Coleção pessoal de willasmaykon

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EM CADA RUÍNA

Em cada ruína já tecida
Um garotinho sem um trocado fizera parecer
Que costumava andar sem rumo e descalço
Para da terra se sentir vivo. Dela crescer

Foram vários espinhos Que o furaram
E vários cortes que sangrou
Dos solos ruins e os bem cuidados
Que aquele menino já pisou

Não se cansa nem descansa
De trilhar este rio de eixos
Mesmo sabendo que irá se ferir
No mar das incertezas de enfermos

E quando não menos, em cada sã relance de ruínas
Que vaga, sonda e prevalece
O garoto descalço que não conhece
Abraça o mundo que o entristece

Volta e meia o tempo que enfraquece
A força de ventos fortes que devastam
As dores não são ilusões que aqui padecem
Deste rio de descompassos.

Feito um psicólogo, um livro fechado.
A barca do Porto, ou o ubar que vem e vai
Vivo este momento de menino, um desdém
Um fim de outono que não me satisfaz.

PARTES DE MIM

Há quem de longe por ti pense,
Que em pensamentos por ti ora, por ti zela
Que passo ao passo a senti
A sua doce e singela aquarela.

Alguém que com fé pré-escreve os encantos
Do canto de teu canto a encantar
Que revela o amor dos novos ventos
Do passado triste a acalentar

Das boas idas e vindas vividas
Das saudades aos poucos alimentei
As sensações são as mais belas e lindas
Que por fim só agora as selei

Para onde vai, se partira agora
Um vazio deixará sem fim
Que maltrata e faz falta
A infinda saudade tornou-se parte de mim.

A solidão é uma morada que paira o sossego eterno do poeta.