Coleção pessoal de nathalia_cruz

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A velha sabedoria do Ocidente foi esquecida. Os reis fizeram tumbas mais belas que as casas dos vivos, dando mais valor ao nome de seus ancestrais do que aos dos seus filhos.

A gente destrói aquilo que mais ama
em campo aberto, ou numa emboscada;
alguns com a leveza do carinho
outros com a dureza da palavra;
os covardes destroem com um beijo
os valentes destroem com a espada.
Mas a gente sempre destrói aquilo que mais ama.

A educação é uma coisa admirável, mas é bom recordar que nada do que vale a pena saber pode ser ensinado.

Todo mundo é capaz de sentir os sofrimentos de um amigo. Ver com agrado os seus êxitos exige uma natureza muito delicada.

Falar é ter demasiada consideração pelos outros. Pela boca morrem o peixe e Oscar Wilde.

Se um poeta consegue um dia expressar as suas dores com toda a felicidade como é que poderá ser infeliz?

Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios

Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador

Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos

Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz

SEMPRE BOM LEMBRAR:

Frequenta o abandono quem vive um quase namoro, fantasia reciprocidade, aceita abraço frouxo, conversa sem olho no olho, ausência de carícia.

Frequenta o abandono quem chama a rejeição de saudade, implora por qualquer fiapo de atenção, enfeita sua própria desvantagem.

Frequenta o abandono quem vê na recusa uma possibilidade de mudança ignorando os sinais óbvios da distância.

Frequenta o abandono quem não reconhece que ser bem tratada não é um mérito, mas uma condição e segue chamando migalhas de banquete.

Frequenta o abandono com assiduidade quem se contenta com tão pouco que o Outro para mantê-la descobre que pode dar cada vez menos.

Frequenta o abandono quem não está disponível pra viver um romance porque namora um drama.

A indiferença é a maneira mais polida de desprezar alguém.

Poema da Gare de Astapovo

O velho Leon Tolstoi fugiu de casa aos oitenta anos
E foi morrer na gare de Astapovo!
Com certeza sentou-se a um velho banco,
Um desses velhos bancos lustrosos pelo uso
Que existem em todas as estaçõezinhas pobres do mundo
Contra uma parede nua...
Sentou-se ...e sorriu amargamente
Pensando que
Em toda a sua vida
Apenas restava de seu a Glória,
Esse irrisório chocalho cheio de guizos e fitinhas
Coloridas
Nas mãos esclerosadas de um caduco!
E então a Morte,
Ao vê-lo tao sozinho àquela hora
Na estação deserta,
Julgou que ele estivesse ali à sua espera,
Quando apenas sentara para descansar um pouco!
A morte chegou na sua antiga locomotiva
(Ela sempre chega pontualmente na hora incerta...)
Mas talvez não pensou em nada disso, o grande Velho,
E quem sabe se até não morreu feliz: ele fugiu...
Ele fugiu de casa...
Ele fugiu de casa aos oitenta anos de idade...
Não são todos que realizam os velhos sonhos da infância!

Trova
Coração que bate-bate...
Antes deixes de bater!
Só num relógio é que as horas
Vão passando sem sofrer.

Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro.

Um retrato pintado com a alma é um retrato, não do modelo mas do artista.

Cigarros são a forma perfeita de prazer: elegantes e insatisfatórios.

As boas intenções têm sido a ruína do mundo. As únicas pessoas que realizaram qualquer coisa foram as que não tiveram intenção alguma.

A finalidade da arte é, simplesmente, criar um estudo da alma.

O número dos que nos invejam confirma as nossas capacidades.

O casamento é o fim do romance e o começo da história.

O amor das mulheres casadas é o mais digno do mundo, só que os próprios casais não sabem disso.

Neste mundo, há apenas duas tragédias: uma a de não satisfazermos os nossos desejos, e a outra a de os satisfazermos.