Coleção pessoal de MilazFerraz

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O que rola pelo chão, não são as peças de um jogo de xadrez.

Fiquei ali sentado, ouvindo. Dulce cantava novamente aquelas canções desconhecidas. Além da lua, as estrelas e coisas assim, do espaço sobre nossas cabeças, percebi que falavam também de seres da terra, escondidos entre as árvores, na fundura das grutas, nas curvas dos caminhos.

Ela disse:
- Força e fé, repete comigo: dai-me força e dai-me fé, dai-me luz.

Eu pedi:
- Força e fé. Dai-me força, dai-me fé e dai-me luz.

Dulce perguntou se eu queria cantar junto com ela. Disse que não, eu preferia ficar ouvindo. Eu não sabia cantar, expliquei. No mesmo momento, sem ouvir o que ela dizia, e talvez não dissesse nada, apenas cantasse, uma estrela cadente riscou o céu. Pensei em fazer um pedido, era meu aniversário. Mas não tinha nada para pedir. As coisas vivas, pensei, as coisas vivas não precisam pedir.

Preciso de segurança, de amor, de compreensão, de atenção, de alguém que sente comigo e fale: Calma, eu estou com você e vou te proteger! Nós vamos ser fortes juntos, juntos, juntos.

Você se foi e eu afundei numa melancolia de dar gosto.

Podia ser só amizade, paixão, carinho, admiração, respeito, ternura, tesão. Com tantos sentimentos arrumados cuidadosamente na prateleira de cima, tinha de ser justo amor, meu Deus?

Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo.
Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso.
Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes.
Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito.
Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria.
Tomara que, apesar dos apesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz.
As coisas vão dar certo.
Vai ter amor, vai ter fé, vai ter paz – se não tiver, a gente inventa.
Te quero ver feliz, te quero ver sem melancolia nenhuma.
Certo, muitas ilusões dançaram.
Mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas como velas.

Olha, evite arrastar um relacionamento moribundo. Sempre é melhor reagir, partir pra outro do que arrastar, arrastar.

- Você está cheio de memórias (…)
- Eu sei. Às vezes acho que não vou esquecer. Mas está passando. Vai passar, vai passar.

Foi aí que a solidão deixou de ser involuntária para se transformar em escolha. E foi bom, está sendo bom.

Vê se ri um pouco. Tenho aprendido que tudo tem jeito, o tempo é remédio pra tudo, vivendo e aprendendo. Por aí.

Não sei o que faço, onde fico: tenho muito medo, mas confio em Deus.

E lá vou eu, nas minhas tentativas, às vezes meio cegas, às vezes meio burras, tentar acertar os passos.

Quase novembro, a ventania de primavera levando para longe os últimos maus espíritos do inverno.

Te vejo perdendo-se todos os dias entre essas coisas vivas onde não estou.

Embora estivessem no mesmo barco, as maneiras de remar podiam perfeitamente ser diferentes.

Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se a vida não deu, ou ele partiu – sem o menor pudor, invente um.

E quem tem Deus no coração sabe que não há mal que vingue, nem inveja que maltrate, nem inimigos. Porque pra todo mal, há cura.

Penso nele, sim, penso nele. Mas não vou ceder.

Antes mesmo de nascer, Deus sabe quem vai te fazer feliz para sempre.

Podia ter dado certo entre a gente, ou não.
Eu nem sei o que é dar certo.