Deixa eu te Deixar Louco
Um Delírio
– Eu acho que sou louco.
– Você?
– Sim, eu mesmo.
– Acho que não.
– Como não? Eu tenho todos os traços.
– Como?
– Eu gosto de arte.
– Sim, isso é loucura desde quando?
– Haaa... eu gosto de MPB.
– Sim...?
– Eu gosto de poesia, defendo a democracia, curto uma música ao vivo.
Junto dinheiro pra poder comprar discos antigos.
Faço macramê. Defendo movimentos como o MPA e o MST.
– Olha... ao meu ver, você não é louco, você só tem um senso crítico apurado.
– Pode ser. Eu gosto de uma boa roupa de linho e da minha choboy.
É um estilo meio peculiar, mas não chega a ser loucura.
Gosto de ir à praia, mas não entro no mar.
– Normal, muitas pessoas fazem isso.
– Defendo o poder de ser livre, a dessexualização dos corpos, o direito de ser livre, o dever de ser respeitado. O grito dos mudos.
– Aí você pode começar a ser considerado em outros países, mas aqui ainda não.
– Haaa, eu disse que tomo café sem açúcar?
– Sim.
– Tinha esquecido então.
– Não, você não tinha dito.
– Então, o que é “sim”?
– Você definitivamente me provou o contrário do que eu pensava.
Você é louco.
O lúcido e o louco caminham para sepultura, um limitado com suas sensações, outro feliz com sua loucura.
Me acham louco quando me veem rindo sozinho, mas é que leio gestos e atitudes, lembro de certas palavras e decifro a piada.
FADO
Nesse mundo louco
Dê-lhe esporas pro teu cavalo
Tudo escute um pouco
E cale o que não tem diálogo
Que gritem os roucos
Pratica firme o teu decálogo
Com ouvidos moucos
Faz do fado o teu regalo.
Sem rumo, louco, afortunado
Desatinado e cheio de muafo
Da vida, vivo para ser amado
Quero da loucura ser inventado
SONETO SEM JUÍZO
Meu coração é sem juízo
Vive num mundo de louco
Que corrói pouco a pouco
E é sempre no improviso
Sensações num rebolco
No foco, só tem prejuízo
É vago no que é preciso
Um casmurro... Mouco!
Ah! Que bom que seria
Tê-lo na proeza a fora
E no amor ser ousadia
Entretanto, e agora?
Está cheio de mania...
E saudades de outrora!
Luciano Spagnol
16, outubro, 2016
Cerrado goiano
Horário de verão
Zarpar
O cerrado é seco, chove pouco
Vou zarpar pro mar
Sem chuva a gente fica louco
As nuvens de lá tem pingos a gotejar
Levarei somente uma camisa
Deixo aqui meu erário, o poetar
Lá vou viver de brisa
Pois aqui brisa não há
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Na aurora vejo o dia nascer
E já fico louco a lhe esperar
Para no momento vespertino ver
Sua maravilhosa estrela brilhar
Te desejo, mas não te amo
Te amo, mas não te desejo
Sentimento maduro e louco?
Não sei ao certo diante do que vejo.
Lamentações de um povo
Terceiro milênio, mundo louco!
Dias que passam, corrida desenfreada...
Os eventos esportivos estão às portas
E nada mais interessa.
Vivemos as catástrofes como no morro do bumba,
A Região Serrana ainda agoniza...
Petrópolis, Teresópolis e Friburgo.
Foram quase totalmente destruídas...
Bairros sumiram por inteiro,
E, eu, aqui perplexo, vendo tantas injustiças...
A natureza cobrando as crueldades humanas,
Ela está sendo devastada sem misericórdia...
Homens fazem acordos com o além,
Para garantir suas pomposas festas e mais nada...
Saúde! Só existe no nome.
Os hospitais estão todos abandonados...
Segurança! A violência insiste em nos desafiar gratuitamente,
Mostrando que jamais iremos ver o seu final.
E quanto às autoridades?
Elas só pensam em arenas construir e muito carnaval...
Tanta saudade
Em sua ausência eu fico louco,
É querer e não poder lhe tocar.
Faz-me voar a ilha da nostalgia,
Nas lembranças do nosso passado.
Sinto a falta de não poder mais tê-la,
Sentir você quente em meus braços.
Fecho os olhos e vejo na memória,
O beijo dado, hoje muito desejado!
A minha alma morre aos poucos,
O meu coração já quase não bate.
Em agonia a tudo assisto na mente,
A lembrança me faz um feliz reviver.
Sonhos utópicos não mais me preenchem,
Sou um coração dilacerado, sem esperança!
Seu cheiro de rosa, ninguém mais sente...
Na cama nos construímos na bonança...
A incapacidade de à noite me atender,
Faz-me não suportar tanta saudade.
Eu só queria deitar, dormir um pouco!
Mas ela me invade e muito me abala.
Meu pecado
Você é meu pecado
Meu desalento
Meu corpo te deseja feito louco
Aninhar me em teu peito é meu desejo
Senhor das minhas vontades
Meu querer
O poema da minha alma
Por prazer deixo minha carne gritar
E me entrego
Deixo meu corpo conduzir me ao desejo
Nessa febre que queima
Enlouquece
E o que comanda nesse momento
Não é o pensar , mas sim
O instinto que me leva a você
Sentir seu toque
Suas mãos a percorrer meu corpo
O prazer de está ao seu lado
Não sou eu responsável por meus atos
Apenas quero está com você
Me despir de tudo o que me prende
E viver...
Sentir..
Deixar que simplesmente seja.
IsleneSouzaLeite
Louco pra me amar
Louco para me fazer feliz
Louco pra me dar seu prazer
Eu quero você
Sentir seu toque
Sentir seu desejo
Ouvir aquela música
Sentir você , só você
Eu quero
No sofá
Na cama
Em baixo do edredom
Fora dele
No chuveiro
Apenas sentir , sem parar...
Ouvir as batidas do seu coração
Esquecer o resto
Apenas viver
Dançar conforme a música
Te sentir
Deixar o corpo esquentar
E simplesmente me entregar
Eu quero você
Quero atiçar seu desejo
E fazer viver o seu eu
Encarar o que sou
Unir o que sou com você.
Poetisa
IsleneSouza Leite
- Perspectiva de um
No mundo dos verdadeiros normais, ser louco é ser normal, e, ser normal é ser louco; cada um segue na sua realidade que faz sentido, merecida de respeito, na verdade não há loucura, há diferenças, é bom ser.
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