Coleção pessoal de HerveSalvadorMulhovo
O que dizer de ti, meu irmão, que ajudaste-me a concretizar o meu sonho.
Foste o patrono de todo esse projecto que hoje chega ao fim e que foi concretizado com sucesso.
Abdicaste dos teus sonhos para concretizar os meus.
Deixaste de realizar a tua vida para permitir que eu realizasse a minha.
O que mais posso dizer, para além de obrigado.
Perdí meu pai muito cedo, tinha apenas 8 anos de idade.
E de lá para cá, a minha mãe teve de ser Mãe e Pai.
A minha mãe abdicou de sua própria vida para cuidar nós.
Deixou de viver a sua vida para permitir que nós vivêssemos a nossa.
Nem sempre a vida nos sorriu.
Enfrentamos momentos difíceis e juntos superamos.
Tínhamos em uma só pessoa todas as mães do mundo.
Um aluno pode enganar os seus encarregados, mas jamais enganará o professor.
O professor conhece as capacidades de cada aluno.
Passem 10 ou 100 anos, eu jamais me vou esquecer das humilhações que sofrí por intermédio de pessoas que me eram familiares.
Não vou deixar de sonhar, aliás, nem sequer posso pensar nessa hipótese.
Mesmo que eu tenha concretizado o sonho que outrora sonhei, vou continuar a lutar para alcançar os que ainda não concretizei.
Vi-a pela primeira vez e nunca mais me esquecí da sua linda face.
Foi fascínio total á primeira vista.
Ela tem uma beleza que se-lhe-reconhece.
Fiquei na rua em quarentena para ver se ela voltava a passar, e nem sinal dela.
A procurei pela Matola á dentro e nada dela.
Já não sei por onde mais procurá-la.
Ficou em mim apenas a saudade, que somente a vontade de voltar a vê-la é que poderá matá-la.
Para alcançarmos os nossos objetivos. Bastar-nos-á seguir aquilo que os nossos corações falarem.
Não o que os outros querem que nós façamos.
Sugaste até a última gota da torneira, e depois foste embora sem sequer olhar para trás.
E só voltaste quando percebeste que a torneira voltou a gotejar.
Eles falam de ti apenas quando erras, e nunca quando acertas.
Ficam em quarentena à espera de um erro seu, para depois te criticar.
Por mais que acertes, eles fingem não ver.
Porque os seus acertos incomoda-os.
Ele tenta a todo custo salvar-se dos problemas por si causados.
Não importa como, nem que para isso tenha que sacrificar os inocentes.
Quando viva, a minha avó materna ensinou-nos que somos todos família. Ensinou-nos a conviver uns com os outros sem distinção nenhuma.
Essas distinções vieram o tempo.
O tempo ensinou-me que havia primos de sangue e de não-sangue.
Que havia irmãos e meio-irmãos.
E que uns eram diferentes dos outros.
Com toda razão, ela já não estava viva para arbitrar essas diferenciações que vieram com o tempo.
O tempo ensinou-me que família não é só aquela que Deus nos dá.
Os nossos amigos também são a nossa família.
A vida sempre cobra o que nós a devemos.
E a dívida com a vida é inegociável.
De qualquer modo ela deve ser paga.