Coleção pessoal de MiriamMorata

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⁠"Desistir?
Não é a meta que me move, é a paixão.
Tenho fome de fome e não de pão."

⁠“Está morrendo a geração de ferro, para dar passagem à geração de cristal.
Quem é a geração de ferro?
- Aqueles que chamávamos de “senhor” e “senhora”, porque “você” é para “seus amiguinhos”.
- A geração que não estudou porque precisava trabalhar para ajudar os pais, depois para realizar o sonho da casa própria, sustentar a família... mas chorou de emoção e orgulho na formatura dos filhos.
- A geração que antes da 22:00h colocava todo mundo na cama, ajeitava o cobertor, dava um beijo de boa noite depois de rezar junto, porque “ninguém deve dormir sem rezar, não somos bichos.”
- Aqueles que nunca viram uma carreira de cocaína, nem precisavam de comprimidos, ou energéticos para rir e dançar a noite inteira, mas não ousavam tomar manga com leite.
- E ninguém saía, ou entrava em casa sem “a bênção”... e isso fazia toda diferença.
- A geração que nunca sonhou com a Disneylândia, porque divertido mesmo era ficar na calçada com os vizinhos, contando causos enquanto ficavam “de olho nas crianças”.
- A geração que guardava o troco de moedas no cofrinho, mas não economizava nas festas de aniversário – um bolo, sanduiche, brigadeiro e suco. Sem DJ, só o som das crianças brincando e a risada dos parentes e amigos.
- A geração que anotava as dívidas na caderneta e ansiava pelo dia do pagamento para quitar todas as dívidas, porque “esse dinheiro não é meu”.
Está morrendo a geração que pagou para ver; bancou os seus sonhos e sonhou os sonhos dos filhos; sorvete era para dias especiais e comer arroz e feijão era a regra para crescer forte, porque "saco vazio não para em pé.".
- A geração que fez do trabalho o objetivo de vida, não soube o que eram férias e passear na praça com os amigos era uma aventura deliciosa, que rendia incontáveis fofocas e segredos.
- A geração que sempre deixou o último bolinho para os filhos, mas amargou a saudade e o medo, quando esses filhos não tiveram mais tempo para eles.
Está morrendo a geração que pagou todas as contas, mas não imaginou que envelhecer seria tão caro e os filhos não estariam dispostos a dividir essa conta.
Está morrendo a geração que soube arrancar comida e esperança de pedra, para cuidar da família, mas esqueceu de cuidar de si mesmo."

⁠"Criador e Criatura, Artesão e Obra, Deus e Homem são as duas extremidades do fio que sustenta a vida; será impossível atar o laço que abraçaria o Cósmico, para sempre, sem que essas duas extremidades se toquem e juntas, realizem e consagrem o milagre de existir!"

"⁠Por que Deus precisa do homem?
Como realizar essa obra pretensiosa, sem nos ampararmos na certeza de uma cumplicidade sagrada entre Deus e a Humanidade? Como sondar as profundezas do ser e conferir um significado que justifique sua existência, se não transcender o espaço-tempo limitado, que os sentidos conseguem apreender? Por isso, o Homem precisa de Deus!
Como desfrutar da imensa riqueza que é a experiência humana; como arrancar Espirito da matéria, sem tocar no barro e descobrir as formas infinitas que ele esconde? Por isso, Deus precisa do Homem!
Onde termina o instrumento e começa o Arte? Onde termina a Arte e começa o Artista? Como separar a obra, o artista e a matéria-prima?"

⁠"E assim eu aprendi que não é só o Alzheimer que devasta a imagem bondosa que fazemos de nós mesmos. É a vida.
Não somos tão bons quanto gostaríamos; não somos tão corretos e justos como queremos que o mundo acredite; não somos tão fortes quando imaginamos.
Somos humanos -A vastidão dessa condição me causa vertigem.
É nessa humanidade que reside a incoerência, o medo de não sermos aceitos ou amados; a vontade inexplicável de agradar a todos, mesmo que não nos incluamos nesse público ambicionado.
Descobri que compaixão não é pena, mas responsabilidade profunda e respeito pelo outro, ainda que ele não saiba quem eu sou, ou não tenha nenhum gesto de gratidão ou amor por mim."

⁠"Olho ao redor e sinto espanto e perplexidade, diante da assustadora impotência humana.
Quantas vezes, as rédeas da Vida foram arrancadas das minhas mãos, deixei de ser protagonista, para me transformar em mero espectador, da minha própria história?
Onde está a mão de Deus?
Até onde ela me permite traçar meus próprios caminhos?
Haverá algum momento, em que a vontade humana sobrepujou os desígnios de Deus?
Somos meros fantoches, representando um drama que está pronto, desde o início dos tempos?
Para quê?"