Coleção pessoal de lorenzo_almeida
Rosa Branca
Como uma linda rosa-branca você exala a calmaria. Tudo em você remete à brandura, delicadeza, ternura e, as vezes, momentos de euforia.
Com uma rosa, devemos ter afeição. Devemos preservá-la, respeitá-la, para não causar nela um arranhão.
A rosa-branca é charmosa, de maneira sútil, ela lhe deixa deslumbrado com a sua aparência meticulosa.
Gostaria que todos compreendesse sua exatidão. Sendo meiga, você consegue o apreço do mais belo coração.
Não deixe ceifar-te. Tu és uma linda rosa-branca, lembre-se da sua ternura e, principalmente, da esperança.
— Lorenzo Almeida (2024).
Como Uma Rosa
Como uma rosa, ela tem suas camadas
Das mais puras, às mais perigosas
Tem seu lado sensível, seu lado obscuro e,
tem seu lado irresistível.
Como uma rosa, você deve cuida-lá
amá-la, servi-lá.
Como uma rosa, ela tem seu lado obscuro;
pode sangrar-te, perfurar-te.
Assim como uma flecha em seu coração.
Como uma rosa, todos a notam, mas, nem todos
a tocam como notas de um piano.
Como uma rosa, ela tem suas profundidades,
nem todos alcançam esta preciosidade.
Como uma rosa, ela marca-te, na pele, no cheiro,
na memória, marca-te tua alma.
Como uma rosa, ela é a mais bela de todas as outras, sendo ela, a mais formosa.
— Lorenzo Almeida.
Passado.
Fugir do passado é impossível
tal como fugir do abraço da morte. Eu tento; mas não consigo, o passado sempre me enlaça, me alcança, estás aqui, ali e no meu próximo passo. O passado estás nos bancos da orla, no degustar de um vinho barato, no olhar daquelas garotas — que ficastes no passado. Pela eternidade estarei lutando para esquecer, mesmo sabendo que perderei esta dura batalha. Afinal, vivi, toquei, fui tocado, beijei, fui beijado, abracei, fui abraçado, senti cada suspiro, olhar, intenção ao meu lado. Jamais escaparei, no futuro, deste incompreendido passado.
— Lorenzo Almeida.
Não Vejo-Me Aqui
Ao emanar a fumaça do cigarro, sinto que estou me livrando da angústia que há em mim.
A melancolia me corrói,
é angustiante, me destrói.
Não vejo-me aqui,
Desejo desistir.
Um sentimento indescritível,
Uma dor interna horrível.
Tenho um corpo funcional e limitado.
Dor, angústia, agonia, tormento.
Penso: é uma condição mental?
Um acontecimento anormal?
Sinto-me desconfortável constantemente.
É… essa é a vida que eu levo e sou consciente.
Meu corpo é uma anomalia.
Nada faz sentido, nada.
Só sei que fumar, me automedicar, me alivia.
— Lorenzo Almeida (24.10.24).
A Última Vez
A última vez me marcou por mais de 1 mês;
a última vez me dilacerou feito uma navalha em meu pescoço, nada pude fazer,
me senti no fundo do poço.
O tempo me surpreende, tudo colaborava pela nossa ligação, o tempo passou, de tudo… ah, de tudo só tenho recordação.
Pensar nisso me fere, não sei o que sentes,
mas sentirei-me confortável ao saber que estás alegre.
O passado foi reconfortante.
Lembro-me até hoje dos seus olhos brilhantes, do seu sorriso, da sua feição, toque.
Na verdade, lembro-me de cada instante.
— Lorenzo Almeida.
Anestesia
Ao sentir o sabor, as partículas, o vinho como um todo, sinto-me relaxado, sensação de anestesia e rebeldia.
Dez horas da manhã e já sinto-me levemente alterado. É, sensação de anestesia.
Cigaretto;
Vinho;
Sedativo;
Música.
O ‘quarteto fantástico’ que asfixia minha disforia, minha angústia e minha melancolia.
Ao colocar uma dessas coisas para dentro, todos os problemas se vão.
— Lorenzo Almeida. (25.10.24).
Manuela
Numa tarde ensolarada, passaste uma garota na orla da praia, eu estava acompanhado, mas não pude deixar de nota-lá.
Sua camisa de longe minha atenção chamará. Ali vi uma oportunidade de criar uma ligação. Eu a elogiei e logo depois ela retornará.
A interação foi sucinta, exalou um jeito meigo e, ao mesmo tempo, distinta.
Manuelase chama ela, garota agradável, detém bons e curiosos gostos, marcante e admirável.
A vi uma só vez, na tarde ensolarada de algum mês.
Manuela se chama ela.
— de Lorenzo Almeida, para Manuela Marques.
