Coleção pessoal de jrmstinghen

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Nem sempre está na mão de cada um ser feliz; mas está merecê-lo.

Quando um homem não se encontra a si mesmo, não encontra nada.

Devemos pagar caro pelos nossos erros se quisermos ver-nos livres deles, e depois podemos até dizer que temos sorte.

O mais tolo de todos os erros ocorre quando jovens inteligentes acreditam perder a originalidade ao reconhecer a verdade já reconhecida por outros.

Ingratidão é uma forma de fraqueza. Jamais conheci homem de valor que fosse ingrato.

Somente aquele que foi o mais sensível pode tornar-se o mais frio e o mais duro, para se defender do mais pequeno golpe - e esta própria couraça lhe pesa muitas vezes.

Há na cultura mundial de hoje toda uma mitologia, toda uma idealização das revoluções, como se não fossem acontecimentos separados, mas sim etapas de uma caminhada em direção à liberdade crescente. Pode-se discernir, de fato, um sentido geral e unitário na sucessão de revoluções — mas ele não aponta na direção da liberdade crescente e sim no do crescimento do poder, no do aumento da distância entre o poderoso e o homem comum.

A meu ver, o ideal comunista - a construção deliberada de uma "sociedade mais justa" - é intrinsecamente mau. Não existe justiça nenhuma em planejar de antemão a vida das gerações futuras, obrigando-as a arcar com o peso de milhares de decisões que não tomaram e com as quais talvez não venham a concordar. É monstruoso decidir hoje, de maneira irrevogável, a vida dos homens de amanhã.

Só no plano do indivíduo autoconsciente é que o conhecimento pode adquirir validade: só na consciência individual vivente se realiza a prova apodíctica, só o indivíduo tem acesso efetivo às verdades universais, enquanto a coletividade deve se contentar com fórmulas mais ou menos convencionais — ou consensuais — de uma verdade meramente potencial.

O homem, o indivíduo humano, é o portador do conhecimento efetivo. O conhecimento enquanto bem social é apenas conhecimento potencial, é coleção de registros e convenções que, para tornar-se conhecimento efetivo, deve ser efetivado, atualizado na consciência do indivíduo vivente.

Quanto mais nos aproximamos de um princípio universal, mais vão ficando para trás e cada vez mais longe as realidades concretas cuja explicação buscávamos. E, ao voltarmos do topo, às vezes parecemos ter perdido de vista o propósito da viagem. O momento do reencontro passa, e nada nos resta nas mãos senão o enunciado abstrato e sem vida de um princípio lógico, que é a recordação melancólica de uma universalidade perdida. É preciso, portanto, descer novamente do princípio às suas manifestações particulares, e depois subir de novo, e assim por diante. De modo que a alternância sim-não, verdade-erro, que constitui para nós o início da investigação, é finalmente substituída pela alternância alto-baixo, universal-particular. Passamos, assim, da oscilação horizontal para a vertical. E é justamente o despertar da capacidade de realizar em modo constante esta subida e descida, que constitui o objetivo de toda educação tradicional.

Os fortes não têm medo de encarar o pior: os fracos fogem dele porque sua mera visão os esmaga.

A vaidade da ignorância é um abismo de miséria humana.

Nada debilita mais a inteligência do que a obstinação orgulhosa na astúcia fracassada.

Burrice e maldade jamais foram termos antagônicos.

Não há covardia mais torpe que a covardia da inteligência, a burrice voluntária, a recusa de juntar os pontos e enxergar o sentido geral dos fatos.

O homem medíocre não acredita no que vê, mas no que aprende a dizer.

Conservadorismo significa fidelidade, constância, firmeza. Não é coisa para homens de geleia.

Se a hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude, o cinismo é a afirmação ostensiva do vício como virtude.

Moderação na defesa da verdade é serviço prestado à mentira.