Coleção pessoal de PetrusLucchesi

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O REENCONTRO⁠
Às vezes, eu olho no espelho... e não sei quem está ali. É como se a imagem refletida fosse uma tentativa desesperada de parecer inteira, mas por dentro, tudo parece rachado. O corpo continua, a rotina segue, a fala até convence. Mas a alma... a alma está em silêncio. Um silêncio pesado, abafado, que ninguém escuta. E é nesse vazio que a gente se dá conta: não estamos tristes por causa dos outros... estamos tristes porque nos perdemos de nós mesmos. O sorriso ficou automático, as palavras viraram performance, e o peito, um cofre trancado cheio de vontades engolidas. Dói. Dói como se a alma gritasse por socorro, mas ninguém escutasse. Nem mesmo a gente.

E nessa confusão toda, vamos nos moldando para agradar. Queremos caber na régua da igreja, da família, das redes sociais. Queremos ser aceitos, entendidos, desejados. Mas quanto mais tentamos ser tudo para todo mundo… menos somos para nós. E aí, nos desvalorizam, ignoram, invalidam e a gente acredita. E deixa um pedaço para trás. Como se dissesse: “essa parte de mim não serve mais”. E sem perceber, vamos nos abandonando. Parte por parte. Capítulo por capítulo. Há lugares dentro de nós que não podem ser destruídos. Só esquecidos. Mas continuam lá… esperando.

E então, um dia, sem aviso, acontece. Você pisa de volta nesse território esquecido. Não por escolha racional, mas porque algo dentro de você não aguentou mais a ausência. E é como abrir a porta de um quarto antigo, onde tudo ficou exatamente como estava. O chão de madeira ainda range, o cheiro da infância ainda paira no ar, os desenhos nas paredes continuam firmes, como quem resistiu ao tempo. E no meio desse cenário… ela está lá. A criança que você foi. Sozinha. Mas inteira. Com os olhos brilhando como quem te esperava há anos. Você se aproxima com medo, mas também com saudade. E quando os olhares se encontram, o tempo congela. O abraço que acontece ali não é físico, é espiritual. É como se duas partes da mesma alma se reconhecessem depois de uma guerra. E nesse abraço silencioso, sem nenhuma palavra, algo se reconstrói. Uma ponte. Um vínculo. Uma verdade que nunca deixou de ser sua.

Eu não vivi esse reencontro ainda, mas sonho com ele todos os dias. Sonho com o dia em que vou me acolher sem vergonha, me ouvir sem medo e me abraçar com amor. Talvez esse texto não seja um relato, mas um desejo íntimo de alguém que cansou de fugir de si. E se você também cansou de fugir, talvez seja hora de voltar.

"⁠O único caminho que existe é para dentro. É lá que a sua travessia começa. E acredite: ninguém pode andar por você."

⁠O único caminho é para dentro

Você pode passar a vida inteira correndo, fingindo que não ouve o barulho. Pode se ocupar de gente, de trabalho, de metas e de distrações, tentando tapar o som do que te chama aqui de dentro. Pode até enganar os outros por um tempo — e até a si mesmo — acreditando que um dia lá fora alguém vai te entregar a paz que você procura. Mas uma hora a conta chega. Uma hora as vozes externas se calam, as cores somem, e você fica sozinho com o som mais insuportável de todos: você mesmo.

Foi assim que eu entendi. Não havia nada fora que pudesse resolver. Nenhuma mão que pudesse me salvar do que só eu podia atravessar. Eu precisei parar de fugir e aceitar que só existia um caminho — para dentro. E não tem nada de bonito nisso no começo. É frio, é escuro, é desconfortável. É encarar as partes que você passou anos evitando. É olhar para os teus monstros e reconhecer que alguns têm o teu rosto. É ouvir o silêncio pela primeira vez e perceber que ele sempre esteve ali, esperando que você tivesse coragem de escutá-lo.

Enquanto você olha para fora, você sonha: com finais felizes, com resgates, com soluções prontas. Mas quando finalmente ousa entrar em si, quando se senta diante do teu próprio abismo sem mais desculpas, você acorda. E o que você encontra não é um paraíso, mas um chão. Um chão firme o bastante para você parar de cair, respirar, e começar a caminhar — dessa vez, de verdade.

O único caminho que existe é para dentro. É lá que a sua travessia começa. E acredite: ninguém pode andar por você.

"⁠Você pode chamar de medo, pode chamar de destino, pode chamar de azar. Mas a verdade é que, no fim, sempre foi você quem segurou a corrente."

⁠Eu lembro do dia em que percebi que a corrente estava na minha mão. Não foi bonito. Não foi heroico. Eu estava sentado num quarto pequeno, escuro, com as mãos suadas, sentindo a respiração curta. Tudo fora de mim parecia calmo, mas por dentro, um barulho ensurdecedor me dizia que eu não podia mais ficar ali. Olhei para o chão e vi: a corrente não estava presa em nada. Era só eu, segurando com tanta força que meus dedos já doíam.

Passei anos culpando o medo. Dizia que ele era mais forte do que eu. Passei anos culpando o destino, como se estivesse escrito em algum lugar que eu deveria permanecer assim. Passei anos chamando de azar, como se a vida tivesse escolhido outras pessoas para dar certo. É fácil se enganar quando a dor já faz parte da mobília. É fácil decorar as sombras, dar nomes para elas, chamar essa mentira de verdade e essa prisão de paz.

Mas chega uma hora — e ela sempre chega — em que o ranger da corrente fica alto demais para ignorar. O peso dela já não parece seguro, só sufocante. E você olha para a porta, entreaberta desde sempre, e entende: não era medo. Não era destino. Não era azar. Era você. Só você. Você pode chamar de medo, pode chamar de destino, pode chamar de azar. Mas a verdade é que, no fim, sempre foi você quem segurou a corrente.

E nesse dia, você percebe que romper dói, mas ficar dói mais. Que liberdade não é prêmio nem presente, é escolha. E que toda escolha cobra um preço. As mãos tremem, o coração pesa, mas ainda assim… soltar é a única coisa certa a se fazer. Porque não existe corrente sem mão que a sustente. Não existe prisão sem alguém que aceite morar nela. No fim, você entende: não são elas que te prendem. É você que insiste em não largar.

⁠O ABISMO ME OLHOU DE VOLTA

As sombras começaram a devorar tudo ao redor, e as cores se perderam tão rápido que mal pude perceber. O chão sumiu aos meus pés, mas continuei parado, olhando para baixo, como se algo lá embaixo estivesse me chamando pelo nome. O ar ficou mais denso, quase sólido, como se cada inspiração fosse um esforço. O silêncio fazia barulho demais, e por dentro de mim um medo antigo se contorcia, tentando me convencer a recuar.

O abismo respirava comigo. Era mais do que um vazio; era um espelho distorcido, mostrando todas as partes minhas que eu sempre tentei esconder. Os olhos dele me fitavam com paciência cruel, como quem espera que eu desista. E, quanto mais eu olhava, mais ele se tornava familiar, como se uma parte de mim já estivesse caída lá dentro e agora me convidasse a completar o salto. Havia uma vertigem que não vinha do corpo, mas da alma.

Eu entrei. Não havia outra escolha além de atravessá-lo. Cada passo doía, mas me fazia entender que o abismo não queria me engolir — queria me devolver. Quanto mais eu caminhava por dentro dele, mais as paredes dele perdiam força, e eu descobria que era eu quem as sustentava. No centro dele, finalmente percebi: ele não era infinito, eu é que não ousava ir até o fim. Quando alcancei o outro lado, minhas pernas tremiam, mas eu respirava leve como quem volta do fundo do mar.

Então ergui os olhos. Do outro lado, à distância, já me esperava um novo abismo, diferente, mais profundo. E por um segundo, antes de seguir, eu sorri: a travessia nunca acaba — e isso não é um castigo. É a prova de que ainda estou vivo.

⁠"Para ser grande, você precisa parar de brigar com a tua história e começar a honrar cada detalhe dela — até as partes que doeram mais do que você achava que aguentava. Não tem como vencer a vida querendo que ela tivesse sido outra."

⁠Há dias em que você acorda e sente que carrega o peso de uma história que não escolheu. Como se cada memória difícil fosse uma pedra costurada à sua pele. Você olha para trás e se pergunta: por que isso aconteceu comigo? por que minha vida não foi como a dos outros? E nessas perguntas mora o veneno — porque quanto mais você briga com o que já foi, mais preso você fica ao que não pode mudar.

Você precisa entender uma coisa: nada no seu passado é inútil. Nem as quedas, nem as vergonhas, nem as perdas. Mesmo as dores que você jurava não suportar ensinaram algo que hoje você ainda não conseguiu enxergar.

Para ser grande, você precisa parar de brigar com a tua história e começar a honrar cada detalhe dela — até as partes que doeram mais do que você achava que aguentava. Não tem como vencer a vida querendo que ela tivesse sido outra.

A grandeza não está em apagar as cicatrizes, mas em aprender a vê-las como medalhas de quem atravessou a guerra e sobreviveu. Cada pedaço da tua história é um tijolo no chão que te trouxe até aqui. E se você continuar negando esse chão, vai passar a vida tentando andar sem nunca sair do lugar.

Olha para dentro hoje. Reconhece as sombras e as luzes do caminho que já percorreu. Aceita quem você foi, quem você é — para finalmente se permitir ser quem ainda pode se tornar. Não é sobre esquecer. É sobre transformar. Porque ninguém escreve uma nova história rasgando as páginas antigas. Você só segue em frente quando aprende a agradecer por cada uma delas.

⁠"Não" é a palavra que carrega a coragem de ser inteira. Não deve explicações, não pede licença, não precisa de nada além de si mesma.

⁠"É no silêncio que você para de ouvir o mundo... e finalmente começa a ouvir a si mesmo."

⁠“A vida não responde ao que você quer, mas ao que você é.”

⁠"Você não atrai o que quer. Você atrai aquilo que tem coragem de se tornar."

⁠O mundo já tem muitas cópias.
O que falta é a sua versão original.
Seja você.
Inteiro.
Sem máscaras.

⁠“O sucesso está intimamente ligado ao medo. Todos sentimos medo, mas a diferença está em quem o enfrenta e quem recua."

⁠“Honre a tua jornada e respeite o teu processo”

⁠“O resultado que você não tem está na decisão que você não tomou.”

⁠“Quando eu curei a minha voz interna, eu potencializei a minha voz externa e levei ela para o mundo”

“A responsabilidade pode ser assustadora, mas é o único caminho para a liberdade.”

⁠“Quanto mais você coloca a culpa nos outros, mais controle eles vão ter sobre você."

⁠"A vitimização é uma prisão, a responsabilidade é a liberdade."