Coleção pessoal de mardoniobarros

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⁠Pensei em escrever porque alguém me perguntou:
“Cadê suas poesias? Tem escrito?”
A resposta veio assim:

Nem todo dia tem poesia.
Tem dia que amanhece seco,
sem metáforas, sem rima, sem vontade.
Tem prosa crua,
comunicado de despejo,
recado na geladeira,
mensagem não lida.
Tem carta escrita às pressas
só pra não dizer que ficou calado.
Palavras que se alinham não pra explicar,
mas pra confundir, provocar, desarrumar.

Nem todo dia tem bons pensamentos.
Tem dia em que o peito pesa,
e os sonhos dormem mais do que a gente.
Tem vontade de sumir,
e tem lembrança que insiste em ficar.
Tem o corpo presente e a alma ausente.
Tem desejo partido,
tem carta de amor rasgada antes de ser enviada.

Tem dia que tem só o silêncio —
mas é um silêncio cheio de barulho por dentro.
Tem dia que o mundo cala,
e mesmo assim, a palavra teima em transbordar.
Sai pelos olhos,
escorre na pele,
explode no papel.
E é nessa bagunça que, às vezes,
sem querer, a poesia volta a acontecer.

POeMA DE SEGUNDA

A semana começa.
O dia termina.
O tempo voa.

Sexta chegou —
e o tempo foi pouco.
Sábado passou,
domingo é sala de espera pra segunda.

Tudo recomeça.
A roda gira:
tempo, trabalho, tropeço e o vôo.

E a vida?
Bilhete de ida
pra um tempo qualquer
Pra uns, curto.
Pra outros, um pouco mais.

No fim,
somos só isso:
passageiros do tempo,
com hora marcada.

⁠A terra, o barro
a mão divina molda o homem.
o homem moldado
cria com imaginação:
faz o tijolo,
o artefato,
o vidro,
a edificação.

a casa que acolhe,
o muro que cerca,
a ponte que atravessa,
a plataforma que eleva.

do pó que vira forma,
do gesto que vira chão —
Deus sopra essência,
o homem faz invenção.

e assim,
a terra respira arquitetura:
matéria que sonha
em cada construção.

⁠Tudo é movimento
a água vira vapor,
vira gelo que espera,
vira rio que leva e lava,
vira chuva que cai e rega.

tudo é transformação.
fases,
estados,
o mesmo corpo em transição.

a matéria muda —
não se perde,
se refaz.
a essência escorre
pra nunca mais
ser igual.

⁠As cores da paisagem
há cores na estação.
O trem partiu no horário
levou você,
ficou partido o coração.

Toda parte é só metade,
toda partida, solidão.
Sinto tua falta,
mas preciso — com razão —
abrir de novo o coração,
achar outra parte,
partir
pra nova estação.

A felicidade não é um presente, mas uma conquista que tem seus custos objetivos e subjetivos.

⁠Trama
Os pontos, ligados por tramas.
O fio faz roupa,
faz tapete voador,
corda de amarração.

O fio é forca —
no suicídio,
ou na punição.

O fio é cordão que alimenta
a vida em formação,
a informação.

O ponto é a partida.
O corte, a separação.
O choro, a notícia:
chegou nova estação.

Toda escolha verdadeira exige coragem: desafiar o improvável, tornar o impossível real e deixar um legado que fale por si.

⁠O filho vem.
O tempo passa.
Ele nasceu pro mundo —
do ventre pra fora,
de dentro do peito.

A vida pulsa na rua.
Preparar, educar,
deixar voar,
ensinando a abrir as asas
e a entender a direção do vento.

Todo filhote tem seu próprio destino.
Todo pai tem seus dias contados —
na vida e na tutela.

É tempo de deixar crescer.
É tempo de deixar que ele
faça seu próprio caminho.

⁠Quem vive, sente.
As emoções que transbordam,
a raiva do que nos machuca,
a alegria do que nos anima,
a paixão que nos move.

Quem vive, sente.
A emoção circulando nas veias,
o calor dos abraços,
o medo correndo em lágrimas.

Quem caminha sobre a terra
conhece o sapato que incomoda,
a distância que desanima,
o tempo que nunca basta
Mas quem não desiste, conquista.
a dignidade de se refazer,
o valor das amizades sinceras,
os amores que resistem ao tempo,
e um legado que não se mede em moeda
mas em presença, verdade e memória.

⁠Te desejo,

Te desejo a sorte que só o tempo traz,
o destino que brota das escolhas certas
e os bons frutos do teu próprio caminho.

Te desejo leveza nos dias pesados,
e coragem quando o mundo pesar demais.

Todos temos o nosso próprio tempo.
Nossos planos e desejos vão, aos poucos,
ganhando espaço na agenda da vida.

E a vida —
a vida é coragem:
de pelejar,
pelejar,
e pelear.

Te desejo isso tudo.
E mais um tanto de esperança,
pra seguir com fé,
com brilho nos olhos
e firmeza no coração.

⁠Nem tudo é sobre o fato.

O desespero nos leva ao abismo.
Diante dos problemas, não podemos nos desesperar.
A desesperança é filha da visão limitada, que nos faz crer na impossibilidade de solução.

Mas sempre há um recomeço.
Uma chance de reconstrução.
Se acalmarmos nossos corações, podemos encontrar saídas.

A vida não se faz em um dia.
É uma jornada errática.
Uma viagem com várias escalas e conexões.

Descemos, subimos.
Às vezes vamos na classe econômica, outras vezes na primeira classe.
Tudo acontece nesse percurso.

Um momento não pode definir a sua existência inteira.

⁠"‘Onde não há visão, o povo perece.’ – Provérbios 29:18

Empreender é mais do que construir negócios; é ter uma visão que inspire, que mova e que transforme. Quando temos propósito, cada desafio se torna um passo em direção ao futuro que queremos ver."

⁠Meu tempo é precioso, matéria rara.
Desperdiçá-lo com companhias vazias é um erro sem volta.
Ele é irrepetível — não retrocede, não se estende, não espera.

Meu tempo pertence aos bons,
àqueles que fazem valer cada instante.
Não tenho tempo a perder, nem a desperdiçar.
Meu tempo é deleite, reservado para quem realmente desejo compartilhar.

⁠O tempo nos devora.

No outro, vemos a idade chegar. A corrosão do tempo nos consome lentamente. Quando percebemos, o futuro já foi — somos passado em movimento. Conhecimento, memórias… somos mais o que fomos do que o que seremos.

O tempo não perdoa escolhas ruins.

Mas, depois de mortos, pouca diferença faz para onde partimos. Apenas o legado nos mantém vivos — mortos que habitam a glória dos feitos que transcendem a própria existência.

⁠Todos os dias somos confrontados
pela dificuldade de perceber o que nos atravessa.
Todos os dias somos lançados
em muitas direções.

Todos os dias o desafio pesa,
o medo aperta, o frio corta.
Nem sempre somos,
nem sempre encontramos forma,
mas seguimos,
sobrevivemos.

⁠O nosso maior desafio é seguir diariamente animados diante dos obstáculos, não sucumbir à pressão dos outros e lembrar que nossa força vem de dentro, da superação de nós mesmos.

⁠A raiva do outro é tarefa dele, não sua. Respeite a separação de tarefas, preserve seu equilíbrio emocional e siga alinhado ao seu próprio estilo de vida, sem permitir que o comportamento alheio o desestabilize.

⁠Quando cooperamos, damos passos mais firmes rumo ao progresso; por outro lado, a lógica competitiva nos condiciona a uma sociedade onde a rivalidade se sobrepõe à colaboração, reduzindo nossa capacidade de gerar bem-estar social.

⁠Achar que somos superiores aos outros é um erro. Esse é um complexo de superioridade que, muitas vezes, deriva de um complexo de inferioridade. Precisamos nos esforçar para sermos superiores a nós mesmos, buscando constantemente nossa melhor versão, que surge do contínuo aperfeiçoamento pessoal.