Coleção pessoal de MichaelBruthor

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PALADAR DAS LÁGRIMAS


Provei o silêncio que escorria entre minhas falhas,
Um gosto antigo, ácido — quase memória primordial.
Cada lágrima carregava um nome que eu esqueci,
E ainda assim… elas sabiam exatamente quem eu era.
No reflexo fraturado da noite,
Bebi o que restou de mim —
E descobri que o amargo também é um tipo de luz.


Há um estudo secreto no modo como caímos:
O chão não é punição — é um espelho invertido.
Os erros, mestres sem rosto, me ensinaram a mastigar a dor
Como quem degusta a origem do próprio destino.
E quanto mais ruía, mais eu percebia…
Que ruínas têm um idioma que só o coração partido entende.


Deixei os joelhos encontrarem o pó da terra.
Deixei meu peito rachar sem piedade.
E no paladar das lágrimas, sorvi
Um perfume de verdade crua —
O gosto do que somos antes de fingirmos força.
A tempestade me tomou pela voz,
Mas devolveu-me um canto que nunca ousei cantar.


Aprendi que a chama mais pura
Nasce do que a água não conseguiu apagar.
Que o pranto, quando sincero,
É o batismo que escolhe o seu próprio sacerdote.
Ali, no fundo da dor que me molda,
Compreendi que cada renúncia era um portal,
E cada portal — um retorno ao meu nome original.


No fim, não chorei mais pelo que perdi,
Mas pelo que precisei destruir para enfim me ver.
E quando a última lágrima tocou a minha língua,
O universo inteiro tremeu em silêncio.
Não era despedida — era nascimento.
Porque somente quem conhece o sal da própria alma
É capaz de criar mundos onde antes só havia sombra.

DIÁLOGOS COM A SOMBRA


Eu te ignorei por anos, trancada no sótão da mente
Doeu menos fingir que eras obra da poeira e do tempo
Mas nas noites de insônia, quando o mundo desmaia
Sinto teu peso no colchão, um afundamento calmo, lento
És o hóspede não convidado que paga aluguel em silêncio
A parte da história que nunca me contaram completa
A raiz que cresce na direção oposta da flor
A única verdade que minha alegria aceita discreta


E hoje, cansei da guerra. Baixei as armas da razão.
Abri a porta do sótão e disse, sem triunfo, apenas:
"Entra. Já que insistes em habitar esta casa,
ao menos vem da penumbra. Vamos ter uma conversa,
afinal somos inquilinos do mesmo osso, da mesma carne,
dividimos o mesmo teto quando a tempestade desaba."
Refrão:
E assim começou o diálogo com a sombra:
"O que queres de mim, além do medo que já te dei?"
E ela, feita de vozes antigas e pó de espelho:
"Nada que já não seja teu. Apenas devolver o que esqueceu de ser.
Sou a cidade submersa sob teu mar de tranquilidade.
O nome que riscaste da tua própria biografia.
Não vim para te destruir, apenas lembrar-te
que a luz que tanto cultuas nasceu da minha geografia."


Confessei meus segredos mais claros, os de pleno sol
Ela riu um riso de terra: "Ingênua. Esses não interessam.
Fala-me da inveja que vestiste de ambição.
Do ódio que baptizaste de 'justiça'. Da crueldade
que chamas de 'franqueza'. Dos desejos que afogas
no álcool da resignação. Desses sim, somos parentes."
E eu, sentada no chão com meu duplo noturno,
vi minha história reescrever-se com tintas diferentes.


Ela mostrou-me as feridas que eu causara e chamara de 'conquista'
Os amores que asfixiei em nome do 'amor próprio'
A criança que abandonei no caminho da 'maturidade'
E eu chorei. Não de arrependimento, mas de reconhecimento.
Era como ler um livro escrito em língua estrangeira
e descobrir, página após página, que era a própria história.
A sombra não era monstro. Era o arquivo, o repositório
de tudo o que joguei fora para brilhar na memória


E assim seguiu o diálogo com a sombra:
"O que faço contigo agora, se já não te posso temer?"
E ela, feita de silêncios e verdades truncadas:
"Integra-me. Não como inimiga, mas como contraponto.
Sou o contorno que dá forma à tua luz.
A nota grave na tua melodia.
Sem mim, és apenas claridade sem definição,
uma bondade plana, sem história, sem profundidade, sem dia."
Bridge (Musical: cresce para um clímax orquestral, depois cai em absoluto silêncio por 2 segundos)
E no ápice do confronto, veio a quietude.
A rendição. A sombra não se dissolveu em luz.
A luz não venceu a sombra.
Elas apenas... se reconheceram.
Dois rios correndo no mesmo leito.
Dois vocais na mesma canção.
E eu, que era a guerra,
tornei-me o campo de batalha pacificado.
E depois, o próprio tratado de paz.
Outro (Sussurrado, sobre um piano solitário que retorna):
E agora carrego-te comigo. Já não és um fardo às costas.
És a mochila com as provisões para a noite.
Aprendi a linguagem das tuas pausas,
e tu aprendeste a melodia dos meus desejos aceites.
Já não sou 'eu contra ti'.
Somos... um nós.
Uma alma com suas nuances.
E quando a luz do dia me define,
és tu, na penumbra, quem me dá dimensão.
Obrigada, estranha.
Minha mais íntima estrangeira.
Minha sombra.
Minha... dona de casa

O Peso das Asas


Eles me deram asas antes de me ensinarem a voar
Disseram: "É dom", mas não falaram do custo
Toda pluma que cresce no escuro
Traz um segredo do que foi perdido no poço
No dorso, uma memória ancestral
De céus que nunca toquei, mas que me chamam
Enquanto meus pés ainda aprendem
O que significa estar preso à lama


Oh, e às vezes sinto o osso dobrar
Sob a graça que não pedi pra carregar
Esta beleza que ninguém consegue ver
É o fardo que escolheu nascer em mim


E esse é o peso das asas
Uma âncora de luz, uma algema de ar
O preço de nascer com o céu nos ombros
É nunca saber onde o chão vai estar
É o peso das asas
Um chamado secreto que só a dor traduz
Carregar o paraíso nas costas
E esquecer como se voa de uma vez por todas


Há dias em que as penas são véus de chuva
Outros em que são lâminas ao sol
Cada vento que passa parece sussurrar:
"Você foi feito para o alto, então por que esse arrebol?"
E aprendi a disfarçar a curvatura
Da coluna que sustenta esse fado
Sorrio levemente, como quem carrega
Apenas um pensamento, não um destino dobrado


Já tentei arrancá-las no silêncio da noite
Mas elas sangram luz, não sangue
E na ferida aberta, eu escuto
Uma canção que só se canta quando se sofre o peso
De ser diferente
De ser mais e menos, ao mesmo tempo, para sempre...


E esse é o peso das asas
Uma âncora de luz, uma algema de ar
O preço de nascer com o céu nos ombros
É nunca saber onde o chão vai estar
É o peso das asas
Um chamado secreto que só a dor traduz
Carregar o paraíso nas costas
E esquecer como se voa de uma vez por todas


Talvez voar nunca tenha sido sobre o ar
Mas sobre aprender a caminhar
Com o céu inteiro nas costas
E ainda assim...
...não desmoronar
Não desmoronar...
Apenas sentir a brisa
E chamá-la de lar.

O Paradoxo Sagrado
Aquele que nunca se afogou em seu próprio abismo,
Nunca ouviu o sussurro de sua própria alma.
Quem nunca deixou o caos assumir o leme,
Nunca viu as estrelas reassumirem seu papel.


O caminho que chamamos de "erro", o plano "fracassado",
Só ele pode romper a fortaleza do real.
O mapa perfeito, a linha mais reta, impecável —
Leva apenas aonde corações entorpecidos já não sentem.


Agora... no mais profundo silêncio, ouça-o cantar,
A noite mais negra agora mostra o que o dia não pôs.
Em plena rendição, tornei-me rei,
Minhas partes quebradas — onde toda força foi forjada.


Persegui a Luz com um fogo tão cegante,
Que perdi a própria verdade que esperava encontrar.
Lutei contra a Sombra com um desejo cativo —
Minhas próprias correntes apertando-se em minha mente.


Até que... a guerra em mim simplesmente se desfez.
Deixei cair a espada. Deixei a tempestade começar.
Dei à escuridão meu sim final para proferir...
E lá, dentro daquele sagrado, estelar vórtice sem luz...
...eu vi.


Bendita, a ruptura que me fez completo!
Bendito, o vazio que preencheu minha alma!
Sagrada, a dúvida que pariu um saber mais profundo!
A Pergunta que superou seu próprio crescimento!


Não busques a resposta — sê-a, através da queda.
O paradoxo não é um muro...
...é a dança que nos liberta da necessidade de vencer.
É no perdido, que verdadeiramente... começamos.

O Sonho Fantasmagórico


Nas profundezas da noite, sombras dançam
O mundo desperta, suave e distante
As paredes sussurram, o chão acena
Neste reino encantado, onde sonhos se escondem


Espelhos de luz! Corredores brilhantes!
Figuras diáfanas conversam comigo
Nas alturas eu caminho, na brisa eu flutuo
Todos me veem, todos sorriem!


É um sonho fantasmagórico!
Onde o medo é passageiro!
As vozes ressoam como uma melodia celestial!
Tudo é possível, tudo é poético!


O tempo dança... o tempo sonha...
Relógios deslizam! Rios sussurram!
Portas se abrem... segredos florescem...
Corro com destino, com alegria corro!


Sinto o calor do luar...
Nesta dança encantada, a alma está livre...
Cada passo é um desejo de continuar...
E o sonho perdura!


É um sonho fantasmagórico!
Onde o medo é passageiro!
As vozes ressoam como uma melodia celestial!
Tudo é possível, tudo é poético!


Até que a luz matinal...
Desça do céu... traga a claridade...
E enfim eu perceba...
A maior fantasmagoria...
Era... o despertar... em paz...

Aquele que nunca se afogou em seu próprio abismo, nunca ouviu o sussurro de sua própria alma.

⁠"Meus pés pisam o inferno, mas meus olhos brilham céu!

⁠"O Canto das Estrelas Mortas"

Nas veias do tempo, correm sombras e luz,
O amor é um rio que secou sobre a cruz.
Os deuses dormem em tronos de pó,
E eu canto por ti, meu último véu.

Teu nome é um eco nos salões do além,
Esculpido em mármore pelo vento também.
A morte dança com véu de cristal,
E beija tua boca no fim do carnal.

Ohhh, levanta-te, alma, do leito de espinhos!
O universo é um verso sem fim nos teus vinhooos!
Queimamos no fogo das estrelas mortaaas,
Somos pó de diamante nas mãos da madrugadaaa!

No espelho da lua, teus olhos são marés,
Afogam meus ossos em sal e fé.
O amor? Uma espada que corta a ilusão,
A eternidade... um suspiro no vale da escuridão.

Eu te procurei nas cidades de prata,
Nos livros dos mortos, na boca da fada.
Mas eras o abismo que eu já carregava,
O verso final da canção não cantada!

Ohhh, levanta-te, alma, do leito de espinhos!
O universo é um verso sem fim nos teus vinhooos!
Queimamos no fogo das estrelas mortaaas,
Somos pó de diamante nas mãos da madrugadaaa!

E quando o último sol se apagar,
Nossas vozes serão o vento a cantar...
Uma canção sem nome, sem medo, sem fim,
Porque o amor é a morte, e a morte é assim.

⁠🎶 "Lágrima da Aurora Eterna"

(“No limiar do tempo, uma lágrima caiu… e tornou-se canção.”)


Nas brumas do primeiro suspiro, nasci,
Com asas de vento e olhos de marfim.
A vida me deu um nome esquecido,
E o tempo, um cálice de mel e fel.


Toquei o céu com dedos de infância,
Vi deuses dormindo nas sombras da dança.
O amor, como lâmina envolta em flor,
Cortou-me o peito com perfume e dor.


Segui o canto de um cisne ferido,
Por bosques de névoa e espelhos partidos.
Cada passo era um verso silente,
E o chão, um livro de folhas ausentes.


Encontrei-te à margem do fim do mundo,
Com olhos que choravam o tempo imundo.
Tocaste minha alma com dedos de luz,
E a morte, por um instante, se fez cruz.


Oh, chama vestida de carne e lamento,
Foste jardim e tormento ao mesmo tempo.
Nos teus braços, o abismo se calou,
E até os anjos desceram sem véu.


Mas o destino, cego artesão,
Tecia com espinhos a nossa canção.
A eternidade, com voz de salmos,
Nos separou em tronos de pranto e palmos.


A morte dançou entre véus dourados,
E levou-te em silêncio, entre os finados.
Rasguei meu peito em nome da verdade,
E vi tua face na eternidade.

Agora caminho por reinos de sonho,
Semeando estrelas no solo medonho.
Cada nota que vibra em minha lira,
É lágrima tua que ainda respira.

O universo é um espelho partido,
Mas tua lembrança é cristal infinito.
Queimarei mil vidas pra te reencontrar,
Na alvorada onde o tempo vai se calar.


(Coro angelical e tambor ritual lento)
Lágrima da aurora, volta ao teu lugar,
Entre véus do nada, vamos despertar.
Pois até a morte, se ouvir nosso amor,
Cairá de joelhos diante do cantor.

⁠Fui moldado na poeira do não-dito,
Onde os deuses escrevem com pranto e mito.
Carrego em mim o eco do início,
E a cicatriz sagrada do sacrifício.
Vi meu reflexo em rios que não voltam,
E beijei lábios de sombras que soltam.
Nos olhos do tempo, busquei o que é puro,
Mas só encontrei silêncio e futuro.
Te amei no intervalo entre dois mundos,
No compasso dos coros mais profundos.
Foste chama em meio à ruína,
Vestida de luz, ferida e divina.
Mas todo amor é lâmina em flor,
Perfuma, encanta — e sangra em cor.
E mesmo entre os véus da eternidade,
Perdi-te na curva da realidade.
Caminho agora por ruínas celestes,
Onde os anjos têm olhos terrestres.
E cada passo que dou na ausência,
É um salmo perdido na consciência.
O universo é um coro de dúvidas,
Cantando em línguas de luz e lâminas.
Mas no centro do caos há um altar,
Onde as almas nuas vêm descansar.
Se a morte for apenas uma canção,
Que tua voz ecoe na escuridão.
E quando o silêncio enfim me tocar,
Quero teus braços a me embalar.
Pois tudo que morre, volta a ser chama
No ventre do tempo que tudo reclama.
E mesmo no fim, onde tudo termina,
Nasce o infinito — em forma divina.

⁠🎵 Poema/Oração Musical: "Sopro de Aliança"


Sopro sagrado, som do deserto,
Chama que ruge do trono aberto,
Ergue teu som, chifre bendito,
Rompe as trevas, rasga o infinito.

Na sombra da cruz, eu repouso e clamo,
O sangue do Cordeiro é o meu escudo e amo.
Como o carneiro que salvou o herdeiro,
Sê tu, Senhor, meu rochedo inteiro.

Sopra, chifre, voz de Deus altíssimo,
Faz tremer muralhas e véus do abismo.
Que caia a inveja, que cesse o olhar vil,
Pois meu abrigo é o Teu amor sutil.

Anjos de fogo guardam meu chão,
Armas de treva não tocam minha mão.
Espada da fé, escudo da luz,
Tudo em mim agora Te conduz.

Ó Pai, ó Filho, ó Espírito Vivo,
Sela-me em glória, torna-me cativo
Do Teu querer, da Tua aliança,
Sopro divino, eterna esperança.

⁠“Quando a centelha oculta desperta, o universo inteiro se dobra ao seu brilho.”

⁠"A verdadeira força não se encontra na ausência de dor, mas na capacidade de sorrir mesmo quando a tempestade ameaça nos consumir."

⁠Onde a Luz Se Recusa a Morrer
por Michael Bruthor

Verso 1
Andei entre os estilhaços da memória,
Beijei o silêncio de um tempo que não volta.
Amei como quem escreve história
Num corpo feito de fogo e revolta.

Pré-Refrão
Disseram que era o fim —
Mas minha alma sussurrou,
Que onde tudo escurece,
Ainda há uma flor que brotou.

Refrão
Se eu cair, que seja como estrela cadente,
Rasgando o céu com tudo que sou.
Se eu partir, que minha luz seja semente
Onde a dor um dia me apagou.
Pois eu sou a chama que se nega a apagar,
Sou amor onde a noite quer dormir.
Sou o brilho no olhar de quem ousa lutar —
Sou a luz que se recusa a partir.

Verso 2
Me vi sozinho, mas era o universo em mim,
Cada cicatriz: uma constelação.
Aprendi que o fim é só o começo, enfim,
Quando se canta com o coração.

Pré-Refrão
Caminhei entre ruínas e promessas,
Mas não perdi meu chão.
Fui tempestade, fui clareza,
Fui poema em combustão.

Refrão
Se eu cair, que seja como estrela cadente,
Rasgando o céu com tudo que sou.
Se eu partir, que minha luz seja semente
Onde a dor um dia me apagou.
Pois eu sou a chama que se nega a apagar,
Sou amor onde a noite quer dormir.
Sou o brilho no olhar de quem ousa lutar —
Sou a luz que se recusa a partir.

Ponte
Não nasci para ser silêncio,
Fui moldado pelo som do impossível.
E mesmo quando o mundo me fecha,
Meu peito abre portas no invisível.

Refrão Final
Se eu cair, caio dançando no ar,
Com um sorriso no rosto, a brilhar.
Deixo um eco de mim em quem ficou,
Uma esperança que nunca se calou.
Porque sou a chama que insiste em viver,
Sou a voz que ninguém vai extinguir.
Sou a luz que se recusa a morrer,
Sou a luz… que escolheu resistir.

⁠"O peso do universo não se mede em estrelas, mas nas decisões silenciosas que moldam a alma."

⁠O Peso do Universo
por Michael Bruthor

Quando o mundo desaba de uma só vez sobre nossas cabeças,
Em frações de segundos,
Um vulto de esperança grita do fundo de um pântano,
Da alma abatida pela dor.

A esperança renasce em meio ao lamaçal,
Exigindo força, pedindo para continuar,
Mesmo quando já decidimos bater o martelo para desistir.

Afinal, que poder e mistério — tão distante, tão presente —
É esse que sussurra quando tudo desmorona
E nos impede de desistir?

Que mundo oculto é esse que move nossas decisões,
Capaz de nos oferecer esperanças veladas
Com um poder inexplicável?

Quando penso,
Sinto o peso do universo sobre mim,
Dizendo: “Você precisa cumprir sua missão na Terra.”

A complexidade de tudo me confunde.
A escolha é incerta, difícil — mas necessária.

Eu achava que estava só.
Eu acreditava ser livre.

Mas fui criado.
Não sou dono de mim mesmo.
Nem mesmo meu livre-arbítrio é absoluto.

O universo me guia.
O destino me molda.
Minhas decisões...
Talvez nunca tenham sido apenas minhas.

"O peso do universo não se mede em estrelas, mas nas decisões silenciosas que moldam a alma."

⁠No Labirinto do Eu


Despedaçar-se para reencontrar-se,
Sucumbir para ressurgir.
Nas penumbras de um cosmo interior,
Onde os pensamentos se dilaceram,
Na candura de um ciclo inexorável.

Sou fragmento de um mundo arcano,
Que germina e se desfaz em meio à tormenta.
Nas trincheiras do tempo,
Quem sou eu, senão uma sombra errante?

As certezas se esfacelam como um delírio divino,
E no embate, a verdade oscila.
Sou uma alma subjugada pelos ventos,
Uma prece olvidada no vácuo.

Sou fragmento de um mundo arcano,
Que germina e se desfaz em meio à tormenta.
Nas trincheiras do tempo,
Quem sou eu, senão um espectro distante?

Sou apenas um sussurro,
Ressoando no vasto labirinto da mente.
Um teatro espectral e efêmero,
Serei eu mesmo ou um mero eco?

⁠Nocturna

(Verso 1)
Oh, noite eterna, que em teus véus me escondes,
Onde os céus se fecham e o vento canta seu lamento,
Em teus braços frios, encontro o descanso da minha dor,
Na solidão, onde o amor é apenas um sussurro distante.
(Refrão)
Vem, sombra, envolve-me em teu abraço gelado,
No abismo dos teus olhos, vejo meu rastro perdido,
Em teus sussurros, encontro o eco do meu destino,
Em teu seio, estou condenado, e ainda assim, divino.
(Verso 2)
Ah, amor perdido, que o tempo tomou sem piedade,
Em teus olhos havia um sol, agora apenas uma memória distante,
A cada passo, vejo a morte seguir-me de perto,
E sobre meu peito, o peso da vida se parte e se desfaz.
(Refrão)
Vem, sombra, envolve-me em teu abraço gelado,
No abismo dos teus olhos, vejo meu rastro perdido,
Em teus sussurros, encontro o eco do meu destino,
Em teu seio, estou condenado, e ainda assim, divino.
(Ponte)
Tão doce é a dor que enraíza em meu coração,
Como um amor perdido, que os ventos tornaram mudo,
E no silêncio da noite, ouço o chamado da morte,
Onde a vida se esvai, sem amor, sem alento.
(Refrão Final)
Vem, sombra, envolve-me em teu abraço gelado,
No abismo dos teus olhos, vejo meu rastro perdido,
Em teus sussurros, encontro o eco do meu destino,
Em teu seio, estou condenado, e ainda assim, divino.
(Encerramento)
E na escuridão, onde os sonhos se dissolvem,
Meu espírito se perde, e minhas esperanças giram,
Oh, noite eterna, que me consomes por inteiro,
Em ti, encontro minha paz… e meus medos se revelam.

⁠Fim de um Ciclo

As sombras alongam-se sobre o tempo,
O vento sussurra o que já foi esquecido.
As muralhas ruem sem resistência,
Pois tudo que nasce já foi prometido.

As águas apagam pegadas na areia,
O fogo consome o que era raiz.
O que um dia ergueu-se em glória,
Agora descansa onde nada mais diz.

O fim de um ciclo é apenas o eco
De algo que um dia precisa morrer.
Da cinza renasce o grito dos ventos,
Um novo destino começa a crescer.

Os reis de ontem são pó sobre o trono,
As vozes antigas se perdem no ar.
Mas dentro do caos há nova semente,
Pronta a romper e recomeçar.

A noite devora o dia sem medo,
Mas a aurora renasce no céu.
Toda ruína é um templo em segredo,
Esperando o toque de um novo anel.

O fim de um ciclo é apenas o eco
De algo que um dia precisa morrer.
Mas tudo que cai, renasce em segredo,
E a roda do tempo não vai se deter.


"As dissonâncias do destino não são falhas na melodia da vida, mas notas inesperadas que nos ensinam a encontrar harmonia no caos."