Coleção pessoal de umalagrima

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Só queria dar o fora. Em ti, daqui, de qualquer lugar. Aonde eu não tenha estômago pra ser uma dessas mulheres que gostam de arrastar um bonde e a cara no chão. Tudo em nome de uma coisa que faz todos gargalharem ou fazer uma cara de dó se arrisco chamar de amor. Isso não é amor, menina de deus. Quem sabe de mim sou eu, repito pra mim. Eles não sabem, mas eu sonho um dia gostar menos de ti e ninguém nesse mundo me ajuda tanto pra que isso aconteça, senão você. Cada passo em falso seu pra me perder, insisto cada vez mais te querer.

Eu poderia imaginá-lo. Eu poderia me lembrar dele. Mas não poderia vê-lo de novo, e me ocorreu que a ambição voraz dos seres humanos nunca é saciada quando os sonhos são realizados, porque há sempre a sensação de que tudo poderia ter sido feito melhor e ser feito outra vez.

Quando você termina um relacionamento, as opções se abrem. Você pode dar a volta por cima e recomeçar sua trajetória, você pode tentar recuperar seu amor perdido ou, como eu, você pode optar por fazer nada. Nada nada. Quer dizer, não exatamente nada, porque eu ocupei muito bem meus dias sentindo pena de mim e lutando bravamente para não me tornar mendigo. O que já é grande coisa, se você parar pra pensar.

Não sei, era como se eu fosse um filhote de beija-flor que se chocou contra a fachada de um prédio no primeiro voo. Você, daquele seu jeito, me catou do chão, cuidou da minha asa, me deu néctar direto no bico com uma seringa, me engaiolou de porta aberta, e eu fui ficando porque eu quis. Mesmo quando eu estava recuperada e sadia, não tive vontade de te contar, ou então você me devolveria para a natureza. Por isso eu me fazia tanto de louca. Se eu me comportasse normalmente, como as outras, você perderia o interesse no enigma. Você vai me achar uma bruxa manipuladora agora, mas tudo que eu fazia era pra te dar o que falar com seus amigos no bar. Entrando e saindo fora assim da sua vida você pensaria em mim dias a fio. Eu queria ser o exemplo de garota que você teria em mente ao dizer que todas as mulheres são doidas. Pelo menos assim, quando eu resolvia voltar, você ainda não havia me esquecido.

Pra mim, clichê é quando o herói mata o bandido no final do filme. Clichê é dizer que tal coisa é clichê. E, se é clichê, quer dizer que todas adorariam ouvir de um cara aquilo que eu escolhi dizer pra ela, não é mesmo? Por isso chamam de clichê, caramba. Poxa, nunca disse isso pra ninguém, na boa. Como se fosse cinismo ser romântico hoje em dia, sendo que ela mesma é cínica e romântica, quase sempre as duas coisas ao mesmo tempo.

Por mais que me tenha doído, mostrei a mim mesmo o que eu tanto queria saber a respeito dos casais felizes: eles mentem um ao outro, eles mentem para todos nós, e nós – românticos, ingênuos e cheios de esperança – caímos feito cachorrinhos abandonados flertando intangíveis frangos de padaria.

Me apavora a perspectiva que as pessoas têm de que podem me encontrar a qualquer hora, que você é acessível a qualquer momento. Me perturba a liberdade que a mobilidade dá às pessoas para sondar seu paradeiro, se você vai demorar e se pode trazer pão quentinho no caminho de volta.

Quando eu viro a cara, dizendo que não ligo, você acredita? Quando eu falo que estou bem, que não me magoou, você consegue perceber a mentira? Porque quando você se vai, todo esnobe e indiferente, eu sinto que no fundo você também queria voltar correndo e cair num abraço. Eu sinto que todo passo que você dá pra longe de mim, afeta. E dói em você tanto quanto dói em mim. Mas talvez, essa seja só mais uma especulação. Quem sabe essa sua indiferença seca seja tão real e óbvia, que chegou a me passar despercebida, chegou a me parecer mentira. Mas não é.

"Hein. Não é bom saber que você tem um amigo que te ama mais que um amigo? Olha, eu sei que você andou cruzando esquinas a fim de uma pessoa que não era eu, só que não ligo. Essa coisa de orgulho e dignidade nunca foram comigo mesmo. E ainda que eles tenham levado pra longe tudo que você parecia ter de bom, eu não me importo de ficar com o amargo-azedo que restou. É mais do que tudo que já me pertenceu em quatro encarnações."

As pessoas superestimam isso. Rezam toda noite para encontrar uma paixão que acalme o coração. Que bobagem. Quem já sentiu esse troço forte por alguém sabe que essa coisa de coração é um mero eufemismo para um sentimento arredio, cansativo e incontrolável. Uma parte está correta: sim, nós levamos quem adoramos dentro de nós, mas isso não tem nada a ver com o coração.

Peguei meu telefone, e naquela hora não sabia se era certo, ou se tinha mesmo a necessidade de fazer aquilo. Não sei explicar, meus dedos começaram se mover descontroladamente em busca dos dígitos do seu celular, e acabaram indo de encontro com a sua voz embarcada de frieza, que faz qualquer coração gelar ao ouvir. Foi sem querer, eu juro. Não queria te ligar. É que meus dedos já percorreram tanto os seus fios de cabelo quando nos amávamos, que acabou buscando outro artifício para te lembrar de que ainda estou por aqui, vagando no poço de esperança que você insiste em jogar água, quando já estava acostumado com a seca faz tempo.

“É aquela velha e ridícula história de que um amor se cura com outro, e que o tempo cura. A mesmice me irrita, os conselhos distintos sobre o amor me irritam. Não existe conselho pro amor. Não existe cura pra algo que ficou pra trás, e nem frases de efeito que produzam um futuro de certezas. É Isso. O amor é incerto, assim como o futuro. O amor é o meio termo entre não querer e precisar. É aquilo que consome a alma, sem dar sinal de destruição. Vai destruindo devagar, que é pra não deixar rastro no presente, só para a dor desatinar num futuro distante. O amor destrói um casal quando se deixa levar pela indiferença, quando a reciprocidade já não existe mais. O amor destrói o que é possível, e o que achamos que é impossível também.”

“A gente tem a mania idiota de dividir o tempo em três partes (passado-presente-futuro) e dizer pra todo mundo que isso ou aquilo ficou definitivamente pra trás. Quer saber o que eu penso? As coisas - e principalmente as pessoas - nunca ficam pra trás. Elas ficam é mais lá pra dentro. Guardadas. Abandonadas. E, raramente, esquecidas.”

“Ninguém sofre por amor. Sofremos pela indiferença, pela falta de afeto, pelo carinho que se perdeu no tempo, pela música romântica que não toca mais o coração, pelas mãos que não se entrelaçam mais. O amor não é ruim, a falta dele sim. E eu sei o que é sofrer pela falta dele, meu bem. Tudo é tão difícil de entender, os motivos que levam a gente desistir nem sempre são bons, e isso dói, e como dói. A lágrima que cai devido a falta do amor machuca mais do que qualquer outra lágrima, e não há como curar um coração que se quebrou. Dizem que o tempo ajuda, e passa rápido. Só esquecem de dizer que o amor só vem com passagem de ida, não tem data prevista para a volta, e o sentimento continua alí, matando o resto de você que ainda resta.”

“Ele me faz sorrir até quando só quero chorar. Ele conta as piadas mais sem graça que existe, e tem uma mania de me chamar de tonta. Ele sabe quando estou triste, e acredite, mesmo quando estou mal por causa dele, só ele sabe como me alegrar. Ele que me faz dormir nas noites frias e chuvosas, ele pega o violão e começa a tocar minha musica preferida, e momentos depois consigo dormir. Ele é um dos muitos meninos que teve seu coração arrancando por uma menina que prometeu nunca o deixa-lo. Ele prometeu não amar, mas olha só, me acostumei a chama-lo de amor. E agora? O que fazer quando já me encontro apaixonada.”

“Que clichê horroroso. Não existe isso de momento. Um momento só é um momento digno de nota quando referenciado em todos os instantes significativos que sucederam antes de chegar a sua hora. E também há os momentos subsequentes. Ou seja, é ilusão achar que esse troço gostoso que poderia estar acontecendo entre nós lá em cima, agora às 23:37, seria apenas fruto isolado do agora e não um ato cheio de respostas e promessas. Eu não quero mais viver momentos, coisas sem significados. Não quero esquecer o passado e nem descartar o futuro. Ando sofrendo de agorafobia. Me deixa ir pra casa, por favor.”

Eu troco minha paz por um beijo seu. Eu troco meu destino pra viver o seu. Eu troco minha cama pra dormir na sua. Eu troco mil estrelas pra te dar a lua. E tudo que você quiser. E se você quiser, te dou meu sobrenome. Tem gente que tem cheiro de rosa, de avelã. Tem o perfume doce de toda manhã. Você tem tudo, você tem muito. Muito mais que um dia eu sonhei pra mim. Tem a pureza de um anjo querubim. Eu trocaria tudo, pra te ter aqui.

Eu sou tipo. Tipo. Sou tipo uma granada, mãe. Eu sou uma granada e, em algum momento, vou explodir, e gostaria de diminuir a quantidade de vítimas, tá? Eu sou uma granada. Só quero ficar longe das pessoas, ler livros, pensar e ficar com vocês dois, porque não há nada que eu possa fazer para não ferir vocês; vocês estão envolvidos demais, por isso me deixem fazer isso, tá? Não estou deprimida. Não preciso sair mais. E não posso ser uma adolescente normal porque sou uma granada.

Já li coisas tão boas que me fizeram acreditar que existem textos que não foram escritos apenas para serem lidos.

O guerreiro da luz aprendeu que Deus usa a solidão para ensinar a convivência. Usa a raiva para mostrar o infinito valor da paz. Usa o tédio para ressaltar a importância da aventura e do abandono. Deus usa o silêncio para ensinar sobre a responsabilidade das palavras. Usa o cansaço para que se possa compreender o valor do despertar. Usa a doença para ressaltar a benção da saúde. Deus usa o fogo para ensinar sobre a água. Usa a terra para que se compreenda o valor do ar. Usa a morte para mostrar a importância da vida.