Coleção pessoal de Luciano54Reis

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A CIDADE NAQUELA TARDE


Foi assim que vi a cidade naquela tarde!....
Como gosto do imprevisível, naquela tarde entrei no seio da cidade, como que puxado por uma força de simples curiosidade e, caminhando..., embevecido pelo próprio ar que respirava, sem saber como, encontrei-me no meio daquela multidão que normalmente vagueia naquela encantadora cidade.
E, então, tudo quanto vi, me impressionou bastante. Acrescento: “magoou-me”! Aquele miúdo que pedia esmola. Coitado! Se eu pudesse ler-lhe na alma a mágoa que ele sentiria por certo...; aquelas dezenas largas de sem-abrigos, deambulando por toda aquela zona histórica; traficantes e consumidores dos mais variados estupefacientes; e aquela moça que se exibia em plena Avenida, seduzindo tudo e todos?, isto para não dizer provocando a maioria dos que passavam.
Seguindo, vi:- senhoras sem maridos, “mas acompanhadas”; homens esbanjando tempo e dinheiro, infantilmente, quando em casa, alguém espera marido ou seu papá; senhoras que pareciam “meninas” e senhoras que não pareciam ninguém; vendedores de todas as espécies de mercadorias, em todos os cantos do centro da cidade, gritando e pregoando numa inclassificável conversação.
Acreditem, amigos, se fosse alguém a contar-me, dificilmente eu acreditaria! Mas, ao deparar-me com tudo aquilo que acabava de ver, senti vontade de vendar os olhos e alhear-me de tudo quanto via. Não consegui mostrar-me indiferente àquilo que vi naquela tarde!...
Todo o encanto tinha desaparecido da tão bonita baixa da cidade. Acreditem que vim triste para casa e, perdoem-me se exagero, senti até vontade de não voltar mais àquele local!
Foi assim que vi a cidade naquela tarde!...

POEMA A UMA MOÇA TRISTE



Tu!...
Moça triste, que tens?
Porque te assalta a monotonia?
Porque não reages com alegria e não vens?
Anda – Caminha em frente
Esquece o teu tormento
Sorri, ainda que seja por lamento!
Alegra-te como aquela que vai ser mãe…
Sabes porque me dirijo a ti, moça triste?
É porque eu estou triste também!...
Sim… triste e cansado
Por ser olhado com desdém e com indiferença
Mas ao notar a tua mágoa, vejo a diferença
E ponho nela toda a força do meu grito!
Caminha! – Eu te suplico…
Pois devemos ter esperança!...

Quando conseguimos trazer à memória, todos os nossos actos e acções, desde a infância até ao presente, como um registo de saudade e de grande alegria, é porque o nosso percurso foi o mais digno possível.

Numa relação a dois não se devem medir forças. Não nos devemos sobrepor ao outro. Devemos, isso sim, fundirmo-nos numa única pessoa, obviamente, sem esquecer as duas personalidades que, num comportamento emotivo e racional, consegue viver em total harmonia.

A maior dimensão do ser humano é a sua capacidade de amar. Esse amor, levado à sua verdadeira essência, consegue realizar todo o tipo de milagres. É pena que a maioria de nós esqueça, logo à nascença, essa realidade e capacidade.

ESTAREI LÁ

Sempre que chamares por mim eu estarei lá!...
Num filme recentemente exibido ou no que está agora a ser realizado.
No coração de um amigo ou na boca de uma criança.
Na mensagem já escrita ou na que agora se escreve.
Eu estarei lá...
A minha verdade está no sussurrar do vento ou no murmúrio de um regato, no estrondear do trovão ou no bater da chuva.
No perfume das flores ou no silêncio das pedras, no riso das crianças ou no chorar dos idosos.
No respirar a vida, no desprender do sonho, na desilusão.
Eu estarei lá...
No soltar do grito, no teu desespero, na tua alegria, no teu cantar.
Eu estarei lá...
E responder-te-ei sorrindo: na textura da terra, no calor do sol, no fascínio da lua, na fragrância do lírio, no canto do rouxinol, no silêncio da tua alma, escuta-me aí: na verdade da tua alma e no silêncio da tua mente, no mais leve e tímido sussurrar, eu estarei lá...
Olhando para ti, pegar-te-ei ao colo e apertar-te-ei com amor, ainda que não o sintas, mas estarei lá a teu lado: com verdade, com luz e amor.
Escuta-me!
Sente-me!...

A palavra é uma entidade poderosa que pode criar estados evolutivos de harmonização interior, mas dependendo sempre de como é difundido o canal emissor.

Nada justifica que a nossa vida seja um constante ajuste de contas. A nossa alma só quer a energia da paz e do amor.

GOSTA DA LIBERDADE


Gosto da Liberdade porque posso dizer o que sinto com frontalidade;
Gosto do Amor porque posso amar o mundo de muitas maneiras;
Gosto da Natureza porque posso sentir através dela a dimensão da perfeição;
Gosto das Crianças porque podemos fazer delas verdadeiros homens do amanhã;
Gosto do Mar porque a sua extensão e mistério me acalma;
Gosto de estar horas a fio a conversar com alguém de quem gosto e amá-la sem espaço e sem tempo;
Gosto de olhar o Firmamento e projectar-me no seu invisível;
Gosto de aprender com os mais velhos porque sinto que eles são um património de sabedoria;
Gosto imenso de escrever porque além de sentir essa necessidade é o acto mais terapêutico que encontrei para a minha loucura;
Gosto de admirar o voo dos pássaros porque conseguem deslocares para espaços e altitudes que me fascinam;
Gosto de meditar no Pensamento: esta energia que não tem espaço nem tempo;
Gosto de olhar bem no fundo para as pessoas e sentir a alegria, o brilho e a felicidade dos seus olhos;
Gosto da Autenticidade das pessoas, aquelas que me deixam ver a sua própria alma;
Gosto de verdadeiros Amigos, aqueles que estão sempre disponíveis;
Gosto de admirar a Arte porque através dela posso viajar pelo mundo dos sentimentos;
Gosto de um abraço bem apertado porque me acalma e me dá paz interior;
Gosto de percorrer o mundo para entrar na história das civilizações;
Gosto de ver um bom filme ou ler uma boa história e projectar-me no seu guião;
Gosto de sentir nos outros Paz porque acho que é o princípio da harmonia e estabilidade interior.

PRISÃO DO POEMA


As minhas lágrimas que se ergueram como rochas escarpadas
Por não poder conter meu sofrimento
As raivas que não cansavam de morder
As pedras que não deixavam de bater…
Era inocente o meu destino nesta vida
Era mentira quando me olharam como um crítico do Estado!
Mas era verdade quando me levaram de cansado,
Preso…, sem qualquer razão precisa!
Naquele local, longe da vida…
Em que à minha volta somente respondia a ausência
Em que só a minha alma ouvia
Numa vaga transparência!...
Cantei meu sonho torturado,
Aos fantasmas que paravam na noite
As paixões que nunca foram divulgadas,
Ao Cristo que as ouvia, magoadas!

Levanta a tua voz a alguém só quando alcançares a Perfeição na Terra.

Seguirmos o caminho dos outros não é mais fácil, mas não essencial. Nós devemos seguir pelos nossos próprios traçados, sem imitação de nenhuma espécie. Tudo na vida tem a marca incontestável da nossa passagem, mas como um pequeno grão de areia na nossa evolução espiritual.

Dou-te a mão da verdade, da esperança e da coragem e levo-te comigo no voo dos pássaros para o mundo onde está a voz da vida.

Há momentos mais irrepetíveis que outros, pelo menos aqueles em que a Alma e o Coração estão mais em evidência. Todos os dias podemos descobrir algo de novo dentro de nós. Não há limites em nada: - Tanto podemos ser excepcionalmente boas pessoas, como más pessoas. O filão é inesgotável em cada um destes lados. Cada dia é uma nova oportunidade para se alcançar o impossível. Ele existe bem vivo a chamar por nós.

Podemos ter algo de novo todos os dias. A vida tem esse dom da criação e doação constante. Acreditemos nessa possibilidade e vivamos cada dia como se ele fosse o último. Sejamos responsáveis pela nossa vida, a começar pelo início de cada pensamento e tudo acontecerá de acordo com a essência da vida.

Olho para as pessoas com carinho e estima, acreditando sempre que cada ser humano tem a sua história. Tento olhar para os seus rostos e passar-lhe boas energias, principalmente para aquelas que têm dificuldade em olhar em frente e para o alto.

Devemos agradecer! Agradecer tudo o que nos acontece: os nossos êxitos, os nossos fracassos, as nossas alegrias e sofrimentos, mesmo que a dor tenha sido extremamente sentida e duradoira. Agradecer é um acto nobre de sabedoria divina, que nos diz que o sofrimento pode ser uma bênção.

O rumo certo deve morar sempre junto ao coração – Fonte da emoção e da percepção da verdade. É ele que nos dará a certeza do caminho a seguir, uma vez que esse filão emotivo é detentor das nossas verdades mais profundas.

Seguirmos a vida com dignidade, humildade, verdade e trabalho é fruto dos seres iluminados que acreditam que é nas mais pequenas coisas que se encontra a grandeza do essencial.

Os dissabores da vida, como as perdas de mortes, não podem ser uma justificação para a baixa autoestima, a vitimização e a depressão.