Coleção pessoal de joseguimaraes
Por que a mentira ainda faz parte da vida na terra? Não deveria esse mal ser banido para sempre de nossa sociedade?
Devemos ser persistentes naquilo que queremos, mas devemos respeitar nossa capacidade de modo que não fiquemos cansados demais.
Quando eu era menino havia frutas e verduras mirradas, porém saborosas que comíamos muito bem. Hoje há frutas e verduras graúdas, mas com agrotóxicos que devemos evitar comer.
As pessoas têm a vida inteirinha para conseguir o que querem, porém sofrem muito porque querem conseguir de um dia para o outro.
As pessoas é que são frias. Aqui quem tem casa tem, quem não tem dorme na rua. Quem tem dinheiro come; quem não tem passa fome. Verifiquei que não existe gente hospitaleira como em minha cidade. Em Poconé, o povo é hospitaleiro até demais.
Livro Espelho Quebrado, de Douglas Freitas, Capítulo 3
Meu pai amedrontou-me dizendo que São Paulo é uma cidade que faz mais frio que calor, que seria mais acertado eu ficar por lá mesmo ajudando ele na lavoura, constituir família, isto e aquilo.
Livro Espelho Quebrado, de Douglas Freitas, Capítulo 3
Mas descobri que em São Paulo é sempre assim. Ou você se acostuma com a poluição, ou se muda para bem longe dela. Eu fiz o contrário: decidi me acostumar com a poluição.
De tarde, deitei-me na cama e dormi, só acordei quando o sol se punha no horizonte. Os carros passavam lentamente no trânsito engarrafado, fazendo aquele barulho ensurdecedor, insuportável mesmo, buzinando muito e ainda por cima soltando uma fumaça negra, que fazia lacrimejar meus olhos, ainda não acostumados com a poluição.
Livro Espelho Quebrado, de Douglas Freitas, Capítulo 3
O trabalhador brasileiro necessita comer, beber, dormir, vestir e se divertir. Escravidão já acabou há muito.
Então, descobri que a cidade de São Paulo, diferente da minha Poconé, é um aglomerado de pessoas de linguagem diferente, esquisita, principalmente quando estão zangadas.
As palavras ditas em italiano são bonitas, sim. Mas só que eu comecei a aprender as primeiras palavras que não deveria aprender nunca: palavrões, xingamentos e outras palavras-doidas mais.
Lucas não andava. Melhor explicando, nunca andara. Desde cedo seus pais descobriram ser ele portador de paralisia cerebral. Levaram-no a diversos médicos, de cidades diferentes. Como nenhum deles dera jeito, entregaram-no a Deus. “O Senhor é nosso Pastor, disse a mãe, e saberá dar destino a nosso filho".
Afinal, Lucas, que vivia o tempo todo sozinho, na sua inocência se se deparasse de repente com o bicho-do-mato, o boitatá, o curupira ou o saci-pererê, certamente não ficaria apavorado, por entender que nenhum desses seres lhe fizesse algum mal.
Se Al falasse, diria que se alimenta de carne. Só de carne. Doge decerto ficaria horrorizado, porque em Mokon a maioria do povo é vegetariana.