Cuidando do meu Jardim
Olha eu nunca esqueci o que você me falou, pra sempre vou guardar em meu coração, merecido eu fiquei, gesto tão bonito, uma cartão bem escrita, bem elaborada, você foi tão verdadeira, pois eu nunca imaginei, eu estou surpreendido e tenho a certeza que seu amor por mim valeu;
Pra recompensar, te prometo meu amor, eu prometo a minha vida inteira pra você;
Pra recompensar te prometo meu amor, eu prometo a minha vida, inteira pra você, pra recompensar.
SONETO SEM AMOR
Meu amor pouco ao meu alcance
Nas nuances até hoje em segredo
Não tive uma chance, pouca chance
Dele, surpresa, desilusão e tal medo
Meu amor, o olhar foi de relance
Na vida o desencontro foi enredo
Andou por andar, nenhum elance
Confiando no amor pra amar, ledo!
Pedinte viver, atravessou sem ter
A glória de um amor para amar
Passou por passar, pobre viver!
Aí de mim, na sina de encontrar
Nem digas, ó implacável haver
Nem sorriso, gesto, pra poetar...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
06 de setembro de 2019
Cerrado goiano
Medos
Nebulosa nuvem circunda meu pensamento,
Uma furtiva lágrima escorre pela face,
De repente uma tristeza corroí meu sentimento,
Ao não me sentir a direção de sua inspiração,
De ser personagem na história de seu coração.
Ah! Se eu pudesse expressar toda essa aflição,
De medo,
De angustia,
De sofreguidão,
Entranhadas na carne,
Assombradas pela solidão,
Que traz insônia,
Que tira o sossego,
Provoca dor.
Só porque desejei seu amor,
Seus beijos,
Seu olhar que traz calor,
Seus abraços de desejos,
Por mim,
Para mim,
Sentir, enfim,
Sua empolgação,
Tanto quanto demonstro por ti.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
13/11/2007
Á Virgem Santíssima
A teus pés, tal fé de incerteza,
O coração cheio de inquietude.
Posto o meu olhar de solicitude,
No teu doce alento de pureza...
Mais que piedade, é plenitude,
Que nem sei se há mais riqueza.
Tal o amor, tal luz, tal grandeza,
Que ao nosso clamor, servitude...
No rosário, desfio minha rudeza.
Mãe feita de perdão, pura beleza,
Cheia de graças, a reza primeira...
Da paz, divina piedosa dolorosa,
Silenciosa, fita-me assim chorosa...
Auxílio em nossa hora derradeira.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, setembro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
TÉDIO
Sobre o meu poetar, como uma sina
Tal ave de rapina, pesa a monotonia
Despovoando os versos, na surdina
Ilustrando a poesia de turva predaria
Oh! Escrever no silêncio, e inquilina
A solidão, sem sonho e sem alegria
Sem uma idéia e sensação cristalina
Faz o tédio ao poeta sua companhia
Ah! Deixar de fantasiar este ensejo
O pensamento no vão, a alma fria
Se a luz está escura e assim velada
Como posso avivar o meu desejo?
Se dorme numa catedral tão vazia
E lá fora a vida está abandonada!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
30 de setembro, 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
CAOS
No fundo do meu eu, o meu efeito
São noites, entardecer e alvoradas
Enlevos, suspiros e dores sepultadas
Devaneios engasgados no meu peito
Retas alongadas, curvas e lombadas
Mas, de repente, o esperado desfeito
Refeitos, rajadas do eu ser imperfeito
Clamor, as regras, retintim das ciladas
E nos motins, glórias e nada absoluto
Choro e hosana... Com o dito estrovo
Numa sina dum salmo agreste e bruto
E há no poetizar, de que me comovo
Gritos, festa, agonia, meu eu matuto
Incertezas, e o recomeçar de novo!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Bem me quer, mal me quer
Bem me quer, tenho aqui o meu cantinho
Mal me quer, ao dormir preciso de carinho
Bem me quer, de amizades não tenho fome
Mal me quer, não sei escrever teu nome
Bem me quer, paternidade é com meu cachorro
Mal me quer, na solidão eu peço socorro
Bem me quer, divido a opinião comigo mesmo
Mal me quer, a partilha permanece a esmo
Bem me quer, amo, a tudo e todos, sou feliz
Mal me quer, tudo é tão rápido, por um triz
Bem me quer, como é bom apreciar o amanhecer
Mal me quer, a cada dia veloz é o envelhecer
Bem me quer, sei mastigar a vida de solitário
Mal me quer, não tenho ninguém no itinerário...
Bem me quer...
Luciano Spagnol
De par a singular
Depois do teu olhar
O meu corpo se calou
A saudade faz aumentar
O vazio que você deixou
Não era para ser, mas foi
Aquela música silenciou
Não mais terei o teu oi...
Nem sei mais onde estou
Perdido está o ansiado projeto
O coração não mais disparou
O pesar não sabe ser discreto
Quer o que nunca mais chegou
Sem você o amor não é completo
E os sonhos sonhados acabou
Ter você é de paixão estar repleto
Pois pensei um dia ser minha, ou
Que éramos par, não singular o afeto.
Luciano Spagnol
Despedida
Meu coração, de poetar-te, delira
Escreve rascunhos cegos e sem vida
Com prosa sem cor e de mentira
E não se pode ser lida nem ouvida
São gestos e olhares de um caipira
Onde a alma se vê enlouquecida
Nas mesmas estórias e mistério
O meu amor por ti, anda de partida
Assim escrevo com tal despautério
O que sinto, frágil, faço em despedida
Saiba tudo passa, a dor tem cautério...
Luciano Spagnol
Meu tempo
Meu tempo se faz acelerado
Muitas vezes, também, lento
Meu tempo por mim temperado
Nas cores das rajadas do vento
Tempo, meu tempo tão atento
Que num piscar de olhos é raio
Num simples sorriso sedento
No afago doces brisas de maio
Este meu tempo do tempo ao tempo
Das nostalgias sem tempo de alistar
Do tempo de saudade ao relento
Não perde tempo só quer amar
Se o tempo é o dono do meu tempo
O meu tempo no tempo quer se libertar
Pra isto no tempo tenho contento
Fazendo do tempo, tempo de poetar
Oh! Tempo do meu tempo
Traz pra mim mais pulsação
Mais paciência e mais atempo
No meu tempo, tempo do coração...
Tu tempo do meu tempo, agitação!
Sim para o não...
Olha só...
Foi bom encontrar você
Meu coração estava de dar dó
Sozinho, e eu buscava o amor ter
Pois no para brisa d’alma nada se via
Porque ninguém no vazio existia
Ou ao meu lado desenhava alegria
E foi tão importante assim para mim
Tudo no começo já tinha fim
E no fim o não era o sim
Olha só...
Agora que te encontrei
Nos desencontros da paixão
Quero acreditar na sua emoção
Ficar ao teu lado, silenciar, deitar
Poder ser amado e a ti ofertar
Sentir a tua respiração, ser feliz
E falando em amor sou eterno aprendiz
Então, vamos deixar de lado a ilusão
Olho no olho, e dizer sim para o não...
Cerrado
À sombra do pequizeiro
Delirei a vida a sonhar
No uivo do guará faceiro
Chora o meu recordar
Nos galhos tortuosos
Brotam as saudades
De cheiros maravilhosos
De infância, alacridades
Tem gosto de gabiroba
Aridez do sol a rachar
Vigor doce de mangaba
Buritis a nos sombrear
Constrói o João de barro
Nostalgias em todo lugar
O vaga-lume tão bizarro
Ilumina o meu poetar
O horizonte é sem fim
Onde põe a lua a repousar
Lobeiras talham o jardim
Das savanas a enfeitar
A arapuá em sua cabaça
Ornam o beiral do passado
Ipês em flor pura graça
Desenham o meu cerrado...
Rio, 22/03/2011,
17’07”
Poema ateu
Escondido no breu
Da madrugada
No fundo do meu eu
O corpo cala
Dormente acende o seu
Espírito, na lembrança que fala
Que um dia sofreu
Sofre, e ainda a nostalgia embala
Na noite, de um poema ateu
Que disfarça, clandestino
A saudade que um dia valeu
E hoje apenas brado peregrino
Lírica poesia
Musicando o meu pensamento
Em ritmo de doçura e alegria
Escorre pelas bordas da inspiração
O amor é sua magia
Essência que invade a afeição
E a alma acaricia
Fonte de fecunda imaginação
Nutrindo a alquimia
Da fantasia e da emoção
Compondo lírica poesia...
Ao coração
O seu amor me disse que é passado
O meu amor no seu tornou-se calado
Tudo foi errado...
Deixa pra lá!
Amor com saudade
Nas reticências da vida perdi o meu amor
No evo. Privando nossa convivência a dois
Agora são caminhos difíceis de transpor
De lembranças. Que as deixo para depois
Se as procurei nas esquinas todas do destino
Foi pela urgência de querer sair da saudade
E assim, me vi em um oriundo peregrino
De olhar a olhar, em uma cabula eternidade
Quando na verdade só queria o seu sorriso
Gravados no seu desvelo, no seu carinho
Pois os meus foram seus, os seus ainda preciso
Neles pude aninhar, e agora privado, sozinho
E como lhe dar com está tão inopina nostalgia
Que me invade e me arrasta para um cantinho
Da dilação. Difícil é essa travessia...
