Coleção pessoal de yasmincardosofluir

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Silêncio Escolhido


Há um instante em que o ruído do mundo se torna mais alto que o próprio coração.
Nesse instante, não é a fuga que chama, mas a clareza: compreender que a vida também exige portas fechadas.


Isolar-se não é negar a existência do outro; é afirmar a própria.
É um gesto de retorno — como o mar que recua antes de criar a próxima onda.
Quem se recolhe não desaparece: transforma-se.
No recolhimento, as vozes externas se dissolvem e surge a pergunta que nenhuma multidão consegue abafar: quem sou eu quando ninguém me olha?


Há quem tema o silêncio, porque nele não há disfarces.
Mas é nesse vazio aparente que se escuta o som mais nítido do ser.
O afastamento não é abandono; é a arte de respeitar a necessidade de repouso da alma.


Voltar — se voltar — é escolha futura.
Por ora, o presente é a pausa.
Um ato de coragem que se escreve com portas fechadas e luz suave,
onde a solidão deixa de ser ausência para se tornar presença de si.

Poema Bipolar

Hoje eu reconheço:
nem todo mundo fica,
nem todo mundo quer.

E talvez seja melhor assim.
Nessa dança de idas e silêncios,
eu não corto ninguém com as minhas arestas,ninguém me corta com a lâmina da ausência.

Entre o alívio e a solidão,
eu me divido.
Metade é paz.
Metade é vazio.

E sigo,com esse estranho consolo:
ser livre do que não me escolhe,e prisioneira do que ainda sinto.

Nem Todo Mundo Fica


Nem todo mundo tem
ou quer ficar.
E eu digo:
tudo bem.


Mas dentro de mim,
o “tudo bem” é uma moeda:
cara é força,
coroa é solidão.


No fim,
sou abrigo vazio.
Segura demais para me ferirem,
frágil demais para não sentir.

Contradição


Hoje agradeço:
ninguém me machuca.
Hoje lamento:
ninguém me toca.


É essa contradição que me veste:
a calma de estar só,
a angústia de não ser escolhida.


Sou remédio e veneno.


Sou paz e punhal.


Sou a contradição que respira em mim.

O que eu sou


Sou melancólica,
às vezes pura,
às vezes sedutora.


Minhas fases escuras
contaminam os outros:
ficam tristes,
se enojam de mim.


E eu pergunto:


que mal eu fiz


por ser assim?

Pergunta ao espelho


Trago dentro de mim
a pureza da menina,
a sedução da mulher,
e a tristeza que arrasta.




Mas quando me veem chorar,
se afastam,
me rejeitam.




E eu só queria saber:
ser eu mesma
é pecado?

Declaração de quem sente


Carrego luz e sombra:
sorrio doce,
olho com fogo,
me afogo em lágrimas.




E quando minhas dores
escorrem nos olhos,
eles não suportam.




Eu não gritei,
não feri,
não menti.
Então por quê?
Que mal fiz eu
por sentir tanto?

Bipolar Nata


Sou melancolia que abraça,
sou pureza que acalma,
sou sedução que queima.


Troco de pele como quem respira:
uma hora sou cura,
outra hora ferida aberta.


Minhas fases assustam,
meus abismos contagiam,
minha intensidade pesa.


Mas não sei ser menos.
Nasci assim:
bipolar, inteira,
sempre demais para caber em pouco.

Contrastes


Posso ser menina que sonha,
posso ser mulher que provoca,
posso ser silêncio que afunda.


E todos olham,
mas poucos ficam.
É fácil aplaudir minha luz,
difícil suportar minha noite.


Sou feita de extremos:
do riso que explode
ao choro que devasta.


Se isso é defeito,
é também meu feitiço.
Sou um paradoxo vivo,
uma contradição que respira.

⁠"E se eu estiver perdida..."

Talvez estar perdida não seja o fim, mas o início.
O início de uma travessia silenciosa entre quem eu era e quem estou me tornando.
Nem sempre o caminho é claro — mas às vezes, o que parece desorientação é só o convite da alma para desacelerar.
Para ouvir. Sentir.
E reaprender a confiar em mim.

É desconfortável não saber.
Mas é nesse não saber que mora a potência do recomeço.
Talvez o meu caminho agora não seja uma estrada reta.
Talvez seja um campo aberto, onde eu mesma vou plantar as pegadas.

E se eu estiver perdida…
Que seja no meio de mim mesma, me reencontrando.
Com amor, com verdade, com paciência.

Porque às vezes, o que parece caos é só a vida me ensinando a nascer de novo.

Depois da Chuva - O Que Fica é Coragem




Vou caminhar na praia depois da chuva, porque preciso encontrar o meu sol — o meu sim.
Vou me despedir de cada pedacinho de amor que ainda carrego, e deixarei um legado importante.
Não deixarei amor, mas deixarei coragem.
Serei lembrada pelo que fui, não pelo que amei.
Reconheço que não soube amar, e hoje aceito: as questões biológicas me trouxeram até aqui.
Não há mais remédio,e o que não tem remédio, remediado está.
Tudo é consequência. Escolhas e consequências.
Meu ego brilhou no espaço que me cabia,e que bom.
Amei minha estadia aqui.

⁠“Eu esperava que você me escolhesse”

Eu ficava em silêncio esperando você se decidir.
Esperando que enxergasse tudo o que eu era.
Tudo o que eu oferecia.

Eu só queria ser escolhida.
Com coragem. Com presença. Com verdade.

Mas você tinha medo.
E eu me afastei tentando não implorar.

Doeu.

Mas hoje eu entendo:
se eu preciso esperar ser escolhida,
é porque nunca fui prioridade.

Eu merecia alguém que soubesse que era eu e ponto.

⁠“Não sei se ainda te amo, ou se só sinto falta de quem eu era com você”

Às vezes, eu não sei se é você que eu ainda amo…
ou se é a mulher que eu era do seu lado.

Eu me sentia linda com o teu olhar.
Firme com a tua mão na minha.
Viva com o teu desejo em mim.

Talvez eu tenha amado o reflexo que vi nos teus olhos.

E agora que você se foi,

eu tento descobrir quem eu sou sem você.


“Será que era amor...
ou só o reflexo de mim no seu olhar?”

⁠“Se você soubesse o quanto ainda mora em mim…”

Tem dias em que eu queria te escrever.

Só pra dizer que ainda lembro do teu cheiro.
Do teu jeito de rir das minhas manias.
Do silêncio que só era confortável porque você estava nele.

Mas não escrevo.
Porque talvez você não saiba o que fazer com isso.

Então eu guardo.

Guardo tudo isso aqui, no peito, como quem guarda uma flor que já secou — mas ainda é linda.

Se você soubesse o quanto ainda mora em mim…

Talvez sentisse vontade de voltar.
Ou talvez só soubesse cuidar melhor da próxima vez.


“Guardo você como quem guarda uma flor seca:
já passou, mas ainda é linda.”

⁠Carta para o homem que me chamava de rainha

Eu sei.
Eu sei que você me amava, mesmo nos seus silêncios.
Mesmo sem tanto carinho explícito, sem muitas palavras.

Eu sentia isso no jeito que você me olhava às vezes,
no seu esforço confuso de me proteger do que nem você entendia.

Eu acreditava em cada vez que você dizia que queria ser meu porto seguro,
mesmo quando você era tempestade.

E sim, eu vi você tentando.

Tentando melhorar, tentando ficar, tentando ser o melhor pra mim.

Só que amor também cansa.
E eu cansei de ser forte o tempo todo.

Porque enquanto você se perdia dentro de si…
eu me perdia tentando segurar nós dois.

Eu só queria que você me escolhesse com clareza.
Que me chamasse de rainha — e me tratasse como tal.

Eu queria ser seu templo de paz, mas acabei sendo abrigo da sua guerra.

E mesmo assim, eu te amei.
Inteira. Sem falta. Sem dúvida.

Ainda amo, de um jeito que não sei apagar.
Mas hoje, preciso me amar também.

Se um dia você voltar inteiro…
talvez eu ainda esteja aqui.

Mas agora, eu volto pra mim.


“Eu queria ser teu templo de paz. Mas fui abrigo da tua guerra.”

⁠Ele me chamava de rainha, mesmo sem saber reinar os próprios sentimentos

“Te amo, minha vida…
Espero sempre ser teu porto seguro, tua razão e teu templo de paz.”

Ele me dizia isso entre silêncios e confissões.

Confessava que não era tão carinhoso,
que tinha dias em que nem ele se entendia.

Mas no meio das falhas, tinha uma certeza:
Ele me amava.

Me chamava de rainha.
Queria ser abrigo, queria ser presença.

Mesmo sem jeito. Mesmo com feridas.

E prometia o que, no fundo, ele acreditava:
“Você nunca mais vai estar sozinha.”

Talvez ele não tenha conseguido cumprir tudo.
Mas sei que ele tentou.

E às vezes, tentar já é amar mais do que parece.



Ele me chamava de rainha. E mesmo confuso… me amava como sabia.

⁠Ele me amava, mesmo cansado

“Desculpa por não estar tão alegre…
Mas eu juro que tento te fazer feliz.
Te amo, tá?”

Palavras dele.
Cheias de cansaço, mas também de cuidado.

Ele ainda me chamava de meu amor.
Mesmo quando tudo já parecia difícil demais.

Não foi falta de sentimento.
Foi peso demais pra carregar sozinho.

E talvez…
só talvez…
esse amor ainda exista.

Só que agora, mora em silêncio.


“Ele me amava. Só não sabia mais como mostrar"

⁠Ele dizia que eu acabava com ele

“Você acaba comigo…”

Ele dizia isso ofegante, entre um beijo e outro.

E eu sabia.
Sabia que não era só o corpo.
Era o efeito da minha entrega.
Do meu olhar direto.
Do jeito que eu dizia tudo sem falar nada.

Ele se desarmava em mim.
Como se eu tocasse algo que nem ele sabia nomear.

Não era só prazer. Era conexão.

E mesmo agora, longe…

Às vezes eu sinto que ele ainda pensa nisso.
No jeito que eu acabava com ele.

E no quanto, sem querer, eu ainda fico inteira dentro del

“Ele dizia que eu acabava com ele. E eu sabia que era verdade.”

⁠Ele me olhava como se me desejasse com a alma

Não era só desejo.
Era admiração.

Ele me olhava com fome e ternura ao mesmo tempo.
Como se eu fosse poesia viva.

E quando me tocava…
era como se dissesse:
“Eu te vejo. Te quero. Te reverencio.”

Era o tipo de toque que faz a mulher lembrar quem ela é.
Que faz ela se sentir poderosa, linda, inteira.

Ele me chamava de rainha…
e eu acreditava.

⁠O corpo dele conhece o meu

Ele sabe exatamente onde tocar.

E não é só pele — é energia.

Tem um jeito no olhar, uma pausa antes do beijo, um silêncio que arrepia mais do que palavra.

O corpo dele conhece o meu como se tivesse morado aqui.

E mesmo longe, às vezes eu sinto.

Como se meu corpo lembrasse…
e chamasse por ele sem que eu percebesse.