Coleção pessoal de voznoouvido

21 - 40 do total de 36 pensamentos na coleção de voznoouvido

Pode entrar viu, seja bem-vinda a minha rotina
Aqui é assim, todo dia fazendo faxina
Lava um prato aqui, varre um pouco lá
O ruim é a patroa que quer me alugar.
Imagine só que agora surgiu um papo de além de empregada eu vou ser babá.
E eu aqui doida querendo saber com quem minhas crianças vão ficar. Mais aí ela disse que aumenta mais uns trocado
O problema mesmo é o marido dela, aquele folgado.
Larga tudo jogado pelo apartamento
Esse moço é estranho.
Outro dia chegou aqui transtornado dizendo que tava cansado.
Pediu uma cerveja e uma massagem
VÊ SE EU POSSO, SEU MOÇO.
Te orienta que a minha alforria já foi assinada
Vem pra cá não com essas maluquices coisa mandada.
Assina logo meu cheque que eu tô atrasada já é quase três horas e até chegar na agencia a porta já tá fechada.
Amanha eu volto, as sete já tô no batente é dia da dona canguinha
Eita Mulher exigente! Aquela lá é mão de vaca mas o coração é de gente.
Pode entrar viu, seja bem-vinda a minha rotina.

Esse meu coração teimoso acelera quando lembro de quem não devia, lembro do que nem se quer vale a pena. Chego a pensar que devia tratar as coisas como algo solúvel e não perecível, como se eu pudesse dissolver somente quando eu quisesse, não pra ter liberdade mas sei lá, as coisas ultimamente tem me feito pensar que nenhuma dor é necessária se não for pra ensinar... A liberdade que eu quero é a de escolher fazer o que me faz feliz.

Quando paro pra observar, nem todos falam, sentem tão menos pensam na verdade. Estão tão atrelados a sua verdade, que é absoluta, tirana. Quem me dera um dia ter tanta audácia e astúcia pra trazer a mim tanta determinação e bravura pra acusar qualquer um com o olhar ou até mesmo fuxicar coisas sem nexo porque me convém. Tenho assistido ouvido um povo que não presta atenção na própria verdade, mas sabe impor e julgar a verdade de tudo quanto é gente ao redor!!

O corpo fala, quando a alma GRITA.

Numa busca incessante e cansativa por mil e um motivos pra não desistir de alguns amigos me debrucei sobre as mesmas palavras que disse a três anos. Na verdade parece um círculo, uma loucura que persiste e continua atrelada aos mesmos motivos, as mesmas loucuras, as mesma ataduras. Tento enfeitar meus galhos com todo amor que me cerca, mas as vezes percebo que os enfeites são passageiros, situações me embriagam de chateação, me forçando a entender que ao invés de cansar procurando enfeites devo me ocupar cuidando de minhas raízes. Afinal não existirão enfeites mais bonitos do que meus próprios frutos.

Se estiver cansado, se a felicidade bater, se você engordar rsrs, se você acordar descabelado, se alguém deixar de te amar... Ame-se, se...

Eu quero ver o passado pegar fogo, e das cinzas fazer meu tapete. Caminhar segura em cima do resto de tudo que já lutei, e em direção ao horizonte de mil novas possibilidades de ser quem não fui. Sou o medo e coragem, saudade e orgulho e de hoje em diante pretendo ser presente e futuro.

Acabei de chegar daquele lugar onde o atabaque não para de tocar, o corpo vibra/treme e clama ao amor pelos Orixás. A cabeça confusa acostumada a pensar hoje desacelerou pra assistir o bailado das Yabas. A chama da Rainha dos raios tomou meus olhos, senti o ombro estremecer e a cabeça relaxar, mas ainda não foi a hora de conhecer o lado de lá onde deuses e humanos dançam e saúdam as vidas de povos cheios de luta e história linda pra contar. EPAHEEEEY Oyá

Eu tô falando de muita gente alienada dizendo nada com nada. De desaforo absurdo de gente falando que nesse mundo não há preconceito. Justamente pra mim que por nada ouço a mesma ladainha de gente mesquinha, criado a leite com pera, que hoje fica de segunda a sexta-feira lutando contra o meu direito de andar na sua sem ser suspeito. Não é superioridade é só a garantia de que a "autoridade" me respeite como tal, não adianta dizer que todo mundo é igual. Afinal os pretos tão mudando o país, mostrando a que veio e o quanto nessa luta é feliz. Dá me licença que eu estou passando com um arrastão, de gente preta que luta pelo fim dessa porrada de opressão. Tá me ouvindo bem?

Eu to falando, volta, num saí não
Lembra o que eu disse, escuta meu coração.
Você teima demais continua errando,
Passa o dia bebendo e andando
Por aí como se não tivesse boca pra alimentar
Roupa e sabão pra comprar.
Fica aí na bebedeira esquentando a garganta
E eu aqui ouvindo nossos filho chorando atrás de janta.
Não aguento isso não, todo dia é a mesma situação
Você chega louco me mata com palavras fortes
Isso se não me ameaça de morte
Com o olho roxo e o coração destruído
Penso se você é mesmo meu marido
E imploro aos céus o dia
Em que tudo voltaria a ser como antes
Sem suas bebidas, seus desaforos e suas amantes.
Não sei se te deixo ou vou eu mesma embora
E sigo minha vida livre mundo á fora.
Mas a vida é traiçoeira e numa noite
Calma e faceira você sai e não volta mais
Me abandona mais uma vez, vira noticia no jornal
Como mais um freguês daquele bar.
Que agora na porta estão o IML e a Policia Militar.

Não é tão difícil quanto parece, depois que eu entendi que tudo aquilo só me enlouquece, eu fechei os olhos para então em prece agradecer por todo o estresse que hoje me amadurece. Anoiteci corroído lembrando de algumas coisas que já vivi, coisas que inevitavelmente tinha que ser parte de mim. Doeu um pouco no corpo lembrar de certas histórias tanto é que o olho encheu, mas não transbordou, ficou ali inerte embaçando minha vista, minha vida. Tratei logo de limpar, pra ver um pouquinho da dor cessar. Parece que dá certo, por mais incerto que seja meu desejo de esquecer tudo que estruturou o meu novo jeito de agir. Sei lá só queria desabafar, não podia deixar de falar do quanto hoje foi intenso.

A luta é contínua, não tem fulano que venha pra cá. Nem de carro, quem dirá a pedalar. Mas quem é daqui sabe o quanto precisa do extra do Natal, larga a família com os vizinhos e vai atrás de mais um real. Vai lá irmão garantir mais um dia com pão, ou que seja então uma onça a menos no bolso do patrão.

Um olhar curioso, atento que desabrocha em sorriso só de pensar no quanto ainda tem pra desvendar. Dia lindo pra começar... Das coisas que fiz para o meu amor passar, aprendi a me amar.

DO AMOR QUE DESCONHEÇO.

Vou ver se adormeço,
Pra ver se esqueço
Essa loucura e apreço
Que sinto desde que te conheço.
Confesso ter sido travesso
E tentado a todo preço
Conhecer o seu coração.
Mas não sei se posso.
Aliás o meu à tempos lhe ofereço
E você não parece interessado.
Mas não me aborreço.
Tu me negas e assim eu te conheço.
Um novo você, um novo começo.
Hoje sigo mas ainda permaneço
Sentindo que só eu me mereço.
Mas sei muito bem e reconheço
Que todos esses versos são pra ver se te esqueço
Ou se mudo meu amor por você de endereço

Hoje sei amarrar meus sapatos sem gritar mamãe. Não tenho mais janelinha no sorriso. Deixei de plantar feijão no algodão. Nem me preocupo com os monstros embaixo da cama, tão pouco insisto pra dormir de luz acesa. Larguei as canetinhas de colorir pra pegar caneta em punho e escrever minha história, de prantos e gargalhadas. Desse jeito mesmo, bem esdruxulo, com um mar de palavras que me oceaneam de sentimentos bons. Sinto falta da minha lancheira de elefante, mas continuo o mesmo falante, sonhador, carente e pequeno notável de sonhos e vontades gigantes.

Será possível hoje em dia viver em harmonia?
É... Com quem não repeita seus medos e alegrias?
Cada sorriso meu parece que só faz incomodar, pesando os pés e o fazendo trotar.
Deixando claro a insatisfação...
Me causa espanto, saber que tá esperando meu pranto,
Pra se sentir feliz em algum canto,
Do pensamento afetado.
Não sei o que pode se passar de fato nessa mente.
Enquanto isso eu me divirto,
E sinto a orelha arder,
E os olhos do dito cujo ferver,
Numa vermelhidão que não me assusta,
porque fuzilam querendo chorar.
Faz cara de indiferente, achando que eu tô crente que isso tudo é pra valer.
Me "dói" ver essa insistência em viver de aparência.
Mostrando uma deficiência em viver em comunhão.
Sempre tem algo pra apontar,
Um defeito pra arranjar.
E quando amanheço, no calor de cada manhã me lembro do bem que fiz em me afastar.