Coleção pessoal de gtrevisol

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(...) que tudo quanto contemplas mudará dentro de um instante e não mais existirá. Pensa em quantas mudanças já assististe. O cosmos é mutação; a vida, opinião.
Se suprimires a tua opinião sobre aquilo que te parece causar sofrimento, alcançarás perfeita segurança. Tu, quem? A razão. Mas eu não sou apenas razão. Seja. Então, que a razão não se perturbe a si mesma. Mas se outra parte de ti sofrer, que ela opine sobre si própria.

O Controle do Suportável

Tudo o que acontece, acontece de sorte que naturalmente o podes suportar ou naturalmente o não podes suportar; não protestes, mas, enquanto te for possível, suporta-o. Se ao invés é coisa que naturalmente és capaz de suportar, não reguingues, senão mais depressa dás com tudo em terra. Lembra-te, todavia, que és naturalmente capaz de suportar tudo o que de ti depende tornar suportável e tolerável; basta que consideres que é o teu interesse ou o teu dever a impor-te esse trabalho.

Tudo é Fugaz

(...) apenas há aí uma coisa estável; e abre-se-nos aos pés o abismo infinito do passado e do futuro onde tudo se some.

O Retiro da Alma.
Mas tudo isto revela uma grande simplicidade de espírito, porque podemos, sempre que assim o quisermos, encontrar retiro em nós mesmos. Em parte alguma se encontra lugar mais tranquilo, mais isento de arruídos, que na alma.

Não te Deixes Ludibriar pela Opinião

Considera que não são as acções dos outros que nos perturbam, pois que pertencem ao domínio das suas vontades, mas a opinião que sobre ela formamos. Suprime-a, pois: trata de anular o juízo que te deixa indignado e a tua cólera se desvanecerá.

Não te deixes distrair com os incidentes que te chegam de fora!

(...) Com efeito, não é o passado ou o futuro que perdemos; como poderia alguém arrebatar-nos o que não temos?

A imaginação nunca saberia inventar tão diversas contrariedades como as que há naturalmente no coração de cada um.

Se descobrires em ti um ponto fraco, em vez de o dissimulares reduz-te às tuas próprias dimensões e corrige-te.

Só nos devíamos espantar de ainda nos podermos espantar.

Geralmente os espíritos medíocres condenam tudo o que está para além do seu alcance.

As violências que nos fazem, ferem-nos por vezes menos, que as violências que fazemos a nós mesmos.

A prontidão em acreditar no mal sem o ter examinado profundamente é um efeito do orgulho e da preguiça. Queremos descobrir os culpados, mas não queremos dar-nos ao trabalho de examinar os crimes.

A gravidade é um mistério inventado pelo corpo, para esconder os defeitos do espírito.

Bem se engana quem julga encontrar em si o bastante para dispensar os outros.

Vale mais aplicar o nosso espírito a suportar os infortúnios que nos tocam, que a prever os que nos podem acontecer.

Há uma infinidade de comportamentos que parecem ridículos e cujas razões ocultas são muito sábias e muito sólidas.

Quem peca, contra si peca; quem comete injustiça, a si agrava, porque a si mesmo perverte.

Nada de desgosto, nem de desânimo; se acabas de fracassar, recomeça.

Bem mais graves são os efeitos produzidos em nós pela ira e pela dor, com os quais reagimos às coisas, do que aqueles produzidos pelas coisas em si, pelos quais nos encolerizamos e sofremos.