Coleção pessoal de pandavonteese

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Os mesmos afetos, no homem e na mulher, têm ritmo diferente: por isso o homem e a mulher não cessam de se desentender

"Eu fiz isso", diz minha memória.
"Eu não posso ter feito isso", diz meu orgulho, e permanece inflexível.
Por fim, memória desiste.

Peço-te humildemente, o mais humildemente possível, perdão, não por te deixar, mas por ter ficado por tanto tempo.

No momento em que decidimos renegar todos os princípios, é conveniente que conservemos, no mínimo, os escrúpulos.

À medida que tombam, uma após a outra, nossas ilusões e nossas crenças, conhecemos melhor nosso verdadeiro eu.

A fortuna, por si só, não constrói a felicidade, mas estabelece suas bases.

Meu temperamento mudou: tornei-me caprichoso, difícil e irritável. Parecia-me que uma única virtude me dispensava de todas as outras. Odiava-te por não conseguires proporcionar-me a calma com a qual havia contado e que não pedia, embora fosse o que mais desejava obter.

A vida alheia nos parece sempre mais fácil porque não é vivida por nós.

Os costumes não admitem a paixão para as mulheres. Permitem-lhes somente o amor. É talvez por essa razão que elas amam tão totalmente.

A felicidade não era senão uma infelicidade mais ou menos bem tolerada. Todas essas teorias eu as repetia para mim porque sabia que a coragem consiste em dar razão aos fatos quando não podemos mudá-los

Sempre suspeitei que a alegria pudesse conter o germe do pecado

Experimento junto a ti, um sentimento novo, de confiança e paz. Gostavas, tanto quanto, das longas caminhadas sem destino, através do campo, percorrendo caminhos que não levam a lugar algum. Aliás, não tinha a necessidade de chegar a parte alguma. Bastava-me o fato de estar tranquila ao teu lado. Tua natureza pensativa combinava com meu temperamento tímido. Nós nos calávamos juntos. Em seguida, tua voz grave, bonita e quase velada, tua voz retemperada pelo silêncio, interrogava-me suavemente sobre minha arte e sobre mim mesmo. Compreendi logo que sentias por mim uma espécie de ternura mesclada de compaixão. Eras bondosa. Conhecias o sofrimento por havê-lo curado ou minorado muitas vezes. Adivinhaste em mim um jovem doente, ou um jovem pobre. Eu era realmente tão pobre que sequer te amava. Em ti via somente a doçura.

Não era feliz em Wand antes da tua chegada. Estava apenas semi-adormecido. Mas chegaste. Não posso dizer que fui mais feliz ao teu lado. Simplesmente comecei a compreender que a felicidade existia e que era algo como o sonho de uma tarde de verão.

Inspirara grandes paixões que a fizeram sofrer, mas não alimentou os desgostos por muito tempo. Ocorria com seus desgostos o mesmo que com seus vestidos de baile: usava-os apenas uma vez, embora os conservasse todos.

A música me transporta para um mundo no qual a dor não cessa de existir, mas solta-se e tranquiliza-se.

Jamais estamos inteiramente sós, pois desgraçadamente estamos sempre em nossa própria companhia.

Podemos comandar algumas vezes nossos atos. Comandamos um pouco menos nossos pensamentos, e não comandamos absolutamente nossos sonhos.

Nosso corpo esquece tanto quanto nossa alma. É talvez essa capacidade de esquecer que em muitos de nós, explica a renovação da inocência.

Apesar de todo o cuidado que possamos tomar, é extremamente difícil evitarmos o sofrimento que causamos.

A paixão exige gritos; o amor, porém satisfaz-se com palavras, enquanto a simpatia pode ser silenciosa.