Coleção pessoal de versoerrante_1105628

Encontrados 5 pensamentos na coleção de versoerrante_1105628

Meu amor por você é contraditório sabe?
Mesmo que eu não queira te ver
meus olhos te buscam na multidão
Mesmo não querendo te encontrar
minhas pernas me lavam ao teu caminho
Mesmo com a certeza
desse amor falido.

"... Isso não é desistir da própria vida, é desistir de viver porquê não faz sentido.
Não faz sentido não ter sentido na vida das pessoas que amamos.
Se não consigo ter a mínima capacidade de dar alegria á quem mais amo, como poderia eu ser feliz?."

⁠Tenho escrito tanta coisa.
Tantos textos tristes.
Sobre o que perdi, o que estou perdendo, e o que ainda vou perder.

Às vezes me pego achando que estou me tornando um escritor.
Cheio de ideias.
Um cientista da dor.
Alguém que entende o peso das palavras e os silêncios entre elas.

Penso que talvez eu esteja ficando mais inteligente.
Mais lúcido.
Mais capaz de observar o mundo com uma clareza que antes me faltava.
Mas, no fundo, o que mais vejo — o que mais sinto —
é a minha tristeza.

Ela está em tudo que escrevo.
Mesmo quando tento falar de outra coisa, ela escorre pelas entrelinhas.
Como se fosse a única coisa que realmente não me abandona.

E é estranho isso:
transformar dor em frase,
solidão em parágrafo,
falta em ponto final.

⁠Estamos cansados!

Cansados dessa vida que nos espremem todo instante.
Cansados da mesma rotina que engole nossos dias, um após o outro, como um abismo sem fim.
Cansados de tentar e sempre dar errado. De lutar contra algo que não sabemos o que é, mas que está sempre ali.
Cansados demais pra entender o mundo em que estamos, mas conscientes de que nunca entenderemos.
Cansados estamos.

Estamos com um vazio por dentro que nos consome, um vazio que não se preenche com nada.
Tentamos de tudo.
Viramos consumistas por prazer, gastando o que não temos para comprar o que não precisamos.
Chefes por ego, ditadores de nossa própria miséria.
Famosos por poder, mas vazios por dentro.
Estamos perdidos, sim, mas preferimos fingir que sabemos onde estamos indo.

Viemos do nada e iremos para lugar nenhum.
E tudo isso, esse peso, essa consciência, nos corrói.
O que será de nós se presenciarmos a verdade sobre a vida?
Que vazio teríamos?
Quem seríamos?
O que faríamos?
E o pior...
Quem nos tornaríamos ao contemplar a verdadeira forma de existência?
Vazios estamos por dentro.

Contradições

Sou contraditório.
Às vezes acho que sou um escritor “bom”.
Quando releio o que escrevi e sinto algo real.
Como se as palavras fossem minhas cicatrizes com nome.
Outrora, vejo que sou apenas um iniciante.
Perdido entre ideias soltas,
com medo de nunca ter algo original pra dizer.

Me sinto vazio por dentro.
Como se tivessem me secado aos poucos,
sem que eu percebesse.
Mas transbordo nos meus textos quando ninguém tá olhando.
Textos de puro sentimento.
Intensos demais.
Quase vergonhosos.
Quase como se alguém estivesse me lendo por dentro.
É um excesso disfarçado de ausência,
uma sobrecarga emocional
camuflada de silêncio.

Duvido do meu valor.
Todos os dias.
Nos detalhes, nos silêncios, nas comparações que faço com os outros.
Mas luto pra tentar demonstrar.
Escrevo, continuo, me exponho.
Mesmo com medo de não ser suficiente.
Mesmo tremendo.
Porque cada palavra é
a prova viva de que eu ainda sinto algo.
E enquanto escrevo,
ainda resiste em mim uma parte que sobrevive.

Acredito que ninguém virá me ajudar.
Porque aprendi a não esperar.
Aprendi que ajuda demais decepciona.
Mas escrevo como quem espera ser encontrado.
Como quem joga garrafas no mar.
Esperando, secretamente, que alguém leia as entrelinhas.
Mesmo negando, ainda há em mim um farol aceso.

Me recuso a sonhar.
Como se sonhar fosse um luxo que não me pertence mais.
Como se já tivesse sonhado o suficiente por uma vida inteira.
Mas sonho todos os dias.
Com vidas que não vivi.
Com amores que só existem no papel.
Com finais felizes que nascem só na minha cabeça.
É a forma que encontrei de viver sem me iludir...
mas também de não desistir por completo.

Temo eu não ser mais eu.
Como se, aos poucos, partes de mim tivessem sido arrancadas.
Trocadas.
Desgastadas.
Como o navio de Teseu —
onde já não sei mais quais partes ainda me pertencem.
Mas tento me reconstruir todos os dias.
Com pedaços de ontem.
Com fragmentos de silêncio.
Com a coragem frágil de continuar escrevendo.
Porque escrever ainda é a única maneira que conheço
de tentar voltar pra casa.

Me enxergo em tudo que faço.
Mesmo que não percebam.
Mesmo que ninguém veja.
Mas precisei de uma segunda opinião
pra me ver nas contradições.

Doeu escrever tudo isso.
Mas sinto que essa dor faz parte
da “cura” que nunca virá.