Coleção pessoal de LuizCarlosSoares

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São raros os dias em que a vida está em silêncio.

Viver é o que me faz sentir qualquer sensação, eu preciso viver.

Eu já apodreci tanto que virei semente, estou pronto para renascer.

Não me preocupo; enquanto estiver vivo, terei vida para viver, e, por isso, nunca saberei o que pode acontecer.

Preciso entender que a vida real não acontece na minha imaginação; ela acontece quando eu desperto.

UM CONTO ITALIANO🇮🇹



As colinas da Toscana ondulavam sob a luz prateada da lua, como um mar silencioso de vinhedos. O ar tinha cheiro de alecrim e uvas maduras quando Giulia, filha de viticultores, atravessou o campo carregando um pequeno caderno de couro preso ao peito.


O caderno não era dela. Era do avô, morto há poucos meses — o homem que guardava segredos tão antigos quanto as oliveiras que cercavam a casa da família.


Giulia só o encontrara naquela tarde, escondido dentro de uma gaveta trancada.


Quando chegou ao topo da colina, avistou Marco, o restaurador de igrejas que trabalhava na vila vizinha. Ele estava sentado no muro de pedra, observando o brilho da lua sobre os vinhedos.


— Non riesci a dormire? — perguntou ele.


Giulia respirou fundo e mostrou o caderno.
— Encontrei isto… e acho que há algo aqui que meu avô queria que eu descobrisse.


Marco se aproximou, curioso. Giulia abriu o caderno e revelou um desenho: um mapa simples, feito a carvão, marcando um ponto entre duas fileiras de cipestres. Ao lado, havia apenas uma frase:
“A verdade floresce apenas à luz da lua.”


Intrigados, caminharam até o local indicado. Quando chegaram, perceberam que o chão estava mais solto ali, como se alguém tivesse cavado recentemente.


Marco ajoelhou-se e removeu a terra, descobrindo uma caixa de madeira antiga. Giulia abriu com as mãos trêmulas.


Dentro havia cartas — dezenas delas — escritas pela avó de Giulia para um homem cujo nome ela nunca ouvira antes: Alessandro.


Em cada carta, uma história de amor proibido.
Em cada frase, a dor de ter escolhido um casamento arranjado em vez do homem que realmente amava.


Giulia engoliu seco.
— Minha avó… ela nunca falou disso.


Marco colocou a mão no ombro dela.
— Talvez ela tenha querido que você soubesse agora. Para entender que a vida é curta demais para esconder sentimentos.


Giulia levantou o rosto na direção da lua. As colinas pareciam sussurrar histórias antigas.


Ela olhou para Marco, percebendo naquele instante algo que tentava ignorar há meses:
os sentimentos que cresciam entre eles, silenciosos como as noites toscanas.


Marco sorriu, suave.
— La luna custodisce segreti… ma rivela anche ciò che conta davvero.


E ali, sob o luar da Toscana, enquanto as cartas antigas balançavam ao vento, um novo segredo começou a nascer — não para ser escondido, mas para ser vivido.

⁠O desejo de possuir é melhor e mais forte do que o tédio de às vezes possuir.

⁠Eu não estou melhor que você, você não está pior que eu, você só está do lado daí e eu do lado de cá.

PÓ DA TERRA


Do pó da terra elas fazem arte.
Do pó da terra elas conseguem o pão.
Do pó da terra elas expressam
Tudo aquilo que está no coração.


Ás mulheres do Jequitinhonha.🤎

⁠O mundo mudou, ou fui eu que cresci?

Já que não dá para ser tudo, deixe-me viver o pouco que é real.