
Enfermagem, cuidar sem aplausos, viver sem aumento
A enfermagem grita, mas o eco têm sido o silêncio.
Fomos a linha da frente quando todos recuaram...
E agora, somos a última linha na folha de proventos.
Estamos adoecendo não de vírus, mas de esquecimento.
Cuidamos dos corpos que governam...
Somos as mãos que amparam a vida e acalmam a partida.
Aquelas que trocam fraldas, limpam feridas, e ainda assim
recebem proventos que doem mais doque qualquer ferida.
Enquanto o pais dorme, estamos cuidando dos que respiram
com a ajuda das nossas mãos...
Enquanto as autoridades discursam, estamos trocando curativos,
enxugando lágrimas e sustentando a vida.
Quando a velhice bater á porta dos poderosos...
e a soberba já não servir de abrigo, serão as mãos da enfermagem
que cuidarão das suas feridas, trocarão as suas fraldas frias...
Talvez descubram nesse momento o valor de ser cuidado.
E quando o tempo cobrar a fatura, seremos nós... as mesmas que ignoram...
quem estarão ali, trocando suas fraldas, curando suas feridas...
e mostrando mais uma vez que aprendemos a curar mesmo sem remédios.
Apesar do cansaço, continuamos firmes, mesmo diante de tantas promessas vazias.
A Enfermagem é o coração do SUS...
e o coração está cansado.
E quando o tempo cobrar a fatura, seremos nós...as mesmas que ignoram...quem estarão ali, trocando sus fraldas, curando suas feridas e mostrando mais uma vez que aprendemos a curar mesmo sem remédios.
Somos a base silenciosa que o sistema esqueceu de valorizar.
Deus sempre tão perto
Procurei Deus nos templos altos,
nas palavras rebuscadas,
nos caminhos pavimentados
de promessas e milagres.
Mas ele me esperava
no silêncio do meu quarto
no gesto simples de quem
me estende um sorriso.
Fui atrás da felicidade
como quem caça um mapa
desenhei rotas, tracei metas,
fiz planos e apostas.
E ela estava ali...
no cheiro do café
no abraço da manhã
no instante que eu ignorava.
Enfim, aprendi que Deus não se esconde.
A felicidade não foge...
nós e que fechamos os olhos
para o que já temos nas mãos.
Além do Visível
Na travessia da vida, encontrei olhares que valorizavam aparências... mãos que mediam valores na superfície breve das coisas.
Mas meu coração, abrigo sem grades nem vitrines, anseia por aqueles que sabem ver aquilo que a pele não revela... aquilo que não cabe em molduras.
Desejo os que tocam a essência, os que valorizam a vida... os que enxergam o invisível, como quem vislumbra horizontes no brilho de um olhar.
Que se aproximem de mim, não os que julgam vitrines, mas os que conseguem transformar pequenos instantes em grandes momentos.
Porque a essência não se mede em molduras, mas na coragem de despir-se das aparências, reconhecendo que viver é o maior tesouro... livre como verdades que não precisam de vitrines.
Ecos do Passado
Na mocidade, eu amei correndo,
como quem teme a perda.
Agora amo em silêncio...
como quem entende a eternidade.
O tempo passou, e me deixou vazia de palavras, mas cheia de histórias.
O que foi desejo, agora é gratidão...
o que foi silêncio, agora é palavra.
Havia poesia nos meus silêncios, versos não escritos, noites desperdiçadas...
agora, a caneta se ergue, tardia, mas cada palavra é um eco do que fui.
Não procuro os fantasmas do ontem...
nem lamento as perdas que me moldaram,
não é saudade nem lembrança...
é algo maior, silencioso e real.
O que sinto hoje é amor pela vida...
amor pelas mãos que me seguram...
pelo instante que pulsa entre meu peito, e o mundo que ainda me espera.
Leveza não é fraqueza
Demorei a entender...
que ser leve não é ser frágil...
e morrer todos os dias e renascer em flor...
é ser firme o suficiente para soltar o que pesa.
Carrego dores com delicadeza...
para que elas não arranhem quem passa por mim.
Faço do silêncio, abrigo.
Falo pouco, mas sinto muito.
A leveza é resistência...
Já fui tempestade sem sentido...
hoje sou garoa persistente...
molho devagar...
mas alcanço fundo.
Quem acha que minha calma é passividade,
não viu as guerras que venci por dentro.
A leveza que carrego foi esculpida em silêncio,
entre perdas que calei...
e recomeços que ninguém viu.
Insistência
Há dias...
em que o mundo atravessa...
não com força, mas com desgaste.
com cansaços antigos que não se explicam.
E ainda assim...
Desaba em mim um peso antigo que não consigo decifrar...
mas carrego.
Algo em mim permanece em estado de vigília.
Não é milagre.
Nem fé de vitrine.
É um senso íntimo de direção que se recusa a recuar.
É a escolha silenciosa de continuar
mesmo sem plateia...
é o gesto miúdo de existir quando ninguém nota.
Não aprendi a vencer com medalhas.
Aprendi a prosseguir sem aplausos.
Aprendi a resisti em silêncio.
Aprendi a ser pensamento onde só se aceita barulho.
Meu corpo recua...
mas minha consciência não.
Meu cansaço pesa...
mas não me desliga da busca.
Guardo questões que não se calam...
e mesmo sem respostas, sigo.
Porque viver, ás vezes, é apenas isso:
manter acessa a centelha que o mundo tenta apagar.
Universo em Cada Ser
Cada pessoa carrega um universo,
com planetas em desalinho,
luas em fase de esquecimento,
e estrelas que brilham...
mesmo quando ninguém está olhando.
Há constelações inteiras escondidas
atrás de um silêncio...
e estrelas exaustas que se apagam
antes de serem vistas.
Nem todo brilho se vê à primeira vista.
Nem tudo que machuca faz barulho...
E nem todo mundo sabe dizer onde dói.
Por isso, aprendi a olhar com cuidado...
A escutar com o coração o que a boca cala...
A ouvir o que o silêncio tenta dizer...
A não julgar o tempo de ninguém.
Cada pessoa carrega um universo.
E todo universo...
mesmo os que ainda não compreendo...
merece respeito.
Respeito pelo espaço que ocupa,
pela história que guarda,
pela beleza que ainda não sei decifrar.
Porque há mundos que florescem
no silêncio...
e só se abrem diante da gentileza...
há mundos que só se revelam quando
deixamos de apontar o dedo e estendemos
a mão.
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Enfermagem, cuidar sem aplausos, viver sem aumento
A enfermagem grita, mas o eco têm sido o silêncio.
Fomos a linha da frente quando todos recuaram...
E agora, somos a última linha na folha de proventos.
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Cuidamos dos corpos que governam...
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e mostrando mais uma vez que aprendemos a curar mesmo sem remédios.
Apesar do cansaço, continuamos firmes, mesmo diante de tantas promessas vazias.
Quem vive tentando caber na vida dos outros, acaba se perdendo do próprio destino, e morre sem ter vivido a própria história.
Quem se apaga para brilhar no reflexo dos outros nunca verá sua própria luz.
Antes de se conectar com o mundo, aprenda a se reconectar com você...
O amor-próprio é a senha da cura.
A essência não se mede em molduras,
mas na coragem de despir-se das aparências...
reconhecendo que viver é o maior tesouro...
livre como verdades que não precisam de vitrines.
A maior delicadeza do amor é saber entrar sem ferir...
e permanecer sem prender.
A poesia é o vírus da liberdade num mundo programado para calar.
Quando o mundo cala, a poesia fala, e ninguém consegue silenciar.