Coleção pessoal de MGodoy

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No meu mundo a dialética social é essencialmente pautada na igualdade.
Gente gosta de gente. Ser gente, é a gente que se faz. E como é bom ser a gente quando nos sentimos gente.
Quando a gente se enxerga acima de tanta gente, a gente deixa de ser gente.

Diz a lenda que a felicidade possui a capacidade de ignorarmos tudo que é irrelevante ou muito pequeno quando comparados à grandeza daquilo que nos torna feliz

Aprendi com as crianças a inventar o meu mundo e com os idosos, a justificá-lo.
Aprendi com os anos que a vida é a grande festa e o futuro não é um meio. É um instrumento.

Eu faço da vida a vida que eu faço.
O que não quero pra vida
eu simplesmente desfaço.

Quando o coração é leve
a alma flutua.
Quando o coração flutua
a alma voa.
Quando o coração voa
a alma dispara.
Quando o coração dispara
a alma ama.
Quando o coração ama
a alma encontra abrigo.

Cresci brincando com minhas próprias aventuras.
Fui capitão do meu navio que naufragava mas eu não morria.
Fui comandante das mais bravas tropas que invadiram as mais tenebrosas selvas em busca de exércitos inimigos. Me atiraram bala de canhão, pedra em fogo de catapultas, mas eu não morria.
Lutei contra dragões cuspindo fogo e mergulhei em águas infestadas de tubarões e monstros mitológicos. Sangrei por horas, mas não morria.
Até que um dia inventei de me aventurar nos bailinhos de garagem.
Transformei valsas em foxtrote e mazurcas em forró. Me vesti de Don Juan e falei como um Casanova. Porém aquele toque de lábios que até então desconhecia, me fez as pernas tremerem e o frio polar me tomou o estômago. Foi quando eu morri. De amor.

E se todas as noites tivessem sido ao seu lado, eu jamais teria necessitado das estrelas.

Não preste atenção nos pés descalços.
Observe os passos que eles dão.

Deixo uma parte de mim em cada lugar que passo. Comigo, levo também um pedaço de cada lugar.
Assim, vou deixando os lugares e eles me deixam, mas, não deixamos de existir um para outro. Eles permanecem comigo e eu neles, de forma que nos completamos inteiramente. Eles existem em mim e eu permaneço em todos os lugares por onde passo.

Era mais que um hábito, uma necessidade cotidiana.
Um ritual que que se repetia absurdamente todas as manhãs.
Ele passava por diversas vezes na frente do espelho que ficava na ampla sala daquela casa sem nome e tão exageradamente ressentida da ausência de vida.
Fixava os olhos na imagem refletida como se buscasse desvendar um misterioso segredo. Procurava a si próprio da mesma forma que um velho procura os óculos pendurado na ponta do próprio nariz. As marcas na face deixavam transparecer os anos gastos na busca dos próprios enigmas e com coisas que o seu subconsciente gritava pela falta de plenitude.
E naquela dia fez o que comumente faziam os moradores daquela localidade. Nada obstante, diferentemente da contumácia de olhar-se no espelho, não contemplava a vasta praia que a natureza tão generosamente presenteou àquela cidade. Naquele manhã, em frente ao mar, contemplando-o, percebeu o quanto era pequeno aquele espelho da sala. Descobriu que para refletir a sua imagem precisava de algo do seu tamanho.
(Trecho de As Ruas Invisíveis)

De tanto dar amor, viveu e virou uma flor.
De tanto implorar amor, morreu e se acabou.

E é quando você divide seu tempo comigo que percebo o quanto a eternidade é muito pouco

O hoje. Ah! O hoje! Às vezes me pego em juízo sobre isso.
Certo dia, cheguei à nobre conclusão de que "o hoje" nada mais é que um presente de Deus. Um presente dado sem que te peçam nada em troca. Aliás, somente a você cabe a postura exata frente a este presente.
O hoje é como disseram um dia, é a materialização do começo, do recomeço, do refazer-se, do início, dos reinícios! Se o tempo é um cenário preparado para nos inserirmos, façamos do hoje a nossa melhor interpretação. Um show para nós mesmos recheado de aplausos vindo da nossa consciência.
Não cabem freios inúteis no hoje. Não cabem as paradas desnecessárias que obstacularizam a felicidade sem qualquer razão plausível. Não cabe a normose parva que te leva a uma adaptação às coisas inúteis. Só a verdadeira felicidade é útil ao homem.
Não economize beijos, abraços apertados, palavras de carinho, solidariedade pura e simples, novas possibilidades, novos encontros. Só chegaremos ao nosso âmago, à nossa essência através das relações humanas e as relações humanas nas suas diversas searas, é a mais pura forma de atrito. Então, ATRITE-SE! Ame, se entregue às paixões, saia da zona de conforto da monotonia paralisante, da mediocridade absurda que vem do medo.
Foque suas preocupações no hoje! O que passou virou história e o futuro é uma incógnita sediada na vontade de Deus. Destarte, VIVA, brinque, chore e se decepcione (se for o caso).
A única coisa que te fará humano é o sentir. Então faça do seu hoje um turbilhão de sentimentos. E quando a cabeça desocupar das coisas que te foram inúteis, só se arrependerá do beijo que não deu, do abraço que nunca abraçou, do amor que não foi seu.

Embora as asas cortadas
as pernas firmes, os pés no chão.
Embora uma vida de sonhos
um sonho vivido a cada instante.
Embora o corpo cansado
uma estrada pra seguir.
Embora o peso nos ombros
uma alma leve a viajar.

...foi quando ela trocou os pesadelos
por sonhos reais. Amou. Simplesmente.

Detesto paradas desnecessárias. Daquelas que se deixam por problemas solucionáveis.
Gosto de paradas com paisagens que eu possa admirar. Adornadas
de céu azul e se possível, um mar à frente com ondas espumantes.
A vida urge e reclama por uma velocidade proporcional às nossas necessidades.
É por isso que tal qual o beija-flor eu preciso de asas extremamente ágeis para saciar a minha fome de voar.

Ora, e quando tu olhas para trás no mínimo te acochas a dor do perpétuo torcicolo causado pelo peso dos anos.
Pára de secar-te em alma e encher-te do bruto rancor.
Todas as manhãs são válidas e de uma beleza que não se compra em nenhum magazine. Te amanhece! Tem coisas que não se mensuram pela sua própria natureza. Tal qual o amor.
Anoitece-te, então, em amor e amanhece-te em vida. No final verás que o tempo é tão escasso que pode te faltar alguns minutos. Até mesmo pra dizer adeus.
Te proporcionas noites quentes que se adornam do mais puro amor. Te refaz no cheiro de terra molhada das manhãs enchendo-te os pulmões de vida. E te acomodas nas tardes de paixão como se cada uma parecesse a última. Assim te sentirás muito mais próximo de Deus e ganharás um insistente sorriso perfeito assim como uma alma mais leve que a pluma.
Não duvide que chegará o dia em que a certeza te tomará e compreenderás que a única coisa que vale a pena é simplesmente viver.