Cuidando do meu Jardim
Meu passado me instruiu sem amarrar, traços velhos servem de desenho, não de cela, pinto o presente com mãos calejadas.
O mundo julgou-me frágil, mostrei estrutura, as aparências deram lugar à substância, meu silêncio convence mais que palavras.
Reencontrei-me nas pequenas vitórias, elas somam um outro mapa, meu avanço é discreto, mas sempre firme.
Não confundo orgulho com vaidade vazia, meu orgulho é ferramenta que sustenta ação, ele me mantém alinhado ao propósito.
A responsabilidade com o tempo é meu contrato, não desperdiço horas, invisto nelas, o retorno vem lento e seguro.
A determinação é meu horizonte prático, ela limita a dispersão e potencializa foco, a vida rende mais quando se dirige.
A experiência é meu patrimônio líquido, não se perde no mercado das palavras, rende decisões melhores a cada dia.
A miséria de ontem virou subsídio, reapliquei o que aprendi em valor, meu capital é a lição aplicada.
A pressão afinou meu caráter, a pressão não me quebrou, me acertou, hoje tenho menos sobra de vaidade.
Sou Israel em busca da promessa, anseio a terra guardada aos que perseveram, que meu nome se firme no Livro da Vida, para estar com Abraão, Isaque e Jacó, entre os escolhidos que herdam o descanso eterno.
Não desistir é meu maior triunfo, sigo errando, tropeçando, caindo, mas nunca me rendo. Cada queda me lapida, cada dor me ensina a permanecer de pé, mesmo quando o chão parece mais certo que o caminho.
O orgulho que cultivo é de progresso, não exibo troféus, mantenho ferramentas afiadas, meu orgulho é utilitário.
A persistência é a linguagem que mais domino, falo pouco, faço sempre, os resultados traduzem o meu discurso.
Ao digitar meu nome na internet, quando for apenas um registro perdido na rede, o que restará serão minhas frases, vestígios de uma alma que tentou se explicar através das palavras, que nunca chegaram a lugar algum.
