Coleção pessoal de MoacirLuisAraldi
Pela estrada
No banco do carona,
a térmica na mateira,
o cheiro da erva úmida
preenchendo a manhã inteira.
No rádio, uma canção
regional - quase lembrança -
e a serra se abre lenta,
como estrada da infância.
Nuvens passam sem destino,
vento sopra sem razão,
e eu sigo esse caminho
desenhado na palma da mão.
Sou viajante sem parada,
estrada traçada no terreno.
Entre Deus e o horizonte,
me descubro tão pequeno.
Acendo as luzes - já é noite,
os reflexos brilham no chão;
a estrada fala em silêncio,
como quem decora os tachões.
Peço ao anjo que me guie
no escuro da madrugada,
porque a vida nunca espera:
segue sempre, sem parada.
Entre o céu e o horizonte,
sigo frágil, mas sigo bem:
sou viajante sem descanso,
e a vida dirige por mim.
Sempre há um recomeço
quando o dia chega ao fim.
No meu Rio Grande tudo é tri legal,
Alegria maior é vencer no Grenal;
Se perder… deu pra ti,
Mas o orgulho segue aqui.
Bolo é torta, mexerica é bergamota,
O frio, bah! de renguear até cusco na grota.
Pão francês? Aqui é cacetinho,
E no CTG o patrão recebe com carinho.
“Barbaridade!” é mais que expressão,
É jeito de viver, é voz do coração.
Antes mesmo do batismo decoramos o hino,
Pois ser gaúcho é tradição e destino.
Chimarrão de manhã, doce melodia,
Churrasco no almoço, festa garantida;
E quando a noite cai, acalanta as canções,
Entrevero e abraços aquecem corações.
No meu Rio Grande é tudo tri legal,
chimarrão, churrasco e calor fraternal.
Ser gaúcho é mais que tradição,
é viver com alma e coração!
Bah, que alegria sem igual,
chimarrão na roda, churrasco no quintal!
Ser gaúcho é viver sorrindo,
com coração sempre aplaudindo.
"Entre o frio que rengueia e o sol de verão,
o gaúcho encontra calor na tradição.
Chimarrão ao amanhecer,
e a vida inteira para agradecer."
