Coleção pessoal de moreiraedilon_1100186

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⁠MAR DE MARIA

A Maria Bethânia...


Se não posso dar-te, o verde mar...
E não posso dar-te, a luz do dia
Dar-te-ei portanto, o que nos versos há
De mim e do meu mar de simbologia...

Mar de Deus...
Mar que é seu
Mar que vislumbro...

Mar de Zeus...
Mar de breu
Mar de gira-mundo...

É o mesmo mar que se recosta...
O mesmo mar que vem e volta
O mesmo que minh'alma conforta...

Mar de todos os santos...
Mar de portos, tantos!
Mar de cantos e prosas...

Mar da grandiosa Baía...
Mar da luminosa rainha
Mar de coroas e rosas...

Mar de verde água luzidia...
Mar que não é o de Sophia
Mar que é só... Mar de Maria!
(MAR DE MARIA - Edilon Moreira, Maio/2015)

⁠A POESIA QUE HABITA EM MIM

A poesia que habita em mim...
Não se tem como expressar
Traz meu lado bom e o ruim
Disputando um mesmo lugar...

Ora sou calmo ora elétrico...
Ora sou alegre ora sou triste
Ora sou doce e ora patético
Ora controlado ora sem limite...

Mas há a gratidão no verso...
Bem maior que o meu ser
É esse sol no meu universo
Que se deixa transparecer...

Eu trago num entra e sai ano...
Tudo o que me é envolvente
E é só no amor que emano
O que tenho de consistente...
(A POESIA QUE HABITA EM MIM - Edilon Moreira, Outubro/2021)

⁠DEPOIS QUE O SOL SE LEVANTA

Depois que o sol se levanta...
Tudo passa a ascender
A tristeza, logo, espanta
Deixa à vontade o viver...

Depois que o sol se levanta...
Desperta a mim e a você
Presente de ponta a ponta
Para toda planta e todo ser...

Depois que o sol se levanta...
Em seu reinado de aquecer
Qualquer terráqueo se encanta
Com tão enigmático poder...
(DEPOIS QUE O SOL LEVANTA - Edilon Moreira, Setembro/2021)

⁠O SER SENSÍVEL

Amo tanto o ser sensível...
Que se despe quando fala
Que se recobre e é visível
Enquanto a verdade exala...

E tanto amo a boa música...
Quanto a simples poesia
Ao juntá-las, fica lúdica
Dando uma linda cantoria...

Para dedicar a quem amo...
E a quem não amo também
Pois todos de amor chamo
Para que me queiram bem...

O ser sensível que procuro...
Há de estar n'algum lugar
E me deixará mais seguro
Se seu amor compartilhar...

Em meu tímido romantismo...
Nenhum estresse o escurece
No fundo... Traz o otimismo
Que gratuitamente oferece...
(O SER SENSÍVEL - Edilon Moreira, Maio/2022)

GENTE BONITA

Eu gosto de gente bonita...
Que tem um sorriso largo
Ou que a ninguém evita
E não destila seu amargo...

Eu gosto de gente preta...
Gosto de gente branca
Colorida tal a borboleta
Gente que não se tranca...

Gosto de gente sensata...
Gente que tenha talento
Que aparece na hora exata
E traz o bom sentimento...

A gente que é mais bonita...
Carrega consigo carisma
Tem a alma boa, acredita
E se desprende da cisma...

Gosto de gente animada...
Que tenha uma cara feliz
E fica também encantada
Somente por tudo que diz...

Gosto de gente honesta...
Gente que tem empatia
E faz da vida uma festa
Distribuindo sua alegria!
(GENTE BONITA - Edilon Moreira, Maio/2022)

⁠ESSE SER ESTRANHO

Eu sou esse ser poeta...
Sou esse ser estranho
Levo uma vida discreta
Cultivando cada sonho...

Escrevo sem hora certa...
Toda rima tem tamanho
E cada verso me liberta
Minha alma eu exponho...

E sendo obra incompleta...
Toda palavra eu reponho
Alguma há de ser a certa
A deixar-me mais risonho...

O amor é a grande meta...
E por ele, eu me assanho
Solto fogos! Faça festa!
Pouco perco... Tudo ganho...
(ESSE SER ESTRANHO - Edilon Moreira, Setembro/2022)

⁠LUA MINHA, LUA TUA

Ó lua minha e lua tua...
De iluminada beleza
Tão solta no céu flutua
Em branca delicadeza...

A noite fica encantada...
Perplexo, eu fico a mirar
Se fosse a alma penada?
Só em ti... Eu iria habitar...

Exalto-te noutro poema...
Um verso teima em luzir
Parece cena de cinema
Mas, juro que só eu a vi...
(LUA MINHA, LUA TUA - Edilon Moreira, Outubro/2021)

⁠RETRATO DE FRIDA KAHLO

Passeia o delineante pincel...
Por cima da tela em branco
E recria-se como num painel
A trajetória de dor e pranto...

Extraordinária mulher! Infiel...
No autorretrato... Seu encanto!
Na delicadeza do cru, cruel
Sem melancolia sem espanto...

Foi uma admirada guerreira...
Expôs a sua pintura pioneira
Lutou com as próprias armas...

Superando-se nos acidentes...
Entre amantes e inconfidentes
Viveu o glamour e os karmas...
(RETRATO DE FRIDA KAHLO - Edilon Moreira, Abril/2021)

⁠TODOS OS DIAS EU VEJO O MAR

Todos os dias eu vejo o mar...
Vez ou outra, sinto os ventos
Quase sempre posso versar
O que há nos pensamentos...

Algumas noites namoro a lua...
E mando beijos às estrelas
Todas as noites a mão sua
Aquiescida pelas centelhas...

Na beira do mar é que resido...
E acordado prolongo o sonho
E para cada verso desmedido
O que em mim há, eu disponho...
(TODOS OS DIAS EU VEJO O MAR - Edilon Moreira, Outubro/2022)

⁠RADIANTE

Brilhante como o tesouro...
Brilhante tal toda a prata
É ver o sol, cor do ouro
Que vem e me arrebata!

É quando o dia recomeça...
Ao fundo azul do horizonte
Vir sem nenhuma pressa
Iluminando a cada fronte...

Vibrante tal toda criança...
Que brinca dentro da água
E faz da vida, refestança
Enquanto à maré se salga...

Radiante tal som da voz...
Que emite tom de alegria
E que se acerca de nós
Feito uma mágica poesia...
(RADIANTE - Edilon Moreira, Novembro/2022)

TODA COR TEM A SUA BELEZA

Toda cor tem a sua beleza...
Toda raça tem importância
Quando se sente a nobreza
Bem distante da ignorância...

Tanta gente há no mundo...
Cada qual com o seu papel
E só no ambiente fecundo
Não se perpetua ser cruel...

Cada um tem o próprio jeito...
Sua maneira de se expressar
Seu amor quando é perfeito
Nada tem o que questionar....

Cada indivíduo tem talento...
E do sucesso é merecedor
Brilhante no seu momento
Gozando dele pleno valor...
(TODA COR TEM A SUA BELEZA - Edilon Moreira, Novembro/2022)

⁠NÃO SOU DE MEIAS PALAVRAS

Não sou de meias palavras...
Tampouco adepto do sofrer
Nem trago na língua travas
Que impeçam de as dizer...

Metade desta vida eu passei...
Buscando alguém desamado
Em muitas vezes me frustrei
Sendo eu também enganado...

Naturalmente uma coisa quis...
Que desse à vida real sentido
E que a cada luta, fui aprendiz
Reconstruindo-me ao discutido...

Cultiva-se o disse me disse...
A valorização do superficial
O lado essencial não viu-se
No ostensivo ante o frugal...

E o tempo vai se passando...
Nessa perpétua expectativa
E eu ainda mais acreditando
Numa possibilidade intuitiva...

Porque a vida... Ela é sagrada...
Qualquer segundo é precioso
E o que torna maior a jornada
É a felicidade do ambicioso...
(NÃO SOU DE MEIAS PALAVRAS - Edilon Moreira, Março/2023)

MARAVILHOSO

Havendo amor no coração...
O corpo cria as suas asas
E com elas faz a levitação
Visitando as tantas casas...

O amor em própria energia...
Não discrimina a ninguém
Se propagando ao dia a dia
A quem ainda não o tem...

Cada vez mais é aumentado...
Cada vez mais tão poderoso
Se ganha quando é doado
Tornando tudo maravilhoso...
(MARAVILHOSO - Edilon Moreira, Junho/2023)

⁠CANTORIA DE POETA

A cantoria de poeta...
Começa bem devagar
Atingindo a sua meta
O verso fica a vibrar...

Não tem dia ou certa hora...
Quando quer reaparecer
Por dentro dela revigora
Só o que tem a aquiescer...

Poeta escreve em versos...
Uns rimados outros não
Os delicados os perversos
Dependendo da situação...

Metade da vida fui música...
Que deu paz ao meu sentir
E a outra metade tão lúdica
Que brinca assim de existir...
(CANTORIA DE POETA - Edilon Moreira, Junho/2023)

⁠UM DIA IREI A LISBOA

Um dia irei a Lisboa...
Capital Lusa da Pátria-Mãe!
Que do Brasil tanto se afeiçoa
Tal mãe, que a um filho não estranhe...

Escutar o fado, a música boa...
Dançar... Se assim me assanhe
Ler a poesia que ao mundo ecoa
Comer, beber do melhor champanhe!

Visitar lugares e monumentos...
Deixar fluir bons pensamentos
Navegar em um barco à proa...

No tempo que é ágil e voa...
Deixar flores e sentimentos
Ao túmulo do ilustre, Pessoa!
(UM DIA IREI A LISBOA - Edilon Moreira, Setembro/2017)

⁠SONETO PARA FLORBELA

A Florbela Espanca (In Memoriam...)

Quisera fosse este presente a uma flor...
Das criaturas, é a mais delicada e bela!
Na vida, na alegria, na tristeza, na dor
A sua presença é marcante e singela...

Nascida como Florbela de uma outra Flor...
Vertente em sonetos duma curta primavera
Que não se espanca, nem com pena de cor
E louva-se nos versos, por onde se reverbera...

Quisera merecer um soneto e não o compor...
E gritá-lo ao ardor por fora da estratosfera
Para ser percebido e causar-te, um fervor...

E repousar, se achegar, aonde o amor espera...
E achar teu doce odor, onde jaz, a miúda flor
Aterrada em luso solo... Tranquila... Mais etérea!
(SONETO PARA FLORBELA - Edilon Moreira, Julho/2016)

⁠ESTRELAS

Devia contar as estrelas...
E saber a quantidade que há
E quando quisesse revê-las?
Ter nomes para as chamar...

Devia o amor ser estrela...
Pra vida ser luz de partilhar
Acesa por dentro... Mantê-la
À força do bem e do olhar...

Queria no céu mais estrelas...
Na noite em que se nublar
Pairadas sobre minhas telhas
E cintiladas ao escuro mar...

Queria de bem perto vê-las...
E sentí-las, quando as tocar
Então, viraria as centelhas
Partidas ao me despencar...
(ESTRELAS - Edilon Moreira, Dezembro/2017)

POESIA MUNDANA

A minha poesia mundana...
Não fica parada ao vento
Viaja por longeva semana
Buscando desbravamento...

Vagueia pelo breu do céu...
E passeia sob a luz do dia
Às vezes é doce tal o mel
Ou somente sal da maresia...

Vivaz como toda criança...
Tem a calma de um ancião
E traz a cor da esperança
Realçada na imaginação...

Na beira do mar, nasce, vive...
Atravessando as 24 horas...
E lembra-me onde estive
Preservando boas memórias...
(POESIA MUNDANA - Edilon Moreira, Agosto/2022)

⁠HOMOERÓTICO POEMA

O poema homoerótico...
Não é fácil de se dizer
Passa pelo nervo ótico
Depois do corpo percorrer...

Nascendo dentro do peito...
Na voz da contemplação
É para não ser suspeito
Ou chacota à enganação...

Ser poeta é ser flertado...
Por seguidor(a) que o ler
E é mesmo, inusitado
Não saber o que fazer?

A força que tem o texto...
Que ao outro ser penetra
Pode encontrar contexto
Naquilo que se expressa...

Se a outro, pareço bonito...
Bonito é o outro também!
Não almejo a um conflito
Se meu é... Ninguém o tem...
(HOMOERÓTICO POEMA - Edilon Moreira, Junho/2020)

⁠A SUPERLUA

A superlua no espaço flutua...
Com a sua face exorbitante
Qual o mistério que nela atua?
A deixá-la assim... Tão gigante!

Que nuance exuberante!
Parece pintada em uma tela
O céu tão negro, emoldurante
A realçar-se ao que revela...

Brilhante tal um diamante...
Os olhos fixam-se a ela
Fascínio tal tão cativante
Ó lua... Superlua bela!
(A SUPERLUA - Edilon Moreira, Fevereiro/2019)