Coleção pessoal de Parabellum

181 - 200 do total de 2358 pensamentos na coleção de Parabellum

No desespero e no perigo, as pessoas aprendem a acreditar no milagre. De outra forma não sobreviveriam.

A maioria dos homens vive uma existência de tranquilo desespero.

A esperança seria a maior das forças humanas, se não existisse o desespero.

Nos indivíduos, a loucura é algo raro – mas nos grupos, nos partidos, nos povos, nas épocas, é regra.

Soneto do amigo

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

E o homem, em seu orgulho, criou Deus à sua imagem e semelhança.

O cão é a virtude que, não podendo fazer-se homem, se fez animal.

O animal é tão ou mais sábio do que o homem: conhece a medida da sua necessidade, enquanto o homem a ignora.

Tendo o príncipe necessidade de saber usar bem a natureza do animal, deve escolher a raposa e o leão, pois o leão não sabe se defender das armadilhas e a raposa não sabe se defender da força bruta dos lobos. Portanto é preciso ser raposa, para conhecer as armadilhas e leão, para aterrorizar os lobos.

Chegarei lá de qualquer forma. Tenho o auxílio de uns e a oposição de outros. Mais tarde, lembrarei de todos.

A prosperidade revela os vícios - a adversidade, as virtudes.

Coisas das quais nunca se duvidou, jamais foram provadas.

O homem só será livre quando o último rei for enforcado nas tripas do último padre.

Não se retém quase nada sem o auxílio das palavras, e as palavras quase nunca bastam para transmitir precisamente o que se sente.

De todos os sentidos, a vista é o mais superficial. O ouvido, o mais orgulhoso. O olfato, o mais voluptuoso. O gosto, o mais inconstante. E o tato, o mais profundo.

O primeiro passo para a filosofia é a incredulidade.

Saber conter-se é uma das primeiras coisas que deve aprender.

Engolimos de um sorvo a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga.

O que é a virtude? É, seja qual o aspecto pela qual a encaremos, um sacrifício de nós próprios.

Ignoro o que sejam princípios, a não ser que se tratem de regras que se prescrevem aos outros para nosso proveito.