Coleção pessoal de veronicah

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Eu me criei vazia e não soube preencher. Mas sinto que ainda necessitando de distância e tempo pra pensar sozinha, eu quero mesmo é alguém me faça mudar completamente de opinião. Que faça meu corpo querer companhia nos momentos em que minha mente insiste pela solidão. Que faça meu coração lutar contra minha razão que tanto toma conta de mim sem saber se é isso mesmo que eu quero.

É que ter sentido, pra mim, é muito limitado.

Todo mundo precisa se perder um pouco pra aprender a se encontrar.

Mas ele nem estava lá. Hoje que minhas vontades loucas estão me guiando, ninguém quer saber.
Eu não sigo impulso porque penso demais, mas hoje, e só hoje, eu quero ser algo além dessa auto-opressão.

Escrever virou um vício. Frases soltas, textos longos, nadas escritos só pra existir. Se eu não registrar, uma parte de mim se esquece. Se eu parar, uma parte de mim morre.
E o bloqueio? Vai me enlouquecendo. É como se me negassem comida, oxigênio. Sinto como seu eu fosse morrendo a cada começo jogado de lado por não ter o que desenvolver. Se eu dormir, acordo melhor?

Hoje o sentido some e deixa só um cheiro angustiante de final (o que está acabando?). É fim de tarde e só. Só eu continuo aqui.

Você nunca pediu mais do que eu podia dar e eu sempre quis mais, quis menos, sempre quis diferente. Você nunca exigiu nada de mim, só queria minha existência e eu não soube nem existir pra você.

Me perdi no que era pra ser eu e acabei me tornando esse talvez. Pequeno por fora, enorme por dentro. Uma imensa tentativa de ser algo quando nunca aprendi a mudar.

Meu coração esvaziou com tanta razão.

Um dia você vai crescer. Não como cresce na semana em que me afasto, crescerá maior que eu.
Terá na voz um gole grosso de maturidade adquirida sem vontade. Terá nos olhos a mesma infância e alegria mansa que vejo hoje e assuntos adultos para argumentar contra mim.

Os presentes e a barba branca nada mais representam. Nem ao menos participam do dia em questão. No escuro, uma luz azul se move na parede, refletindo as imagens da televisão. São onze horas e o relógio não dá oportunidade de esquecimento. Cada segundo é um movimento do ponteiro e seu ruído infernal. SO-LI-DÃO. São sete letras da mais pura angústia.

Desculpa, eu sei que não faz sentido te escrever agora e já faz tempo desde que esse sentido sumiu. Por minha culpa. Mas é que hoje tem tanta gente aqui e ninguém me vê... Você me viu num momento desses e é do seu olhar que eu sinto falta. Do mundo parando só pra você ser meu.

Não é fácil levantar. Sair da cama implica encarar de frente as verdades que os sonhos me pouparam.

Vai, não finge que não percebeu. Foi mais que carnaval e momento. Você tem o encaixe perfeito das minhas mãos e não abriu mão de provar isso. O que fez um cara como você notar uma garota como eu não foi coincidência, não.
Tantas diversões fáceis e seu interesse pela menina fria e calada que não gosta de axé em pleno trio elétrico. Tanta beleza para você reparar naquela eterna insatisfeita da estética.
É, não finge que não viu. Eu percebi o tom de voz dos seus amigos.Não vem dizer que também não sentiu. Que não fez falta meu jeito desajeitado de não saber beijar, minha frieza por não saber me apegar.

Eu estou sufocando de respirar tantas vezes o mesmo ar.

Marcela tem medo da solidão. Fecha os olhos pro mundo procurando enxergar o infinito. Ela sabe que tem algo além do certo. Além do que é permitido. Tem o mar além do aqui. E tem um aqui onde ela quer estar.
Marcela foge do chão. É muito chato ter os pés fincados na realidade. Vai procurando ser alguém, vai sendo ela mesma sem querer, vai se ajeitando sem perceber.

Tô precisando ser diferente, cada vez mais descubro que ser eu não tem nada a ver comigo.

Quando estou com alguém parece que nunca chega o momento de descer do palco. É bom estar no foco, mas uma hora eu tenho que tirar a maquiagem e agradecer o elenco. Obrigada, figurantes. Adeus, tentativa de alegria, vou ali reclamar um pouquinho, só pra exercitar.

Não vá ainda...
Deixe a paz tomar ângulos e vértices.
Deixe sua paz preencher meu eu cheio de quinas e pontas agudas.

Eu quero usar um pouco do seu vazio pra eu me fazer inteira. Eu quero o som do seu oco pra fazer música até amanhecer.