Coleção pessoal de Valdirdomiciano
Morrer significa se despir deste mundo, apesar da consciência ainda permanecer com o bem que se fez e com o mal que se praticou.
Certo instrutor estava na sua costumeira contemplação matinal, no mar do Japão, à beira do espelho d'água, que o sol nascente com seus raios dourados e tangíveis, fazia questão de embelezar, quando aproximou-se um de seus alunos com a seguinte observação:
- Senhor, o mundo é cheio de pessoas egoístas. A maioria não faz nada em benefício do próximo, nem mesmo na esfera do apoio moral. O planeta Terra é mesmo um mundo de seres indiferentes.
O velho instrutor com seu jeito bastante amistoso esboçou um sorriso irônico acompanhado de um olhar bastante inquiridor antes de responder ao jovem aprendiz:
- O que você tem feito em benefício das pessoas? - perguntou o mestre ao seu interlocutor.
- Nada - respondeu-lhe o jovem.
- Você também não se acha indiferente? Qual seria realmente o princípio de transformação do mundo? Porque essa sua preocupação também é a de grande parte da Humanidade. É por isso que o egoísmo impera.
- E o que devemos fazer para mudar essa situação, mestre?
- É muito simples. Ao invés de nos preocupar com aquilo que as pessoas não fazem por nós, vamos passar a nos preocupar com o que não fazemos pelas pessoas, e você vai perceber que basta uma pequena mudança de concepção em cada um de nós para uma grande transformação acontecer na esfera do coletivo.
A lição estava dada, e o rapaz se recolheu aos seus aposentos bastante decepcionado consigo mesmo.
A gente vive caindo e se levantando para a vida se tornar mais colorida. É como um novo renascimento, quando tudo deve continuar forever again.
A inveja é o grande mal da Humanidade. Até mesmo os que matam de inveja também terminam morrendo de inveja.
O nosso amor é uma lição das estrelas, porque já estava escrito no nosso céu cheio de eternidade, antes mesmo do mundo nos conhecer.
O meio do mundo é frio e insano, o mundo do meio é quente e profano, onde meio mundo se deleita em meio do mal e, às vezes, meio do bem, além da outra metade que é meio indiferente e diferente no meio, porque nada é por inteiro nem todo inteiro é fora do meio.
Para entrar no inconsciente é necessário a posse da chave; no subconsciente basta empurrar a porta, e no consciente, a entrada é livre, porque a porta está sempre aberta.
Os dragões que sobrevoam as guerras vomitando fogo sobre inocentes, ao invés de guerreiros, são doentes.