Coleção pessoal de manoel_jonas
Mãe
de: Manoel Jonas
Mãe, tu és minha fortaleza.
Se o mundo me entristece, sei que sempre posso voltar ao teu colo,
onde o teu amor infinito me acolhe.
Adoro repousar minha cabeça em teu carinho
e ouvir as histórias dos teus dias de infância,
enquanto teus dedos suaves deslizam pelos meus cabelos,
num balé circular que me embala e conforta.
Como uma criança segura, adormeço nesse sono sereno,
onde tudo de que preciso é o teu amor maternal.
Sonho com os tempos de menino,
quando teus cuidados me envolviam
e, em teu colo, me sentia o ser mais amado do mundo.
Mãe, palavra divina que inspira paz, segurança e amor.
Nunca me canso de repeti-la—mãe!
Teu amor é eterno e nada no mundo se iguala a ti.
É por isso que sempre volto, porque te amo.
Ontem, foste meu porto seguro.
Hoje, é minha vez de cuidar de ti,
mas ainda encontro refúgio no teu colo.
Mãe, te amo—hoje, amanhã e sempre.
Te amo com uma devoção quase divina,
pois no teu amor reside tudo o que há de mais puro e verdadeiro.
O Menino
de: Manoel Jonas
O menino sonha em comer pizza,
o menino sonha em dar uma casa à mãe.
O menino sabe que precisa estudar,
mas não sabe o que a vida lhe reserva além.
O menino é feliz no alto da colina,
de onde vê o mundo sem barreiras ou dor.
Ele enxerga uma colina verde ao longe,
parece um tapete, um paraíso, um esplendor.
Mesmo cercado pela falta de tudo,
o menino sorri, porque ainda pode sonhar.
Ele conta histórias para si mesmo,
e no mundo imaginário, sempre pode voar.
Mas as letras são ranzinzas e difíceis,
não ajudam o menino a encontrar seu lugar.
Até que Mimi, a macaca sábia,
lhe ensina que as palavras podem o libertar.
O menino sonha e acredita,
mas não sabe que a sua cor tão linda
será sua próxima batalha,
um muro que o mundo lhe destina.
O menino se pergunta em silêncio:
"Por que minha cor incomoda tanto?"
Ele percebe que precisará lutar dez vezes mais,
mas não entende o motivo desse pranto.
O Sonho
de: manoel jonas
Hoje tive uma epifania, um devaneio sereno,
sonhei que o mundo era puro, justo e pleno.
Sem guerras, sem medo, só o amor florescia,
e no peito de todos, só a paz existia.
Os rios dançavam ao som do vento brando,
a natureza sorria, seu verde se expandindo.
Em troca da gratidão que o homem lhe dava,
ela ofertava frutos, colheitas encantadas.
Crianças livres corriam sem pressa,
as borboletas eram suas fiéis companheiras.
Os idosos sob a sombra das cerejeiras,
sorriam da vida, das memórias verdadeiras.
Mães colhiam flores sem o peso dos dias,
suas mãos teciam laços e poesias.
Os homens plantavam sem medo ou cansaço,
celebrando cada fruto, cada passo.
Então, ouvi minha amada me chamar,
sua voz macia me trouxe de volta ao lar.
Quando virei para olhá-la, o sonho se desfez,
e percebi, com um suspiro, que despertei.
O Irmão
de: manoel jonas
Todos os sonhos acabam sempre do mesmo jeito,
com o fim melancólico, o adeus inevitável.
A despedida traz saudades que pesam no peito,
e a frustração de não ter vivido mais aquele instante memorável.
Conversas antes da partida, tão imprevisíveis,
pareciam um momento eterno, suspenso no ar.
Mas o silêncio que chega depois é insuportável,
e só resta a lembrança do riso solto antes de te deixar.
Sonhamos juntos, desenhamos planos sem saber
que jamais os realizaríamos lado a lado.
Agora a saudade ocupa todos os espaços,
onde antes existiam sorrisos, abraços e passos.
A VIDA QUE SONHEI
De: Manoel Jonas
A vida que eu tenho é diferente da vida que eu tive,
um caminho de sombras e ecos, memórias que revivi.
A vida que eu sonho é um esboço de tudo o que vivi,
rabiscos de esperança na tela que o tempo esculpiu.
A vida que espero viver é o pulsar da minha infância,
o brilho ingênuo do olhar, um sopro de confiança.
Mas nos atalhos incertos que a estrada desenhou,
há obstáculos cruéis que meu peito já enfrentou.
Viver é difícil, um labirinto sem mapa,
onde os passos são dúvidas e o medo nos tapa.
Mas sonhar é possível, um voo sem fronteira,
quando se tem 8 anos e o mundo é brincadeira.