Cuidando do meu Jardim

Cerca de 127493 frases e pensamentos: Cuidando do meu Jardim

Linha

Eu poeto de mim, daqui
nesta câmera surreal
por este fio vocês dai
numa transmissão corporal

por esta linha dual, agruras
em diversas camadas
solidão sem gravuras
felicidades sem risadas

assim, nesta comunicação
de passa e repassa, a voz
camuflada de significação
em versos mansos ou feroz

que se imprime da emoção
num linguajar em cadência
lembranças e boa paixão
na alma em total evidência

em cada trova um avesso
do reverso do meu daqui
cada verso o meu confesso
para vocês daí...

Instantâneos do meu poeta imerso...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Tua lembrança

Tua lembrança foi um sonho deletado
Um e.mail na lixeira do computador
São literárias de um ignoto passado
E apenas memórias de um antigo amor

Tua lembrança é gemidos e soluços
No meu poetar respingado de lágrimas
Já lavados dos meus vários embuços
E das liras de murmúrios e lastimas

Aqui do cerrado te digo que prossiga
Que mesmo sem o teu prazeroso olhar
Teu nome não mais escreve cantiga
Pois o meu verso árido pôs a ressecar

Aqui do cerrado te digo que esqueça
Não te soletro mais em noites de luar
Pois mesmo que meu pranto aconteça
No peito ficou só saudade de te amar

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Bagagem

Não sei quantos chãos tenho
Cada instante um sob os pés
Continuamente não me retenho
Nunca me achei, sempre revés
De tanto ser, só sou um lenho
Em borralho de alma, ao invés
De só vê que ruim é ser inhenho
Vejo o que sinto não é o que és
Uma vontade de ter empenho

Atento a cada tal lugarejo
Me torno eles e não a mim
Metamorfoseado no desejo
Sou eu, outro, neste jardim
E assim tão distinto cenário
O meu ser piorra sem fim
Diversos, só e questionário
Julguei o que sinto, enfim
Os chãos são o meu plenário

Deles levo um bocado, deixo
Um bocado, enfim, vou indo
Pois o que segue não queixo
Nem prevendo, nem provindo
Vou assistindo à passagem
Nesta de chegando e partindo
Vou lendo, escrevendo a paragem
Sem rever o conteúdo advindo
Em cada estória faço a bagagem

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DO CERRADO

Se falas que o cerrado é torto
Também falas sem ter razão
Tem belos vales no árido sertão
Não há porque do ver boquitorto

O pôr do sol é infinito em oblação
As flores rastejam num viver lindo
Sempre vivas no seu vai e vindo
Num vento ganindo verso e canção

Se o espanto aborta com tanto encanto
É porque o cerrado tem o seu encantar
Nele o grotesco é airoso no quebranto

Logo bem vês que admirado é o olhar
Cada desalinho alinha um tal recanto
Por Deus traçado tão contrastado lugar

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Abril, 2016, 10'28"
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Escorre no cerrado

Arrastam-se as manhãs
nos sulcados do cerrado
como verdadeiros titãs

Horizonte empoeirado
deitado no árido divã
lânguido e ressecado

Escorrem pelo ramalho
melancolia
.
.
negalho
.
.
dia
.
.
cascalho
.
.
poesia.
.
.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

versos do cerrado

chão agastado
ressecado poema

canto empoeirado
ventos em trema
no estro grudado

do cascalho sangrado
inspiração extrema
dum pôr do sol encovado

num horizonte com fonema
e galhos tortos poetado
no sertão árido com dilema

num cântico sulcado
dum poético ecossistema

choram os versos do cerrado

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Poetizando o cerrado

entre arbustos, secura, a poesia escorre
pela inspiração viscosa da vida, no cerrado
os dedos empoeirados, no papel morre
pra ressuscitar no pôr do sol encarnado

e em cada degustação, mais é mais criação
invencionice dum poeta ávido em poetar
sem biografia, cá um forasteiro na ilusão
a estilhar poema nos dias da terra sem mar

entre troncos tortos, torta emoção, todavia
o fado me pôs nesta sangria, chão sulcado
onde escavo entre pedregulhos a arritmia
do coração: saudoso, murmurante, calado

e nas madrugadas amarfanhadas, despertam
as manhãs numa mesmice e numa tal inação
me pondo no esquecimento que me apertam
a solidão do selado e árido chão do sertão

nas sombras da noite sem sono, ao relento
a ternura do vento enxuto, seca as lágrimas
guardadas nas tralhas do esquecimento
em pesados e brutos passos, de lástima

(entre os outonos meu poetar foi estacionado...
no cerrado!).

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
06 de abril de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

abril

(mirras)
folhas anunciam abril sem cor
vem vindo nas asas do vento
pássaros em gorjeios de louvor
metamorfoseando ao relento

acorda abril nas manhãs de outono
a natureza no ventre é transformação
espera o inverno pra ceder seu trono
assim vai o tempo em sua concepção

noites mais longas de melancolia
mais um abril passando por mim
suas árvores nuas escrevem poesia
transmudando e nunca pondo fim

(abril, mês de antúrio e estrelitzia.)

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
01/04/2016, 20'20"
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

TUDO MUDA (soneto)

Muda tudo, o tempo passa, quereres mudam
O ser mutante, metamorfosea a confiança
Virtudes, vontades compostas de vil dança
Tudo é variante, que as virtudes nos acudam

Nas novidades, sempre se tem esperança
Continuamente o moderno nos saúdam
A felicidade, se tiver, sempre nos ajudam
Pois, do danoso, pouco é a lembrança

Os desejos são de transparente manto
Nos cobrem de prazer e de bonança
Que comuta n'alma em choro e canto

E, no alterar-se o ter é ser abastança
Que se convertem em mor espanto
Se, não para o "ás", evite a mudança

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Janeiro, 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DO PLANALTO CENTRAL

Ressequido, a luz do sol alumiado
Sobre o sulcado e arbusto sinuoso
Reclina o planalto central grandioso
Entre as nuvens do céu do cerrado

É percurso do diverso e encantado
Pela maré poeirada, o audacioso
Sertão, de flores e ramo veludoso
Que banha o entardecer encarnado

De grossa casca e, fruto gomoso...
Forma bizarra no leito cascalhado...
Flora ipês, pequi e o buriti viçoso...

Não te rias do planalto, és enganado
Nele, o amanhecer é mágico e vistoso
Nele, o anoitecer é místico e imaculado

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
janeiro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SORTE (soneto)

Na minha má sorte, a boa é pendente
Eu nunca inferi por que. Não entendia
Nos prados do fado estava ausente
Indaguei a vida por que era. Não sabia

Na quimera do meu dia, fui inocente
De uma tal timidez íntima e correntia
Que o passar do tempo foi em frente
E as venturas pouco tiveram cortesia

E assim, o sonho se fez bem distante
O vario momento me foi um instante
E por eles pouco soube dessuar valor

Sinto, sem, no entanto, ser dissonante
Que se fiquei ou se eu passei avante
O importante é que fui e serei amor...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

ALMA DESERTA (soneto)

A minha alma está deserta
Oca de silêncio, de barulho
Deserta de presença, oferta
O sonho tornou um engulho

Desabou em andarilha, referta
Esquecida em um embrulho
Num deserto e ali descoberta
O teu mapa virou um entulho

Minha alma tornou-se deserta
Lembranças vazias, um arrulho
Sem sombra e sem um alerta

Minh'alma está um pedregulho
De mim mesmo está deserta
Eu sem ela, estou um bagulho

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
01 de maio, 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

PALAVRAS ALADAS (soneto)

Os juramentos jurados nas palavras aladas
Entrelaçadas nas promessas do amanhecer
Envolvam nosso afeto no firmamento de ser
E não somente ao vento, ao serem faladas

E se vão ficar, que permaneçam no haver
Cheias de magia e quimera, encantadas
Fazendo parte de carícias, tão camaradas
Soprando brisa afrodisíacas no bem querer

E nos atos ardentes das frases chamadas
Que nos queime de fascínio e de tal prazer
Que possamos crer, nas vontades elevadas

Firmamo-las no doce leito e, ali então a reter
A paixão no peito, e seduções apaixonadas
Que só palavras aladas, de amor, podem trazer

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, abril. 05'40"
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Canção para o cerrado

Não basta ser anunciado
é preciso dele perceber
o teu chão encantado
diversos no seu haver
misterioso e intrigado

Não basta cantar a aurora
sem a volúpia do vário
do belo que é sua flora
cerrado, velho santuário
peão do sertão, pandora

Não basta uma olhadela
é essencial o banquete
amor doido fado canela
se doar em ramalhete
tal uma virginal donzela

Pra apreciar o cerrado!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

... não sei o que vem pela frente,
com fé, Deus, cuida da gente!

Inserida por LucianoSpagnol

⁠CONCERTO… (soneto)


Concerto... de performance revestido
Em admiração e espanto, na cor canela
Onde o céu em rubor dispa da aquarela
Musicando e luzindo o horizonte pálido


Divinal, tal sinfonia com poético sentido
Desce a túnica da noite com lua e estrela
Deixando o sol com a alumiação de vela
Num cenário de um sentimento prazido


Orquestra, ó cerrado do Triângulo Mineiro
No sossego e silêncio doidejante e faceiro
Matizando o sertão com música e poesia


São acordes de cores de um cancioneiro
Cheio de harmonia e de mágico cheiro
Compondo-se de atração nesta noite fria


© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17 de junho, 2020 – Triângulo Mineiro
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

⁠A GENTE

Eu e tu: soneto e eu, poética repartida
Em duas estimas, duas estimas numa
Aí sentida. Tu e eu: ó versejada vida
De duas sortes que em uma só resuma

Prosa de partilha, cada uma presumida
Da alma contida, conferida... em suma
Essência na essência, sem que alguma
Deixe de ser una, sendo à outra medida

Duplo fado sentimental, a cuja a sina
Que na própria paixão cada uma sente
A sensação dum aquinhoar da emoção

Ó quimera duma poesia integralmente
Que infinitamente brote da inspiração
E, suspire na inspiração infinitamente...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26, agosto, 2021, 11’03’ - Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠O NOSSO SONETO

Para você, é para você, somente para você
Este soneto, ímpar, bocado de mim mesmo
De nós, de versos ao acaso, e talvez a esmo
De terno instante, prazer, do amor à mercê
Um soneto singelo, de emoção e sentimento
De um significado na composição, e prescrito
Pelo coração, em versos tão cheios de infinito
E de sensação. Ressaltando um rico momento

Está prosa com paixão, de desabafo e brado
Que rasga o peito em felicidade, enamorado
Compondo o soneto em alindada dedicatória
Aquarelas perfumadas, coloridas, doce feito
Emoção viva que escorre com atraente jeito
D’alma, no afeto de narrar a nossa história!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14 janeiro, 2023, 21’16” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Não precisa me amar. Mas saiba que eu te amo.

Inserida por pensador

⁠Só cabe amor e orgulho nesta casa.

Inserida por pensador

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