Coleção pessoal de santari

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Por mais terríveis que sejam as ortodoxias religiosas, as ortodoxias científicas são muito mais terríveis.

Uma fé que não duvida, é uma fé morta.

Pai nosso que estais nos céus / Neles permanecei / E nós ficaremos sobre a terra / Que às vezes é tão bela.

Feliz daquele que só deseja o que pode alcançar.

Responder à ofensa com ofensa é lavar a alma com lama.

Ambição: até que ponto ?


Já teorizada Darwin, pelo estudo da seleção natural, que os seres mais fortes serão aqueles que melhor se adaptarão ao meio e suas necessidades e por esse motivo serão os que sobreviverão. Nesse sentido, a ambição encaixa-se perfeitamente.

Foi por desejar uma vida melhor, mais segura, que o homem pré histórico fazendo uso de seu " recém-surgido córtex pré-frontal " passou a imaginar novas possibilidades e utilizou seu polegar opositor para fazer as coisas funcionarem como ele desejava.
A criatividade e o trabalho, vistos dessa forma, são instrumentos a serviço da ambição humana e, como tal, podem ser bem ou mal usados.

Reforçando essa ideia, já defendia Carlos Drummond de Andrade : “ Necessitamos sempre de ambicionar alguma coisa que, alcançada, não nos torna sem ambição. ”

Destreza é uma característica que requer treino, mas iniciativa depende exclusivamente da vontade de cada indivíduo. Ambicionar melhores condições de vida, associar ambição bem dosada ao trabalho, vida escolar e até mesmo nos relacionamentos pessoais, trata-se de um dos melhores conselhos para o sucesso.

Na obra A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo de Max Weber, o autor identificou, entre outras, a maneira como a religião reinante interpreta o enriquecimento pessoal, associando esse fato ao enriquecimento de algumas nações como Inglaterra e Alemanha e a estagnação econômica e social de outras. Weber observou que em países com influência católica o significado de austeridade e humildade era por vezes sinônimo de pobreza. Em um campo arcaico, para esses países eminentemente católicos, o “ganhar dinheiro” era algo pecaminoso. Já em países protestantes, especialmente os calvinistas, aceitaram que ganhar dinheiro com o trabalho duro era uma forma de seguir os ensinamentos divinos. Para eles, as habilidades humanas, como a arte e o comércio, são dádivas divinas que devem ser estimuladas e valorizadas. E bem pagas, claro. Olhando-se mais de perto, a não “pecaminização” do dinheiro não foi a única causa para o enriquecimento de países protestantes durante o século XIX e XX, há de se observar também que a ambição produz riqueza e, quando bem conduzida, produz desenvolvimento.

É evidente a importância da ambição em um mundo que cada vez mais exige aptidão e perfeccionismo. No entanto, quando não dosada , a ambição pode ser desastrosa. Resulta em um pedantismo desvairado, ganância e sobreposição do “ter” sob o “ser”. Gera indivíduos mecanizados e sedentos por poder e reconhecimento, seres humanos que não se importam com as conseqüências advindas dos meios utilizados para atingir dado objetivo. E muitas vezes, essas conseqüências podem ser drásticas como o não respeito ao próximo e a tangência ao egocentrismo.

Toda a vida humana deve ser pautada no equilíbrio.

Um remédio pode proporcionar a cura, mas paradoxalmente a isso, quando em exagero, poderá findar uma vida.

A ambição parte desse mesmo pressuposto, tê-la em quantidade normal e que só proporcione e almeje positivamente é a chave para todo e qualquer sucesso.

Ser ambicioso não se trata necessariamente de um defeito ou qualidade, trata-se de saber bem usar essa característica tanto em sua dose quanto em sua prática.

Seleção Natural

Você pode ler um milhão de coisas,
Apenas cem lhe despertarão interesse.
Escutar mais de cem opiniões diferentes,
Mas passará a tarde revendo apenas quinze.
Ouvir novas cinqüenta músicas,
Apenas cinco irão mexer com sua cabeça.
Ser apresentado a vinte novas pessoas,
Mas somente três passarão a fazer parte da sua vida,
E somente uma estará ao seu lado quando você chorar.
Paixões? Por sorte terá muitas,
Quantas vingarão? Depende de você.
Amores?
Bom amor, amor mesmo,
Apenas um!
Como podes ver,
Cada vida é uma história,
Cujo roteiro escrevemos diariamente.

As pulgas sonham em comprar um cão, e os ninguéns com deixar a pobreza, que em algum dia mágico de sorte chova a boa sorte a cântaros; mas a boa sorte não chova ontem, nem hoje, nem amanhã, nem nunca, nem uma chuvinha cai do céu da boa sorte, por mais que os ninguéns a chamem e mesmo que a mão esquerda coce, ou se levantem com o pé direito, ou comecem o ano mudando de vassoura.

Os ninguéns: os filhos de ninguém, os dono de nada.
Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida, fodidos e mal pagos:
Que não são embora sejam.
Que não falam idiomas, falam dialetos.
Que não praticam religiões, praticam superstições.
Que não fazem arte, fazem artesanato.
Que não são seres humanos, são recursos humanos.
Que não tem cultura, têm folclore.
Que não têm cara, têm braços.
Que não têm nome, têm número.
Que não aparecem na história universal, aparecem nas páginas policiais da imprensa local.
Os ninguéns, que custam menos do que a bala que os mata.

O medo ameaça.
Se você ama, terá Aids
Se fuma, terá câncer
Se respira, terá contaminação
Se bebe, terá acidentes
Se come, terá colesterol
Se fala, terá desemprego
Se caminha, terá violência
Se pensa, terá angústia
Se duvida, terá loucura
Se sente, terá solidão.

Temos, há muito tempo, guardado dentro de nós um silêncio bastante parecido com estupidez.

São muitos os cidadãos que perdem a opinião por falta de uso.

Jesus escolheu, para nascer, um deserto subtropical onde jamais nevou, mas a neve se converteu num símbolo universal do Natal desde que a Europa decidiu europeizar Jesus.

O nascimento de Jesus é, hoje em dia, o negócio que mais dinheiro dá aos mercadores que Jesus tinha expulsado do templo.

Teologia/1

O catecismo me ensinou, na infância, a fazer o bem por interesse e não fazer o mal por medo. Deus me oferecia castigos e recompensas, me ameaçava com o inferno e me prometia o céu; e eu temia e acreditava.
Passaram-se os anos. Eu já não temo nem creio. E, em todo caso – penso – se mereço ser assado cozido no caldeirão do inferno, condenado ao fogo lento e eterno, que assim seja. Assim me salvarei do purgatório, que está cheio de horríveis turistas da classe média; e no final das contas, se fará justiça.
Sinceramente: merecer, mereço. Nunca matei ninguém, é verdade, mas por falta de coragem ou de tempo, e não por falta de querer. Não vou à missa aos domingos, nem nos dias de guarda. Cobicei quase todas as mulheres de meus próximos, exceto as feias, e assim violei, pelo menos em intenção, a propriedade privada que Deus pessoalmente sacramentou nas tábuas de Moisés: Não cobiçarás a mulher de teu próximo nem seu touro, nem seu asno... E como se fosse pouco, com premeditação e deslealdade cometi o ato do amor sem o nobre propósito de reproduzir a mão-de-obra. Sei muito bem que o pecado carnal não é bem visto no céu; mas desconfio que Deus condena o que ignora.

Teologia/2

O deus dos cristãos, Deus da minha infância, não faz amor. Talvez o único deus que nunca fez amor, entre todos os deuses de todas as religiões da história humana. Cada vez que penso nisso, sinto pena dele. E então o perdôo por ter sido meu super-pai castigador, chefe de polícia do universo, e penso afinal que Deus também foi meu amigo naqueles velhos tempos, quando eu acreditava Nele e acreditava que Ele acreditava em mim. Então preparo a orelha, na hora dos rumores mágicos, entre o pôr-do-sol e o nascer e subir da noite, e acho que escuto suas melancólicas confidências.

Teologia/3

Errata: onde o Antigo Testamento diz o que diz, deve dizer aquilo que provavelmente seu principal protagonista me confessou:
Pena que Adão fosse tão burro. Pena que Eva fosse tão surda. E pena que eu não soube me fazer entender. Adão e Eva eram os primeiros seres humanos que nasciam da minha mão, e reconheço que tinham certos defeitos de estrutura, construção e acabamento. Eles não estavam preparados para escutar, nem para pensar. E eu... bem, eu talvez não estivesse preparado para falar. Antes de Adão e Eva, nunca tinha falado com ninguém. Eu tinha pronunciado belas frases, como “Faça-se a luz”, mas sempre na solidão. E foi assim que, naquela tarde, quando encontrei Adão e Eva na hora da brisa, não fui muito eloqüente. Não tinha prática.
A primeira coisa que senti foi assombro. Eles acabavam de roubar a fruta da árvore proibida, no centro do Paraíso. Adão tinha posto cara de general que acaba de entregar a espada e Eva olhava para o chão, como se contasse formigas. Mas os dois estavam incrivelmente jovens e belos e radiantes. Me surpreenderam. Eu os tinha feito; mas não sabia que o barro podia ser tão luminoso.
Depois, reconheço, senti inveja. Como ninguém pode me dar ordens, ignoro a dignidade da desobediência. Tampouco posso conhecer a ousadia do amor, que exige dois. Em em homenagem ao princípio de autoridade, contive a vontade de cumprimentá-los por terem-se feito subitamente sábios em paixões humanas.
Então, vieram os equívocos. Eles entenderam queda onde falei vôo. Acharam que um pecado merece castigo se for original. Eu disse que quem desama peca: entenderam que quem ama peca. Onde anunciei pradaria em festa, entenderam vale de lágrimas. Eu disse que a dor era o sal que dava gosto à aventura humana: entenderam que eu os estava condenando, ao outorgar-lhes a glória de serem mortais e loucos. Entenderam tudo ao contrário. E acreditaram.
Ultimamente ando com problemas de insônia. Há alguns milênios custo a dormir. E gosto de dormir, gosto muito, porque quando durmo, sonho. Então me transformo em amante ou amanta, me queimo no fogo fugaz dos amores de passagem, sou palhaço, pescador de alto mar ou cigana adivinhadora da sorte; da árvore proibida devoro até as folhas e bebo e danço até rodar pelo chão...
Quando acordo, estou sozinho. Não tenho com quem brincar, porque os anjos me levam tão a sério, nem tenho a quem desejar. Estou condenado a me desejar. De estrela em estrela ando vagando, aborrecendo-me no universo vazio. Sinto-me muito cansado, me sinto muito sozinho. Eu estou sozinho, eu sou sozinho, sozinho pelo resto da eternidade. p.

(O Livro dos Abraços)

Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caçadas continuarão glorificando o caçador.

Não consigo dormir.
Tenho uma mulher atravessada entre minhas pálpebras.
Se pudesse, diria a ela que fosse embora;
mas tenho uma mulher atravessada na garganta.

Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos.

o que motivou deus a se criar a si mesmo?...ele sabia o que estava fazendo?...ele fez o melhor que pode?....
o que foi que ele viu quando se criou e antes de ter criado o mundo?...nada?....esquisito, não!

seria fascinante se o universo tivesse um propósito e haver vida após a morte(!). Mas não há nenhum vestígio de evidencia!...são só especulações, nada mais!...morrer é dormir e nunca mais acordar,..só!

.....e como há os que pensam que deus existe, tão somente para satisfazer as ambições humanas, os desejos, apetites de consumo, ou nossos interesses pessoais e particulares....ledo engano!..sonho utópico! sic

em religião, qualquer que seja, não há nada que seja absolutamente certo e nem o absolutamente errado, no seu apregoado.