Coleção pessoal de jacksondamata
Há noites em que o céu parece em silêncio, dias em que tudo parece escuro, momentos em que a sede se intensifica e a fonte parece escondida. É aí que o sedento é provado. Não para desistir, mas para ser aprofundado. Deus não brinca de esconde-esconde — Ele nos esconde para nos preparar.
Os sedentos aprendem a dizer “não” a muitas coisas para manterem aceso o seu “sim” para Deus. Enquanto o mundo corre atrás de aplausos, eles escolhem o quarto secreto. Enquanto outros se alimentam do barulho, eles se refugiam no silêncio. E é lá, no escondido, que pagam o preço mais alto: o de não serem compreendidos.
Nem todo mundo quer Deus — alguns apenas querem os benefícios de tê-Lo por perto. Mas os que O desejam por quem Ele é, cedo ou tarde descobrem uma verdade incontornável: a presença custa. Buscar o Senhor com intensidade não é tarefa de conveniência, mas de renúncia.
Essa é a vida em sua essência mais crua, um lento retorno, não apenas aos lugares, mas aos nossos laços. Andamos pelas estradas do mundo carregando ausências, buscando em rostos alheios os vestígios do que um dia fomos. Os reencontros não são meros acasos: são feridas abertas que, por instantes, se fecham. Os laços que resistem ao tempo nos lembram que há algo, talvez inexplicável, que insiste em nos puxar de volta, não para um lar de paredes, mas para o abrigo invisível da alma, onde moram a lembrança, o afeto e a culpa.
Há laços que não se veem, mas apertam; não como prisão, mas como abraço antigo. A família é feita desses nós quietos, firmes, que seguram a alma no lugar certo. Vive-se nela como num sobrado antigo: com barulhos familiares, gestos repetidos e um calor que acolhe sem motivo.
Os filhos são páginas novas, mas já cheias de sentido. A casa pulsa nos detalhes: o cheiro do café, o brinquedo no chão, o riso solto no quintal. A bênção está nos atos miúdos; o copo d’água levado, o cobertor estendido, o olhar que entende.
Mesmo no cansaço, há sempre alguém que repara, escuta, fica. Porque a família é isso: a vida andando de mãos dadas, sem pressa, sem alarde, só presença.
Escrevo porque as palavras são pontes entre o caos da alma e a ordem do mundo, onde o indizível encontra morada.
Editar livros é dar forma ao caos das ideias, equilibrando arte e técnica, paixão e pragmatismo, em um ofício que exige tanto o coração quanto a razão.
Escrever é como mergulhar no abismo de si mesmo, enquanto editar é iluminar o caminho do outro, guiando sua voz sem apagar sua essência.
Muitos filantropos não doam, eles investem. Investem em sorrisos ao lado de carentes, em vídeos distribuindo coisas enquanto capturam lágrimas. E, claro, investem em hashtags como #fazerobem. Mas o coitado que recebe nem sabe que está num espetáculo performático. Mas tudo bem, porque o importante é a intenção de acumular likes e comentários do tipo "Você é um anjo!" No final, o necessitado continua necessitado, o filantropo continua faminto por validação, e o algoritmo agradece pelo engajamento.
Tenho apreço inegociável pela honestidade — é ela que separa os dignos dos desprezíveis. Aos íntegros, ofereço minha amizade leal e sincera. Aos desonestos, que se alimentam da manipulação e do prejuízo alheio, reservo apenas o silêncio gélido da minha intolerância e o peso inflexível do meu desprezo.
A vida é um conluio de conflitos internos e externos… e a gente só entende o sentido dela quando percebe que o caos lá fora só faz sentido depois que silenciamos a tempestade cá dentro.
Caros escritores e poetas brasileiros,
Se há um conselho que vos posso dar é este: escrevam como quem planta árvores cujas sombras talvez nunca venham a usufruir. A literatura é um campo vasto e fértil, mas, muitas vezes, o retorno que desejamos vem muito além de nossos dias ou das expectativas imediatas. Não façam das vendas a medida de seu valor, nem do marketing o motor de sua criação.
Vender livros no Brasil é, de fato, um desafio. Muitos caem na armadilha de transformar a arte em produto, sufocando a espontaneidade e a beleza das palavras com a pressão de cifras e números. No entanto, a posteridade não se apressa, ela se alimenta do que é genuíno, do que transcende o tempo. Focar nas vendas pode desviar o olhar da verdadeira essência do que vocês são chamados a fazer: criar algo que ressoe na eternidade, um legado que possa ser descoberto por aqueles que ainda virão.
Escrevam para o coração do amanhã, sem pressa e sem pretensões desmedidas. Deixem que o reconhecimento venha, se e quando ele tiver de vir. Mas, acima de tudo, escrevam para a alegria da criação, para a satisfação de expressar o que é verdadeiro, belo, e, muitas vezes, invisível aos olhos imediatos.
Não permitam que o desgaste das expectativas mercadológicas roube a nobreza de vossa missão. Quem escreve para marcar seu nome no tempo raramente se deixa abater pelas dificuldades do presente. Afinal, o que é a posteridade senão um presente estendido às gerações futuras?
Persistam.
Em meio às sombras da tragédia, os aproveitadores sempre encontram brechas. Ontem como hoje, a ganância não conhece limites.
Em meio ao caos das tragédias, os abutres da ganância não hesitam em compor suas próprias narrativas. Como parasitas da desolação, eles prosperam, alimentando-se da miséria alheia, enquanto a ética se dissolve nas entranhas da sociedade.
O ministério pastoral é um dom, uma dádiva divina, e temos a responsabilidade de praticar essa ordenança dada do alto, quer sejamos um pastor ordenado ou não. Por mais que não sejamos pastor - líder ordenado, devemos também orientar, proteger as almas, levá-las ao conhecimento do evangelho e ajudá-las a desempenhar os dons do Espírito. Todo crente em Jesus pode e deve ter um coração pastoral.
Livro: Servir, o maior dos desafios
Sinto-me extremamente triste ao conhecer cristãos que entraram no clímax do conformismo religioso. Cristãos que perderam (ou que nunca encontraram) o foco e encaram o ministério pastoral como único meio responsável pelos serviços de salvação e consolidação de almas. Isso é cláusula de mente velha, mente que precisa de renovação, libertação das cadeias de conformismo.
Livro: Servir, o maior dos desafios
Servirmos ao Senhor no ministério de almas é um privilégio, mas um privilégio que requer mais responsabilidades que qualquer “status proeminente”, que muitas vezes faz-nos encarar o serviço do evangelho como meros empregos.
Livro: Servir, o maior dos desafios
O que vivemos hoje é fruto do plantio dos ministros do evangelho de ontem. Muitos deram suas vidas por amor ao evangelho, muitos deixaram os prazeres, os confortos de suas casas, por seu chamado. Eles renunciaram o tudo de si para obter o tudo de Deus. Eles sonharam com o despertar da igreja e alguns com trabalhos penosos. Eles tinham em seus corações a simplicidade e a pureza, tinham um sonho e mesmo sabendo que possivelmente não vissem em terra o realizar desse sonho, não deixaram de semear suas vidas por amor do evangelho. Eles permitiram que Deus fosse o único herói de sua fé.
Livro: Servir, o maior dos desafios
A vontade de Deus é impenetrável à razão humana. Incapaz de explicar ou compreender humanamente sem um legado do alto.
Livro: Servir, o maior dos desafios