Coleção pessoal de itamar_fs
O tempo passa arrancando pedaços de novidades e cuspindo restos antiquados de efêmera materia imemorial.
" Perdi-me na imensidão do que me era alheio,
E assim, alheio também, perdi-me de mim.
Era escuro o horizonte: então me veio,
A sensação de se ir, enorme, enfim,
Tão evidente, fez-me temer - Eu que não creio -
Perdi-me na imensidão do que me era alheio...
E assim, alheio também, perdi-me de mim. "
O ser Humano é uma espécie idiota! Sim! Sem dúvidas! É a única que é capaz de defender ideias ridículas sem saberem de nada sobre o assunto, e, ainda assim, ficar feliz, não porque convencem, mas porque encontra outros idiotas para concordarem.
Quando não se sabe se vive ou apenas existe, e todos dizem que vai passar, mas não passa, a quem chamarei de mentiroso?
Quando o amor acaba, acabam-se também os planos,
Acabam-se os sonhos, juntam-se somente os panos.
Quando o amor acaba, a vida perde os seus anos,
O mundo é um vazio irreparável, de traumas e danos.
O Amor acaba tão somente por querer amar...
Nenhuma chama, sem razão, teimaria em queimar,
Se não fosse por mais puro e sincero amor.
Se ele agora está cansado de expressar
Tudo o que sentia , e pôs-se a esfriar,
É porque achou em outro seu calor.
Não é o Céu que faz as pessoas acreditarem em Deus;
É o medo do Inferno que as fazem escolher acreditar em um.
Se até o mais ignorante ser chora por não compreender o que sente; quanto mais o homem, que alega ser capaz de compreender o que sente, quando na verdade, apenas chora.
Amar é a mais incógnita ironia da vida:
É querer sempre liberdade pra sentir,
Estando sempre preso por querer.
Eu sou como uma taça: se por acaso não souberes me tocar, deixai-me aonde estou, para que um dia alguém possa beber de mim a mesma bebida de que me encheu...
NADA MAIS IMPORTA
Estou morrendo! Sim, de fato, uma tragédia!
O meu corpo não responde; sinto o frio
Minerando o interior de meu vazio;
Minha mente só emula minha acédia.
Chicoteia-me, taciturna, a Moléstia
-As lembranças dessa vida- como rio,
Corre, arranha-me a face à cego fio,
Enquanto beija-me a carne a morfeia.
Estou morrendo de tudo que tenho escrito...
Estou morrendo, assim, só. Assim, restrito
A realidade estupidamente morta.
Fragmenta minha alma triste e doente:
Já não há luz, nem vida, nesse ambiente,
Só o silencio. E nada mais importa...
Itamar FS
O DIA QUE EU MAIS CHOREI
Quando embalsamei o meu corpo
No elixir sagrado - Vinho Panteístico
Que os deuses sorvem do ''místico''
Rebanho - salguei-me, absorto!
Chovia em todo meu ser, navalhas,
Perfurando-me o peito e os olhos;
E o mar, que chocalhava-me os ossos,
Chocalhava também as minhas falhas.
E só, no se ir das ondas, eu naufraguei
Meu barco nos corais: tanta beleza
Tinha no olhar, tanta sede; - Afundei
No azul de um céu que encontrei...
E ao beber de minha própria profundeza,
M'embriaguei, Tornei-me Deus, e me afoguei!
Itamar FS