Coleção pessoal de Juuhonorio

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O limite extremo da sensatez é o que o público batiza de loucura.

O discernimento consiste em saber até onde se pode ir.

Nada existe de audacioso sem a desobediência às regras.

Quando a gente gosta, a gente começa emprestando um livro, depois um casaco, um guarda-chuva, até que somos mais emprestados do que devolvidos. Gostar é não devolver, é se endividar de lembranças.

É só acreditar que o amor é eterno que ele termina. É só acreditar que o amor terminou que ele recomeça.

Gastei todas as minhas mentiras na paixão. Gastei todas as minhas verdades no amor. O que sobrou sou eu.

Os opostos se preservam mais. Sabendo das diferenças, cuidam para não ferir o outro na briga.

Somos lentos para nos declarar, somos apressados para brigar, somos relutantes na reconciliação. Amor depende de sorte.

A briga mais humilhante é a que transforma a confidência em ofensa.

Preciso te encontrar, minha imaginação vem se esforçando demais para continuar as lembranças.

Não é um conto de fadas: todo conto de fadas tem um início triste e um final feliz. Quando o início é muito feliz, cuidado com o final triste.

Porque amor é justamente isso, é ficar inseguro, é ter aquele medo de perder a pessoa todo dia, é ter medo de se perder todo dia. É você se ver mergulhado, enredado, em algo que você não tem mais controle.

Não há quem não feche os olhos ao cantar a música favorita.
Não há quem não feche os olhos ao beijar, não há quem não feche os olhos ao abraçar.
Fechamos os olhos para garantir a memória da memória.
É ali que a vida entra e perdura, naquela escuridão mínima, no avesso das pálpebras.
Concentramo-nos para segurar a dispersão, para segurar a barca ao calor do remo.
O rosto é uma estrutura perfeita do silêncio. Os cílios se mexem como pedais da memória.
Experimenta-se uma vez mais aquilo que não era possível.
Viver é boiar, recordar é nadar.

Não posso esperar muito tempo senão apodreço.

Por fora, já desistiu. Por dentro, sempre descobre alguma desculpa para recomeçar.

O amor não é para os equilibrados. Não somos feitos para nos encaixar, mas para arrebentar as caixas. Mesmo quando não tenho razão, eu teimo. Até para que minha namorada desenvolva melhor seus argumentos.

Seduzir é cutucar, esbarrar, encher o saco, expor as fantasias, ensaiar aproximações novas, não desistir da personalidade, contrariar as expectativas, fazer drama para despencar na comédia. A tara pede exclusividade. O sexo depende do conflito.

Ser a melhor pessoa é uma ofensa para mim, desejo ser a pessoa predileta, a pessoa necessária.

Eu me preparei tanto para viver que fiquei no rascunho.

Sempre acharemos que o outro está estranho quando não faz o que desejamos.

Não há defeito mais irritante do que criticar todo tempo os defeitos dos outros.

Para o amor, um banco de praça já basta.
Ou ficar na frente de um portão.
Ou uma xícara de café.
Amor mesmo é um filme de baixo orçamento.