seleção Brasileira, demitido de emissora em rede nacional, rejeitado em editoras… o que pra muita gente seria o fim, para mim foi só acidente de percurso.
Hoje vocês assarão um ganso [Huss] magro, mas em cem anos ouvirão um cisne cantar. Não serão capazes de assá-lo e nenhuma armadilha ou rede poderá segurá-lo.
(palavras finais de Jan Hus antes de ser queimado vido)
Onde estão as trinta moedas?
Por vários dias acordei do sono que perdi a anos, e cada vez que me via no caminho da insônia me vinha vários questionamentos, madrugada que se passa apenas acordada, nunca será uma boa madrugada, só me arrependo de nunca ter registrado nada do que pensava antes, e quando registrei fiz de um momento de tempestade uma revolta imensa e joguei fora as pérolas que poderiam me salvar de algumas insônias que vivo aleatoriamente hoje, acerca de moedas, talvez pense sobre o julgamento bom de fez uma maldade, ou o julgamento ruim de quem fez algo bom, jamais seria uma coisa, muito menos outra, falo do bem e do mal, falo do que podemos ou não fazer, de onde nossas mãos alcançam e até onde nos sujeitamos a estende-las, sujeito pobre esse tal homem mesmo, foram pouquíssimos que vi arriscar sua riqueza interior por conta de um valor externo pensando que os fariam menores, já perdi as contas de quantos pobres encontrei no caminho, pobres ricos maldosos, mas também encontrei alguns ricos pobres bondosos, e não foi o dinheiro que os tornou bons ou ruins, foi a maneira como olharam para si que os transformou, uns culpando a sociedade, outros dizendo que alcançaram por esforço próprio, outros pela família, todos por Deus e alguns poucos com o coração, eu não alcancei o pouco pelo coração e o resto foi acréscimo, mas prefiro esse pouco por ser o suficiente para me tornar um ser na medida certa, nem de mais, nem de menos.
Onde foram parar as trinta moedas que ganharam aqueles que nunca pensaram na maldade e suas consequências, pode ser que elas sejam passadas de pai para filho, pode ser que elas sejam esmolas do interesseiro, do político, do patrão, pode até ser de um amigo sem que percebemos, mas quem somos nós para julgar que a maldade pode ser hereditária, alguns comentários sobre os maldosos e algumas maldades chegam a ferir minha alma, como podemos afirmar que alguém é como é porque tem sangue de maldoso, nunca vi nenhum hematologista diagnosticar em um homem maldoso ou um homem bondoso a sua hereditariedade como se fosse uma doença, já vi a maldade se propagar de formas distintas, cada uma na sua proporção, porém nunca deixaram de ser maldades, já vi a bondade sendo desencadeada por maldade, para o auto ajustamento frente a uma exclusão da mídia por exemplo, não consigo entender as pessoas que afirmam que filmaram para que fique registrado que é bom, nossos registros mais belos são lembrados com carinho pelos que caminharam conosco, ao nosso lado, não é uma câmera de auto beneficiamento que me fará um anjo apostos a ajudar sempre, depois daquele feliz momento mais ninguém sabe o maldoso e infeliz que sou, pois a câmera não está ligada sempre, também não vivemos num reality show onde nossas qualidades e defeitos estão expostos para mostrar a sociedade o que ela não deveria aprender, ou ensinando como ela não deve ser, e as trinta moedas são distribuídas a cada um conforme seu valor, ou quem sabe seu fedor, trinta moedas hoje são muito mais do que apenas trinta moedas, sociedade torpe, não conhecem seu próprio valor.
Nos anos oitenta, eu tive um romance com alguém por dois meses.
Geralmente eu entrava em corpos masculinos, ela em corpos femininos. Não quero falar sobre o motivo de terminarmos... Vamos apenas dizer que eu sentia como se mentisse, e ela achasse que eu estava sendo ridículo. Talvez ambos estavam certos e ambos estavam errados.
Há uns vinte anos eu perdi a fé na humanidade ao nível dos indivíduos, e amo-a coletivamente e trabalho de modo universal, e não individual.
Hoje depois que você foi embora, fiquei pensando tudo o que passamos nesses últimos anos e cheguei a conclusão de que aquela fase de paixão chegou ao fim, não que eu não sinta mais borboletas no estômago ao lembrar dos seus beijos ou que eu não me sinta mais ansiosa se você diz que vem, pelo contrário, sinto tudo com mais intensidade, mas falo pelas despedidas, hoje eu não me sinto mais como uma adolescente insegura e de coração aflito que tem medo de te deixar ir, eu me tornei uma mulher segura dos meus sentimentos e quando você se vai, a minha intuição me assegura de que você sempre vai voltar, porque no fundo você também sabe que precisa voltar pra buscar o que é seu. Comparando o nosso passado com o nosso presente eu vejo que trocamos a paixão pelo amor, a insegurança por cumplicidade e a vontade por desejo de estar juntos. E hoje eu fico feliz em dizer que depois de nossas despedidas, eu troquei as lágrimas do vazio que você deixava por sorrisos ansiosos de ter novamente seu cheiro em meu travesseiro!
(27 DE FEVEREIRO)
Dia e mês que levo os anos
Nas costas, cada vez maior
Sem fronteira e sem planos
Nos males e sonhos o suor
Levo com cuidado esta data
Num rígido e reto itinerário
Afinal não é ouro nem prata
Mas é especial no calendário
Nunca posso dar um até mais
Pois veloz já é naturalmente
Triste é ficar sentado neste cais
E sempre deixo um posposto pendente
Pois ficar mais velho, são fatos anuais
E ser lerdo, retarda receber o presente
Viver e esta vivo sao coisas completamente diferentes..
Em 19 anos eu nao sentir nenhum dos dois..
Eu existo por existir..
E um grande vacuo temporal..
A vida que eu levo.
Nao considero minha existencia.
Mas nao nego que faço parte de augo.
SONETO DE 27 DE FEVEREIRO
Dia e mês que levo os anos
Nas costas, cada vez maior
Nos sonhos hão-se planos
No afã do fado, gentil suor
Levo com cuidado esta data
Num único e poético itinerário
Afinal não é ouro nem prata
Mas é especial no calendário
Nunca posso dar um até mais
Pois, veloz já é naturalmente
Nas ilusões deixadas no cais
E busco ter posposto pendente
Ser mais velho, são fatos anuais
Ser feliz, é ter a vida de presente...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
"Há um tempo em que é preciso fazer a travessia, pegar o que nos restou dos longos anos de nossa vida e colocar tudo numa bagagem e decidirmos um caminho a seguir.
Parece que dentro de nós vive um desejo incontrolável de apego ao passado, às vezes guardamos na nossa bagagem tantas dores, dúvidas e tristezas.
É triste quando se percebe que teremos que fazer a travessia entre o passado e o tempo presente.
Optamos pelo passado se ele nos trás boas lembranças e rejeitamos o presente quando só há batalhas acompanhadas de tristezas, e dentro de nós se tem a ilusão de querer retornar.
Mas se engana quem pensa que vive do passado e foge do presente, temos o desejo compulsivo de querer carregar dentro de nossa bagagem apenas o que nos foi bom, e abandonar pelo caminho o que nos fez sofrer.
Muitas vezes recordando apenas o passado esquecemos de guardar na nossa bagagem tantas coisas atuais, e que o presente é o que temos no momento.
São tantas momentos vividos, tantas pessoas que passaram em nossas vidas, inúmeras saudades e incontáveis tentativas de querer reviver velhas memórias guardadas no coração.
Queremos atravessar o tempo levando conosco tudo que nos fez feliz, mas é impossível manter apenas bons momentos vividos, seremos em muitas vez surpreendidos por memórias ruins que teimam em ficar.
Estou sempre disponível para as travessias da vida, arrumo e desarrumo minha bagagem quase sempre, e vejo que esqueci algo ou acrescentei demais outras coisas, mas não tenho medo das reviravoltas da vida, só temo que um dia chegar e eu não ter nada pra colocar na minha bagagem."
-Roseane Rodrigues
Sede, meus caros amiguinhos, tais quais o verdor florescente de vossos anos o exige: afervorados, entusiastas, intrépidos, cheios das aspirações do futuro e inimigos dos abusos do presente. Mas não vos reputeis o sal da terra”. (Palavras à Juventude)
mil anos luz
e meus sentimentos
seu véu noiva do mundo
sou seu sonhador
erguendo seus sonhos
com os proprios punhos
lute por mim minha
amada
o poder esta nas nossas mãos
me faz o favor de me amar
porque sou um rei solitario.
minha amada.
Pense em quantos anos foram necessários para chegarmos a este ano
quantas cidades para chegarmos a esta cidade
e quantas mães, todas mortas, até tua mãe
quantas línguas até que a língua fosse esta
e quantos verões até precisamente este verão
este em que nos encontramos neste sítio
exato
à beira de um mar rigorosamente igual
a única coisa que não muda porque muda sempre
quantas tardes e praias vazias foram necessárias para chegarmos ao vazio
desta praia nesta tarde
quantas palavras até esta palavra, esta
Tudo o que eu sei é que desperdicei todos estes anos procurando por alguma coisa, uma espécie de troféu que eu só conseguiria se realmente fizesse o suficiente para merecer. Mas eu já não quero isso, eu quero outra coisa agora, algo que seja morno e aconchegante, algo a que eu possa recorrer independentemente do que eu fizer, independentemente de quem me tornar. Algo que vá estar lá, sempre, como o céu de amanhã. Isso é o que eu quero agora, e acho que você também deveria querer.
Mas em breve será tarde demais. Estaremos demasiado acomodados para mudar. Se não aproveitarmos a nossa chance agora, poderá não existir outra para nenhum de nós.
Eu sinto a tua falta, mesmo depois de 4 anos longe de ti, ainda te amo, não consigo me libertar, penso que é melhor sumir, mas tu irá comigo, o que devo fazer? Nada mais me consola.
Eu escrevo todo dia, por compulsão. Mas agora, aos 70 anos, uma das perguntas que mais me intrigam é o que eu vou ser quando crescer.
Há em mim um velho que não sou eu.
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