Coleção pessoal de rosimara_saraiva_caparoz

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CHEIRO DE AMOR
Ah, se eu pudesse... meu amor...
Quiser-te-ia, meu doce, que viesses no espelho,
ou desenhado com meu batom vermelho,
ou esculpido na pedra do amor,
em cada canto, em cada lugar por onde eu for...


Ah, se eu pudesse... meu tacere...
“Dir-te-ia, meu ardere: – ‘Minha alma se agita no peito, te busca, pois é por direito."
Tuas dúvidas a transpassam e a ferem,
mas és o sol que o deserto prefere."


Dir-te-ia mais, mas apenas em presença: – ‘Amo-te tanto, muito além do que pensas; “...e dói, e corrói tua ausência,
o silêncio da arte e o encanto da tua eloquência, tua lucidez, tua sapiência...”


Ah, se eu pudesse... minha impotência...
Amenizaria tua veemência, mas a discrição faz parte da minha essência,..., eu, tu, Deus e os jugos dos escrutínios dos olhares que impõem a decência.


Ah, se eu pudesse... meu singular...
Dir-te-ia muito mais, em versos e cânticos: – "Não deixemos a vida passar, como as areias que se desfazem das ondas do mar."


Ah, se eu pudesse... meu fagueiro...
Confessar-te-ia no luzueiro: - “Minha ânsia fora enlaçar-te, aspirar-te, até que me saciasses quando te aproximaste… Como se cada suspiro pudesse apaziguar-me o desejo. Contudo, a cada arrepio, sinto teu aroma, teu cheiro.”
ROSIMARA SARAIVA CAPARROZ

Era festejo.
A Lua ainda reluzia.
O sino abalroava estrepitosamente,
enquanto os planetas se alinhavam no espaço sideral.
E todos riam, riam perenemente,
num grandioso aprazimento jovial.
O tempo foi moroso,
mas toda noite tem fim.
O fim da noite se interseccionou
com o último gole do deleitoso vinho.
E todos se despediram na última hora.
Rosimara Saraiva Caparroz

A PRATA DOS ENAMORADOS


Estrela cadente saiu da sua órbita,
pairou entre os céus e pôs-se a indagar:
— “Por que moribundo vive amofinado
e fita o alto, à beira do mar?!”


A Lua redarguiu mui timidemente,
mas antes pediu para não lhe ofuscar:
— “Luar e amor, quando estão crescendo,
fazem o coração tremer e pulsar.


Mesmo que os corpos estejam separados,
encontro janelas por onde posso adentrar;
despejo mensagens silenciosas
aos olhos pálidos que me desejam olhar.


Dou serenidade aos corações desolados,
consolo as tristezas nas quatro estações;
mas quando me esquecem os enamorados,
me pego sozinha entre luzes e rojões.


Surjo entre montes, planícies e colinas,
agito as marés ou as faço acalmar;
vou esmaecendo da noite ao dia,
e o sol alvorando passa a me ocupar.”


Rosimara Saraiva Caparroz

FRASES QUASE SOLTAS

Uma vida alegre e bela é melhor que uma morte empoeirada.
O bom homem suporta a dor do amor, mas não a causa;
ateia fogo em seu próprio coração, contudo, não apaga suas lágrimas.

“Meu instrutor é caro para mim, todavia, a verdade é ainda mais cara” —
assim disse Platão à língua que o criticava.

A verdade pode ser o componente mais importante na música;
entretanto, a música é arte.
Então, depois que te tornares um artista,
precisas aprender que aceitar as críticas faz parte.

Oh, música! Tuas melodias encantadoras
tornam toda impotência suportável.

A cenestesia exposta à melodia romântica
emerge das decisões irracionais e, depois, do ranger dos dentes.

Nos voe — para onde quisermos!
Assim, a melodia sai pela janela à procura do vento.

Tu giras em uma valsa febril,
cais em uma enorme cachoeira
e lanças-te rio abaixo.

Em teus ritmos, as histórias de amor começam e terminam
na fuga e na esperança, na paixão e no significado.

Rosimara Saraiva Caparroz