Cuidando do meu Jardim

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Meu refúgio inegociável, o porto seguro onde a alma se abriga quando a tempestade decide rugir mais alto que a minha voz.

Eu te comparo ao lírio que nasce entre os espinhos do meu medo, a beleza mais pura só floresce onde o perigo tenta impedir o toque.

A doçura de sua boca é a única mirra que meu sono aceita, repousar em seus braços é a única maneira de apagar a aridez da ausência.

O beijo de sua boca é o pergaminho que reescreve o meu passado, transformando todas as minhas cicatrizes em mapas para o seu abraço.

Meu coração vigia mesmo quando o corpo dorme, pois sabe que a visão da ausência é a pior das tormentas no silêncio da noite.

Meu rastro na solidão foi a bússola que te trouxe até mim. Nenhuma sombra, nenhum abismo deteve os passos do teu amor. Tu vieste sem cansaço, somente com propósito.

O passado é meu pesadelo, a obsessão que me rouba o sono. O cerne é que o incômodo não reside no que foi minha experiência, mas na amarga certeza de que isso me corrói por dentro. Afinal, mesmo que o tempo nos concedesse a volta, nesse labirinto irrecuperável, eu jamais teria o poder de alterar o que se consumou.

Neste mundo de ilusão, o meu coração de tudo cansou, ansiando por um refúgio de paz em meio à falsidade.

A morte vem rir do meu passado, mas o que ela não sabe é que as cicatrizes contam a história de um guerreiro que não se rendeu.

Assim como o orvalho gélido de uma manhã de inverno, a dúvida se instalou em meu coração, fria, silenciosa e com o poder sutil de congelar toda a esperança. O cristal, que parecia belo e puro à primeira vista, era, na verdade, a evidência de uma noite rigorosa que ainda não havia chegado ao fim. Não era um prelúdio de sol, mas a prova de que a vida, por vezes, se detém em sua forma mais dura e intocável.

O meu lugar no mundo é o espaço entre a tua voz e o silêncio da resposta.

Carrego dentro de mim batalhas que ninguém viu, mas cada uma delas moldou meu peito como ferro aquecido, não pedi para ser forte, fui obrigado pela vida, e mesmo assim aprendi a amar no intervalo das dores, sou testemunha da minha própria ressurreição diária.

Meu coração é um violão desafinado que só encontra a nota certa no teu cais.

Embora estivesse imerso na minha própria dor, a verdade eu já conhecia no íntimo do meu ser, uma luz que teimava em brilhar através das nuvens da minha tristeza, o conhecimento salvífico de que Jesus morreu por mim um dia no madeiro, essa certeza da Sua entrega, do quanto sofrimento Ele suportou, era o único farol capaz de orientar meu barco em meio à tempestade, mostrando a magnitude de um amor incondicional.

Queima, Jesus. Que Teu fogo atravesse cada sombra do meu ser e transforme em cinza as raízes do ódio e da mágoa. Que o Teu sacrifício caia sobre mim como neve, imaculada, lavando tudo o que me prende. Toca-me com Tua unção mais profunda, que minhas feridas se tornem portas e minhas memórias, cânticos. No Teu amor, faz-me renascer.

As perdas ensinam a geometria do meu próprio espaço. Depois de cada saída, sobra um contorno novo do que sou. Desenho com cuidado as margens que restaram do mapa. E percebo que a estrada que me falta é também caminho. Perder é reformar a casa onde ainda cabe silêncio e canto.

Sou estrela antiga, ecoando luzes que já se foram, meu coração queimando em silêncio. Cada fagulha é memória de mundos que jamais verei, cada brilho, um suspiro perdido. No vazio do cosmos, aguardo o instante em que tudo se desfaz, me transformando em poeira estelar, um murmúrio esquecido no infinito.

Em silêncio, imploro. Almejo o que nunca será meu. Talvez o que mais rejeito seja o que tenho de sobra, esse excesso de pensamentos, vagando como sombras num silêncio gritante, me prendendo às noites que não sabem dormir.

No meio do barulho que me cerca, minha alma inquieta chora baixinho, soluçando ao ver meu coração dividido em quatro pedaços.

Meu passado é um espelho cujo reflexo me fere, ainda que eu o quebre, as lembranças de um tempo sombrio permanecerão intactas.